sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Review - Crusader Kings 2 ou COMO MATEI MINHA FAMILIA,CASEI COM MINHA PRIMA E VIREI REI DA FRANÇA

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   Alguns jogos te puxam e te envolvem de um jeito que poucas outras mídias conseguem. Esses jogos, principalmente RPGs, te dão a oportunidade de vivenciar situações diferentes, assustadoras, engraçadas e perigosas, que você nunca viveria na sua vida normal, a menos que vivesse na idade média. Esse é 'Crusader Kings 2'.

   Diferente de 99% dos jogos de estratégia comuns, nesse jogo você não necessariamente é o país que governa, você é a Dinastia, a sua família. O jogo se passa através de diferentes personagens da mesma família pela história, tentando sempre aumentarem seus domínios enquanto conquistam mais territórios, fazem casamentos vantajosos com outros reinos e tentam sobreviver a tentativas de assassinatos, golpes, epidemias (de várias doenças, inclusive a peste negra) e muitas outras coisas.




   O jogo em si lembra bastante o 'Europa Universalis 4' (que já tem review nesse blog) nos conceitos mais básicos como o mapa, os eventos no meio do jogo e o jeito da guerra, mas também tem muitas diferenças. Pra começar você não tem um exército permanente no mapa, mas sim o seu exército, que depende de quantos castelos/cidades você tem, e o exército dos seus vassalos, que pode ser maior ou menor dependendo do quanto eles gostam de você. 

   Além disso, outra diferença crucial é que cada personagem tem UM ROSTO! Sim, não só o seu personagem como todos os outros, sejam reis, rainhas, os membros da sua corte ou até um cara qualquer sem importância, eles tem rosto e cada rosto muda conforme idade, se teve/tem doença e diversos outros fatores. 

   No começo do jogo você pode escolher diferentes personagens pelo mapa, desde reis e imperadores até um conde pequeno no cu da França. É importantíssimo arranjar um(a) esposo(a) pro seu personagem, porque se você morrer sem um filho é GAME OVER. Mas não se preocupe, você tem a disposição os melhores príncipes e princesas da Europa, ou de onde quer que seja o seu reino. Casando com um príncipe ou princesa de um reino te dá um pacto de não agressão automático com ele, que pode levar eventualmente a uma aliança.


   Seu reino é dividido em inúmeras províncias, mas diferente do 'Europa Universalis', aqui sua província é dividia em um castelo, uma igreja e outro holding qualquer, que pode ser uma cidade ou uma tribo, dependendo se você governa um reino feudal ou tribal. Cada um desses holdings te dá um tanto x de renda por mês e alguns soldados, que variam dependendo do tanto de buildings que você construiu lá

   As religiões do jogo são muito mais mutáveis. Você pode se converter pra diversas delas ou até "heresias" de religiões, tanto no meio do jogo como no início, através de um DLC de editor de personagens. Editor esse que te dá a possibilidade de fazer um personagem completamente a sua escolha, com cultura, aparência, religião, habilidades, etc. Se uma heresia tem mais fiéis que sua religião mãe ela vira a religião de facto, e a religião vira a nova heresia. 

   Sem falar que um líder de uma religião, depois que a religião cumpre algumas exigências, pode declarar uma cruzada/jihad/grande guerra santa em um inimigo de uma religião diferente. Acredite, ser surpreendido por uma merda dessa enquanto está no meio de uma guerra ou a ponto de declarar guerra é algo desagradável.


   Se você joga RPG de mesa, gosta deles ou mesmo de RPGs eletrônicos, como ‘Skyrim’, você gostará de Crusader Kings 2 porque, por mais que seja um jogo de grand strategy, o fator de roleplay desse jogo é muito alto, maior que outros jogos da Paradox, embora todos tenham, em menor ou maior nível. Pelo jogo todo vão acontecendo eventos, que são acontecimentos na vida do personagem, mostrados em forma de texto na tela, e que tem diferentes escolhas, com diferentes consequências.

   A relação com seus vassalos é crucial. Se eles não gostam de você, vão te mandar menos soldados em caso de guerra e podem até declarar guerra civil pra te derrubar ou declarar independência. Coisas como diferentes religiões, tentativas de assassinato (CLARO NÉ PORRA) e suas tentativas seduzir a esposa do seu vassalo fazem com que ele goste menos de você, enquanto presentes em dinheiro e o tempo do seu governo fazem ele gostar mais. 

   Algo de suma importância são as intrigas. Sua mulher tem 53 anos, você não tem filho e vai se fuder logo logo? Simples, envenene o chá dela ou empurre ela de um parapeito. Você pode tentar matar qualquer personagem com a ajuda de outras pessoas, mas se alguém descobrir, sua fama não vai ficar muito boa. Talvez até seus aliados te abandonem.


   Deixei de fora muitas coisas porque esse, assim como o Europa Universalis 4, é um jogo enorme e complexo, mas que te dá várias horas de diversão, tentativas de assassinato e orgias satânicas sem culpa. Você eventualmente aprenderá todos os segredos do jogo conforme for jogando. Decididamente vale a compra/aluguel (MAS SE JOGOU E GOSTOU, COMPRE).

Nota: 9.8

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