sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

BackTracking #14: Os Melhores de 2023



Mais um ano se vai e finalizamos com a tradição de um podcast falando sobre os melhores jogos. Desgraça, Business Cat, Guarda Belo e Clint se reunem para falar sobre os melhores, uns nem tanto, títulos de 2023. E mesmo que ninguém tenha jogado Baldur's Gate 3, o podcast ainda teve quase 3 horas.

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BGM:
In the Pocket - Bomb Rush Cyberfunk
Sympathy for the Wolves - King of Fighters XV
Dungeon Freakshow - Pizza Tower
space - Pizza Tower
An American in Paris - Flower, Sun and Rain
Paul's Miracle Deathfist - Tekken 2 PSX
Sharp Eyes - Street Fighter III 2nd Impact
Virtual Paradise - Neon White
Bounce Upon A Time - Bomb Rush Cyberfunk
Eagle Eyes - Pocket Bravery
Four Red Masks - TMNT: Shredder's Revenge
And That Makes Me Booster - Super Mario RPG Remake
Forgotten Jade - Bloodstained: Ritual of the Night
Staff Roll - Mario Kart 8 Booster Course

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Alan Wake - O Jogo de Não Terror

Adormecido há anos na minha biblioteca da Steam, resolvi finalmente jogar Alan Wake devido ao lançamento da sequência no mês que vem. Alan Wake foi originalmente lançado para o Xbox 360 em 2010, recebendo um port para PC no ano seguinte, esse que joguei agora, não a versão remasterizada.

Ele foi o primeiro jogo da Remedy Entertainment após Max Payne 2, tendo similaridades em sua estrutura narrativa e outras coisas. Primeiro que o jogo tem o nome do protagonista, esse sendo um sujeito que narra sua própria jornada e essa história é focada num laço familiar. Enquanto Max vive com a dor da sua família assassinada, Alan procura sua esposa perdida pelas trevas. Outros títulos da Remedy, Quantum Break e Control, também possuem alguns desses elementos.

Alan Wake se vende como um “thriller psicológico” onde o protagonista homônimo, um famoso escritor, vai passar um tempo de férias com sua esposa, Alice, em uma cidade do interior chamada Bright Falls. Alice desaparece e Alan começa procurá-la pela noite, então a própria escuridão começa atacá-lo, dominando objetos e criando pessoas cobertas de sombras.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Street Fighter 6 - Lutando pelo Futuro

Após dois lançamentos fracos com Street Fighter V e Marvel vs. Capcom: Infinite, a Capcom estava em águas frias no território de jogos de luta. Enquanto o último MvC morreu sem ter uma segunda chance, SFV foi lentamente se recuperando com conteúdo mais robusto no single player e o suporte básico de temporadas. Além de providenciar novos personagens, cenários e mecânicas, especialmente com a Champion Edition e a quinta temporada, essa onde tivemos apresentações bem feitas e mostrando a equipe de desenvolvimento sendo bem clara e direta com a direção do jogo.

Eventualmente, esse time mostrou Street Fighter 6, que pareceu um grande passo para franquia após tempos. SF6 é dividido em três modos: World Tour, Battle Hub e Fighting Ground. World Tour é o modo single player onde você cria um personagem e tem uma campanha única. Battle Hub é uma central onde jogadores colocam seus avatares para batalhar, assistir lutas e fazer outras atividas. E, por fim, o Fighting Ground, onde existem todos recursos padrões de jogos de luta, como arcade mode, treinamento e lutas online.

Visto que existem essas três divisões, acho que vale a pena abordá-las nessa ordem. Primeiro: World Tour. Criando seu próprio lutador de rua que começa aprendendo os básicos com Luke, o “nem tão novo” estreante e o rostinho da capa do jogo. Você é colocado em Metro City, locação do clássico Final Fight, podendo explorar a cidade e interagir com as diversas figuras locais, eventualmente saindo para outros lugares no mundo em busca de ser o mais forte.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Review - Paranormasight: The Seven Misteries of Honjo

Em meio a um ano com tantos lançamentos bombásticos, muita coisa vai passar despercebida, e esse foi meu caso com Paranormasight, uma visual novel adventure de terror desenvolvida pela Square Enix. Eles costumam lançar alguns títulos menores na surdina há alguns anos, uns recebem destaque, nem que seja um trailer numa Nintendo Direct, o que esse jogo foi, mas apenas numa Direct japonesa.

Paranormasight foi lançado em março para Switch, PC e celulares, é um jogo que  toma em cerca de umas 10 horas para terminar. Não é lá um título de maior orçamento, o que é padrão do gênero, que costuma ter jogos mais “humildes”. Ele é co-desenvolvido pela Xeen Inc., uma pequena empresa que trabalha em ports e ajuda em desenvolvimentos de jogos maiores.

Não há nenhum nome muito grande nos créditos, mas reconheci o estilo de arte dos personagens, esse sendo o de Gen Kobayashi, que também trabalhou em ambos The World Ends With You. O roteirista e diretor principal é Takanari Ishiyama, sendo seu primeiro jogo sendo lançado fora do Japão. Mesmo com essas limitações orçamentárias, é um jogo bem “vistoso”.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Review - Master Detectives Archives: RAIN CODE

À primeira vista, Rain Code parece familiar. Os personagens cabeçudos e coloridos dentro de uma trama de mistério e suspense, envolvendo assassinatos e um humor mórbido. É a volta do trio de Danganronpa, com a arte de Rui Komatsuzaki, a música de Masafumi Takada e história por Kazutaka Kodaka. Master Detective Archives: RAIN CODE é o enorme nome que dá título a essa nova obra da equipe.

O estilo de Kodaka permanece não só na narrativa, como nas mecânicas, visto que em meio a sua busca investigação, é preciso engajar em minigames e outras coisas atípicas para um jogo desse estilo. Partindo de Danganronpa, ao menos já mais legal você sair do estilo 2D e visual novel para um ambiente 3D explorável, contando até com sidequests e itens escondidos no cenário. 

Por mais que Danganronpa tinha seus truques visuais que deixavam bem mais interessante que a maioria dos estáticos jogos do gênero, é uma notável evolução do que eram adventures investigativos. Não é exatamente um primor gráfico, especialmente devido ao serrilhamento, texturas e outros problemas do Switch. Ele tem uma carinha meio PS Vita, não de forma derrogatória, por lembrar aqueles jogos japoneses distintos que surgiam pro console e, apesar de não serem os mais avançados, tinham estética e estilo únicos.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Diário de jogunhos Rises



Mais uma semana e mais um diário de joguinhos.


Diablo IV: Gosto muito da franquia apesar de nunca ter me aprofundado na sua lore, inclusive gosto muito do criticado Diablo 3, e estava com receio de Diablo IV ser um desastre devido aos enormes problemas que a Blizzard estava passando(causados por ela mesma, vale destacar) e também pelo desastroso lançamento do remaster de Diablo 2, o Immortal apesar de ser um jogo bacana também teve decisões muito equivocadas como o exagero de micro transações, e com imensa felicidade destaco que Diablo IV é possivelmente um dos candidatos a jogo do ano.

Primeiro que o jogo tem uma direção de arte incrível, os cenários são maravilhosos por serem macabros aproximando Diablo ainda mais de um jogo de terror e acertaram em cheio na jogabilidade, eu estou jogando com um Necromancer e é algo absolutamente prazeroso fazer as invocações e massacrar seus inimigos, é muito bem equilibrado na verdade. A história é uma dark fantasy bem instigante e também com um grau de pessimismo inerente ao mundo decadente que os personagens habitam.

Encontrei alguns bugs durante minha gameplay mas nada muito sério e não tive problemas graves com servidores. Diablo IV é um grande jogo e surpreendente pelo lançamento ser tão bem sucedido.


Cyberpunk 2077: Joguei esse jogo no lançamento no PS5(a versão não era nativa) e estava injogável então eu pedi o reembolso e só jogaria quando arrumassem o jogo, mas eu acabei ganhando o jogo de novo pouco tempo depois para PC e zerei ele mesmo com todos os problemas que tinha no PC também e agora estou jogando de novo pra me aquecer pro lançamento da expansão Phantom Liberty e ver como está o jogo 2 anos e meio após o lançamento. Lembrando que joguei com tudo no máximo.

Primeiramente o jogo ainda está bugado, durante três vezes tive que reiniciar pois o jogo bugou de uma maneira que me impedia de avançar numa missão ou caminhar pela cidade mas certamente está bem menos problemático e não encontrei nenhum glitch durante mais de 50 horas de jogo(ainda não zerei) o que é algo impressionante.

O jogo recebeu updates gráficos também, agora ele conta com Ray Tracing e o modo "Ray Tracing Overdrive" é um espetáculo visual. Um dos melhores usos da tecnologia que já vi certamente. A cidade está muito mais densa e atmosférica, andar por Night City de noite e ver as fumaças do bueiros se desfazerem no ar é muito imersivo.

A gameplay é satisfatória, a gunplay é divertida e te oferece diversas armas que podem ser modificadas e ainda armas brancas e combate corpo a corpo(esse é limitado), o sistema de hacks é bem simples mas satisfatório, acho que o jogo equilibra muito bem suas opções entre ser stealth ou um personagem de força, eu fui equilibrado entre os dois mas investi bastante na força pois queria fazer as missões de luta e capturar os cyberpsicopatas, essas missões dos psicopatas são ótimas e bem diversas, uma delas flerta forte com o horror paranormal e é uma das melhores coisas que joguei nos últimos meses e dirigir é irregular, enquanto pilotar motos é bem divertido, carros é um problema pois as ruas são um pouco estreitas e com pouco espaço por causa dos outros carros, as motos tem mais mobilidade. Nas Badlands no entanto tem mais espaço.

O ponto alto no entanto é a história, habituado num mundo onde as corporações tomaram conta do Estado, Night City é uma cidade onde seus cidadãos tiveram seus direitos reduzidos ao mínimo e o roteiro circula isso com autoridade. Outro destaque são os personagens, o protagonista V é uma pessoa obstinada a seus objetivos seja eles se tornar uma lenda em Night City ou lutar por sua própria sobrevivência e durante a trama o vemos ao mesmo tempo em franca ascensão em Night City mas ao mesmo tempo em declínio de sua saúde(uma pena isso não interferir na gameplay) e até personagens que tem pouco tempo de tela conseguem ser marcantes de alguma forma e o jogo consegue ser tocante quando encontramos o destino desses. Por último, claro, temos Johnny Silverhand, interpretado por Keanu Reeves, sem dúvida a melhor participação de um ator famoso em videogames em toda história, Silverhand é uma pessoa impulsiva, narcisista e um tremendo manipulador, seus comentários são sempre ácidos e ver sua interação com V é sempre legal e arranca boas risadas, o desenvolvimento da relação entre os dois poderia ser mais cuidadosa mas brilha da mesma forma. E a trama é hipnotizante por ser envolta de personagens carismáticos e um mundo muito bem construído.

O ponto falho em Cyberpunk 2077 é que falta profundidade em sua gameplay e interações com o mundo, muitas coisas só estão ali pra dizer que estão, os apartamentos que você compra por exemplo tem nenhuma utilidade prática, as decisões que você toma na história também são um pouco rasas ao alterar o curso da história.

Cyberpunk 2077 é um ótimo jogo mas que durante toda sua jornada nos da a sensação de ser algo incompleto, espero que a expansão Phantom Liberty seja essa peça que falta e não deixa de ser triste vermos que um jogo com grande potencial tenha sido desvirtuado por uma empresa que se vendia como uma reserva moral da Indústria mas se mostrou tão desonesta como a maioria mas essa discussão é pra outro tópico.


Star Wars Jedi: Survivor Star Wars Jedi: Fallen Order foi um jogo OK, pegava inspirações de muitas coisas e colocava isso no universo de Star Wars, enquanto a jogabilidade era irregular, a exploração era satisfatória e visualmente bonito, o sistema de combate era limitado mas o jogo acertava em cheio em sua ambientação em Star Wars, contava uma história interessante e nos apresentava a um Jedi bem carismático, o protagonista Cal Kestis.

E felizmente, Jedi: Survivor é muito superior a seu antecessor, ele basicamente, aprimora tudo que deu certo no jogo anterior e corrige suas falhas. O sistema de combate é bem mais robusto dessa vez, tem mais variações e o que eu gostava no anterior(as finalizações e movimentação) aqui deve ter o triplo de novas animações e muito mais combos(o ponto fraco de JFO).

A customização de Fallen Order era bem irregular, enquanto tinha algumas variações pro droide BD-1 e pra Nave Mantis, a customização de Cal era precária, você tinha basicamente variações de uns Ponchos horríveis e variações de cores do uniforme básico. Em Survivor, você ganha muito mais opções e até tem como mexer na aparência de Cal e o que era legal no anterior, a customização dos sabres de luz, aqui fica incrível, você pode mexer em praticamente em todas as peças que compõem um sabre de luz. O sistema de progressão é um ponto bem forte nesse jogo e ver toda sua evolução se refletindo aos personagens e ambientes ao seu redor é algo que me surpreendeu.

 Os planetas são maiores pra exploração, você pode até usar animais pra se locomover(lembra muito os Chocobos de Final Fantasy) e graficamente o jogo tá substancialmente mais bonito, com melhores texturas e mais detalhados em cenários maiores e também mais variados entre si.

A história é mais dark e mais ambiciosa também, é bom ver a progressão do Cal dentro desse Universo e suas relações com outros personagens que ganham mais destaque aqui e ganha contornos bem emocionantes por você se ver apegado aos personagens e eles correrem risco real dentro da trama.

Jedi Survivor é certamente o melhor jogo de Star Wars em muito tempo(provavelmente em décadas) e uma pena ele ter sido lançado com tantos problemas, a resolução baixa no PS5 deixou ele muito feio na minha televisão e tive que jogar no PC que tinha muitos problemas mas aparentemente corrigiram já que estou jogando com uma performance estável e com as configurações no máximo.



E como chegamos no meio do ano eu vou dar uma breve recapitulada em alguns bons jogos que zerei nesse período. Não vou postar todos pois pretendo voltar com esse formato nos próximos posts

Dredge- Um jogo de exploração naval feito por uma equipe pequena da Nova Zelândia. Jogo lindo e também tenso.

Bramble: The Mountain King- Saiu recentemente no Gamepass e é uma aventura sinistra sob um olhar infantil, é irritante em alguns momentos mas vale por ser uma ótima jornada e ter uma direção de arte belíssima e macabra ao mesmo tempo.

Shadow of Tomb Raider: Eu gosto dos dois primeiros jogos em especial o segundo e esse terceiro foca mais na exploração, o que é legal, e a floresta é muito bem feita e imersiva, mas acho que o combate aqui ficou arcade demais, parecendo jogos de Playstation 2, o stealth funciona bem melhor e a história é intrigante mas falta personagens bem desenvolvidos além da protagonista mas é um jogo bom.



quinta-feira, 8 de junho de 2023

Reboot do Diário de joguinhos


O LocadoraTV tinha uma série excelente onde o Business Cat listava alguns jogos que ele estava jogando, então resolvi trazer isso de volta com alguns lançamentos ou jogos mais antigos.


Amnesia: The Bunker: Certamente o primeiro Amnesia(2010) foi o jogo de terror mais influente da década passada, basta ver quantos jogos no mesmo estilo foram feitos depois dele, as sequências foram decentes e traziam mais aprimoramento técnicos e a mesma competência em criar atmosferas tensas mas a fórmula foi esgotando com o tempo, então The Bunker mudou alguns aspectos, agora com elementos de Immersive Sim e um sistema de combate com armas de fogo. As balas são bem escassas(muito mesmo, ao ponto de você se sentir culpado quando atira) e a ambientação é bem escura e claustrofóbica apesar de se passar em um ambiente aberto para exploração(se passa em um Bunker, afinal) e a história é intrigante. Sem dúvida foi um bom esforço pra reformular a franquia sem deixar de ser fiel a suas raízes. E está disponível no Gamepass. Vale a pena. 8/10


Gears of War 4: Gosto muito da trilogia Gears of War, os jogos eram bem divertidos, tinham ótimos personagens e eram muito bem escritos, serrar inimigos é uma das coisas mais prazerosas que existia no mundo dos videogames então não sei exatamente o motivo de eu ter ignorado o quarto jogo(o Judgement foi fraco e desnecessário) e vi que cometi um erro. O jogo é ótimo. Parte de uma premissa interessante: Após o fim dos Locusts, Lambent e Imulsion, o planeta de Sera começou a sofrer com enormes tempestades devidos a mudanças climáticas que isso causou e poucos humanos vivem agora e todos estão vivendo em um cenário praticamente pós-apocalítico e a COG foi reformada e agora é um governo tirânico. Uma pena que isso não é aprofundado durante a trama mas a boa notícia é que os novos personagens são muito bons, JD esbanja carisma e seus companheiros são um bom suporte(Kat vai ganhando destaque durante a trama) e o Marcus Phoenix dispensa comentários mas confesso que gostaria de ver mais interação entre os personagens, o jogo durante sua parte final fica um pouco cansativo mas o capítulo 5 do game é realmente memorável e quebra a monotonia que estava se instalando de maneira espetacular. Tecnicamente o jogo é bem competente também e serrar os inimigos e tomar banho de sangue continua glorioso. Um sólido nota 8/10. E comecei a jogar o 5 e escrevo sobre na semana que vem.


I Did not Buy This Ticket: Eu confesso que não sou chegado a visual novels mas sempre fico ligado no cenário de jogos de horror(meu gênero favorito tanto nos jogos quanto no cinema) e achei essa VN de um estúdio chamado Time Galleon Games que é encabeçado pelo brasileiro Tiago Rech. Basicamente o jogo é sobre uma Carpideira(pessoas contratadas para ficarem de luto em funerais alheios) enquanto ela viaja de funeral a funeral. A arte é bem boa e com designs macabros e o texto é soberbamente bem escrito. O jogo é curto e apresenta 5 finais diferentes. Custa módicos 20 reais na Steam e é uma grande dica pra quem curte uma boa história. 9/10


The Lord of The Rings: Gollum: Primeiro tenho que me explicar o motivo de eu ter jogado(e terminado) esse jogo. Eu tenho uma mórbida atração por produções desastrosas, não me perguntem o motivo pois nem mesmo eu sei e de quebra sou fã de Senhor dos Anéis. Bem, pra começar, esse jogo do Gollum é algo que ninguém pediu mas ele chegou mesmo assim. E o jogo é um desastre, tem problemas graves de performance, os gráficos são do meio de geração do PS3 e a história é risível com momentos constrangedores. A gameplay é muito irritantes pois é um jogo de plataforma bem ruim com comandos péssimos que se confundem sempre(e acabam resultando em Game Over com frequência) Gollum vai além das inúmeras falhas técnicas pois é um jogo conceitualmente terrível. 2/10


Bom, é isso. Essa coluna vai aparecer aqui as vezes e a próxima vez será na semana que vem com alguns outros jogos que joguei ou estou jogando no momento.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

BackTracking #13 - Morto mas passa bem

Tamo de volta e trazendo os assuntos mais relevante dos últimos dias: Xbox.

Hoje, contamos com a presença de Business Cat, Findman e Desgraça com os convidados Belo e Surfista Aluminado para falar das tretas da aquisitivas da Microsoft, o vergonhoso Redfall e a entrevista do Phil Spencer arrependido, entre outros.

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Links:
Entrevista com Phil Spencer no Xcast
PlayDate do Mega64


BGM:
Good Eatin' - Pizza Tower
Dev Engine - Hi-Fi Rush
Swanklicious - River City Girls 2
Kusabi (Love or Die Remix) - The Silver Case
Cruise Ship Stern - Street Fighter 4
Hummin' The Bassline - Jet Set Radio Future

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Review - Resident Evil 4 Remake

 O sucesso do remake de Resident Evil 2 já trazia um destino inevitável: Resident Evil 4 iria receber um remake. Já rasguei muita seda sobre o título de 2005, afinal, é meu jogo favorito e um marco de na indústria de games. Não sou contra remakes e nem acho que sejam uma má ideia, por mais que tenham seu aspecto cash grab, são formas de revisitar ideias antigas e apresentar clássicos de uma nova forma para uma nova geração. 

O que temo é apenas sair um trabalho preguiçoso. Enquanto RE2 é um bom jogo, vejo alguns aspectos mal trabalhados, e olha que gosto mais do remake do que o original. Ainda acredito que ele poderia ser bem melhor se tivesse mais tempo de produção, e o mesmo se aplica à RE3, um título um tanto injustiçado, mas com razões óbvias. A expectativa criada com o antecessor justifica a decepção com a campanha curta e as diversas diferenças e partes que o remake "cortou".

Visto a dimensão do antigo, RE4R seria um projeto bem grande se fossem recriá-lo, logo, um desenvolvimento mais trabalhoso. Provavelmente, RE Village foi pensado para ser base do remake justamente por isso, o que deve ter aberto campo para investirem em mais coisas. Mesmo se o o jogo fosse apenas uma melhoria técnica e gráfica junto da implementação de sistemas mais "modernos", seria uma tarefa árdua.

É o remake que tinha a barra mais alta para atingir e felizmente ele conseguiu fazer um trabalho digno de uma forma que ele se tornou um título à parte. Não se contentando em procurar fazer "melhorias básicas" RE4R adiciona seus toques especiais, além de aumentar tanto o aspecto de ação quanto o de terror e manter as estranhices e comicidades tão lembradas do original.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Resident Evil 4: Mudando Tudo

Finalizando a retrospectiva de Resident Evil. Leia os textos de RE1, RE2 e RE3 nos links. 

Resident Evil 4 foi a esperada sequência da franquia na nova geração. Após o fim da trilogia original e a entrada de uma nova era de consoles, tivemos Code Veronica, originalmente para Dreamcast, Resident Evil 0 e Remake para GameCube e os spin-offs Outbreak e Gun Survivor. A série era exclusiva do Playstation 1 com algumas ressalvas, visto que os títulos recebiam ports de PC tempos depois, RE1 saiu para Saturn e o 2 para Nintendo 64. Mas são jogos muito associados ao PS1.

O que era para ser RE4, se tornou Devil May Cry e virou um dos títulos de lançamento do PS2. A Capcom estava numa época muito boa em termos de obras inventivas e explorando novos potenciais de videogames 3D. Shinji Mikami trabalhava como produtor, responsável por boa parte dos sucessos da era, eventualmente voltando para direção com RE remake, e enfim deu sequência na série com RE4 que conhecemos, que passou por um longo período de desenvolvimento.

Com diversos conceitos e alguns protótipos, tudo indica que Resident Evil 4 tinha um princípio acima de tudo: mudar. O projeto de Kamiya tinha ação, estilo e exploração de um castelo medieval e tornou-se DMC. As próximas versões do projeto de RE4 mantiveram o castelo, agora com Leon sendo atormentado por alucinações, depois abandonando a antiga perspectiva de câmera para o ângulo acima do ombro, e, por fim, abandonando a ideia de ser "puro" terror para virar uma pequena aventura de um agente americano em busca da filha do presidente sequestrada nos confins da Europa.

Após os eventos de Raccoon City, Leon e Sherry são interrogados por oficiais do governo americano, e em troca da segurança da garota, Leon começa servir os Estados Unidos e é treinado para virar um super agente. Seu treinamento e habilidades garantiram que ele seria a pessoa mandada para resgatar Ashley Graham, a filha do presidente dos EUA. Chegando em um vilarejo inóspito, ele é atacado pelos locais e encontra pistas sobre o sequestro e a ligação do povo com um culto sinistro.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Resident Evil 3: Adeus Raccoon City

Terceira parte da retrospectiva de Resident Evil até o 4 (textos de RE1 e RE2), agora abordando o capítulo final da trilogia clássica. O sucesso de RE2 foi a confirmação que a Capcom precisava para continuar alguns projetos e começar novos. Uma sequência direta do 2 estava sendo produzida por Hideki Kamiya para sair no PSX, mas com os envios dos kits de desenvolvimento de PS2, decidiram se dedicar esse projeto ao novo hardware, o que provavelmente virou Devil May Cry.

Enquanto isso, outros projetos como RE0 e Code Veronica já estavam em desenvolvimento, e o Resident Evil 3: Nemesis que conhecemos começou como um spin-off com ideias diferentes dos jogos anteriores, mas devido a demora para o lançamento do novo projeto de Kamiya para 2001, a Sony ia ficar sem um título decente da série no Playstation, o que seria financeiramente ruim para a Capcom, já que RE0 era para ser lançado no Nintendo 64 e Code Veronica no Dreamcast.

O diretor de RE3, Kazuhiro Aoyama, trabalhou nos jogos anteriores, como “Event Director” em RE1 e “System Planner” em RE2, onde ele também dirigiu o modo extra 4th Survivor, que parece ter sido uma inspiração para o conceito do terceiro título. Chamado de Bio Hazard 3: The Last Escape no Japão, felizmente mudaram o subtítulo para Nemesis aqui no ocidente, temos a jornada final de Jill Valentine em Raccoon City, a cidade já estava virando um inferno devido a infecção zumbi e eventualmente seria dizimada pelo governo dos EUA.

O início do jogo já é um bom exemplar de quão intenso ele vai ser, onde Jill é arremessada para fora de um prédio por uma explosão, diversos zumbis começam lhe seguir e cercá-la enquanto ela tenta abrir uma porta desesperadamente. Vagando pelas ruas e entre prédios abandonados, a protagonista tenta achar uma forma de escapar da cidade, mas além dos infectados e demais monstros estarem em seu caminho, ela terá uma ameaça muito maior lhe perseguindo.

terça-feira, 21 de março de 2023

Resident Evil 2: Consolidando Biohazard

Dando continuidade na minha retrospectiva de Resident Evil, agora irei falar da sequência, onde algumas mudanças um pouco inesperadas foram feitas na produção, mas se provaram corretas com o lançamento muito bem sucedido e que concretizou a franquia Resident Evil. Shinji Mikami se tornou produtor e passou a direção para Hideki Kamiya, que foi creditado como “System Planner” em RE1. Como esses papéis são um tanto incertos, principalmente antigamente, consta que o projeto teve diversos “Planners” e que Kamiya entrou no meio do desenvolvimento.

Hideki menciona ter trabalhado com storyboards das cenas e com os cortes dos cenários e ângulos de câmera, também contribuindo na criação dos personagens. Hoje em dia, além de ser conhecido por bloquear e xingar pessoas no Twitter, Kamiya é mestre na criação de jogos de ação criativos, responsável por Bayonetta, Wonderful 101, Viewtiful Joe e o primeiro Devil May Cry. Seguindo os passos de Mikami, ele também preferiu deixar outras pessoas dirigirem as sequências de Bayonetta enquanto agia como produtor.

Parece que todos Resident Evil têm alguma história interessante de desenvolvimento e o 2 já é conhecido pelo seu protótipo, chamado de Resident Evil 1.5, onde temos Elza Walker no lugar de Claire, uma delegacia moderna e outras ideias descartadas. Com a entrada do roteirista televisivo Noboru Sugimura para o time, que era fã do RE original, houve uma grande mudança, já que o escritor não gostou como a ambientação se distanciava do jogo anterior por ser realista demais.

Vendo sua carreira, Kamiya gosta de se envolver na criação da história e personagens dos jogos que dirige e produz, e Sugimura foi uma grande influência para o game designer novato na época. A delegacia foi transformada em algo mais nos moldes da mansão, remetendo ao mistério de explorar um local misterioso. Conforme você investiga, vai descobrindo que o prédio era um museu abandonado e a conexão entre o delegado e outras autoridades da cidade com a Umbrella.

segunda-feira, 20 de março de 2023

Resident Evil: Entrando no Mundo do Survival Horror

Resolvi rejogar a trilogia original do PSX e Resident Evil 4 original em antecipação ao remake de RE4. Fazia um bom tempo que não jogava os quatro títulos, então uma revisita sempre é boa, principalmente para ter uma nova perspectiva desses clássicos. RE é uma franquia monstruosa, gerando várias iterações, coisas que vão além de videogame, e tudo começou num projeto pequeno que foi se tornando maior e conquistou diversos jogadores da geração do Playstation 1.

A Capcom possuía game designers que se tornaram influência em toda a indústria com IPs únicas. Street Fighter, Final Fight, 1984, Ghost n' Goblins e diversos outros são lendárias máquinas de fliperama e deram fama à empresa. Desde cedo, a empresa também focou em fazer jogos para consoles, o que deu uma vantagem futura em relação a outras desenvolvedoras que ficaram ligadas ao arcade. Exclusivos como Demon's Crest e Mega Man ajudaram cimentar mais a presença da marca, fora adaptações como DuckTales, Aladdin e a série Magical Quest, até chegar Resident Evil e levar para outro patamar.

Em março de 1996, Resident Evil foi solto ao mundo. A história de desenvolvimento já é conhecida, o básico é que sua origem veio da ideia de reviver Sweet Home, uma adaptação de um filme de terror japonês que virou um RPG de NES lançado em 1989. Com múltiplos personagens, clima sinistro, violência e finais diferentes, ele foi a base do que seria a nova franquia da Capcom. Seu diretor, Tokuro Fujiwara, idealizou esse projeto, mas preferiu passar o desenvolvimento nas mãos de um diretor mais jovem na compania, esse sendo Shinji Mikami, que já tinha dirigido duas adaptações de licenças famosas: Goof Troop e Aladdin. 

Ambos os títulos não têm o mesmo nível de sucesso, Aladdin é baseado no filme da Disney, o que gerou um sidescroller bem competente e vendeu bem devido ao sucesso do filme, enquanto Goof Troop parece ser mais conhecido entre nós, brasileiros. O “jogo do Pateta” era muito bom, oferecia uma experiência única, especialmente em co-op, apesar de ser curto e não termos recebido níveis de dificuldade diferentes na versão ocidental. Algumas características como dois personagens diferentes, puzzles, elementos de exploração e inventário limitado parecem algo bem familiar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Review - Hi-Fi Rush

Aparecendo de surpresa na Xbox Developer Direct, mas não muito, visto que saiu um leak que não mostrava tanto no ano passado. Hi-Fi Rush surgiu como algo bem diferente devido o visual totalmente cartunesco misturado à ação e música. Apesar de ser liberado no mesmo dia do anúncio, estando disponível no Game Pass e custando apenas 30 dólares, ou 100 reais e alguma coisa por aqui, está longe de ser um jogo “pequeno”.

Desenvolvido pela Tango Gameworks, dirigido por John Johanas e produzido por Shinji Mikami, ambos reprisando seus papéis de Evil Within 2, o projeto já estava no forno por um bom tempo, antes da compra da Bethesda pela Microsoft, e veio para mostrar a capacidade do estúdio de trabalhar com algo fora do escopo de terror. Levando em conta a presença de Mikami, conhecidíssimo pelo Survival Horror, mas tendo dirigido jogos de ação memoráveis, como God Hand e Vanquish, obviamente há algo especial.

Fora isso, também temos a presença de Masaaki Yamada, ex-Capcom e ex-Platinum, conhecido por ser o game designer de títulos importantes como Bayonetta e Vanquish, além de diretor de Viewtiful Joe 2 e o de DS. A similaridade visual com Viewtiful e o combate estilo o primeiro Bayonetta mostram que Masaaki continua um nome forte quando se trata de ação. Hi-Fi Rush chegou com os dois pés na porta com esse time e mostra que há espaço para novas interpretações para hack n’ slash estilosos.

O jogador é apresentado a esse mundo futurista, onde um jovem de 25 anos descerebrado que sonha em ser um rockstar é escolhido para receber um braço mecânico através do Projeto Armstrong da mega corporação Vandelay Technologies. Por um pequeno erro, o braço é implementado junto ao "iPod" do protagonista, fazendo que o mundo, ou ao menos na sua perspectiva, esteja sincronizado às suas músicas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Review - Bayonetta 3

Mais uma esperadíssima sequência, Bayonetta 3 foi revelado em 2017 no The Game Awards apenas mostrando a protagonista titular sendo derrotada, e visto o estado atual do terceiro jogo, imagino que não deviam ter muito além disso. Após 4 anos, finalmente temos o produto finalizado, quer dizer, mais ou menos...

Primeiramente, ele não é muito bonito, sabemos que o Nintendo Switch anda tendo problemas com performance em lançamentos recentes, mesmo Bayonetta 3 tendo esse problema, ele é visualmente inferior aos títulos anteriores, e perante a seu primo, Devil May Cry com DMC5, é uma sacanagem comparar. Longe de ser feio, mas ele tem aquela cara meio jogo AA, faltando uma característica visual mais marcante, fora os cenários serem menos vibrantes e vivos, é algo que lembra Nier: Automata, só que mantendo o padrão de capítulos de Bayonetta. 

Ao menos, o show extrapolante continua com suas setpieces e cenas absurdas da heroína punindo seus adversários, porém, a protagonista é bem mais comportada, faltando sua atitude mais provocante e maliciosa. Como envolve a premissa de "Multiverso", fica claro que pode ser outra Bayonetta, mas imagino que essa mudança deve ter rolado também devido a dubladora antiga, Helena Taylor, não reprisar o papel. Acho que é uma escolha mais adequada, pois por mais que Jennifer Hale seja incrível, o tom dela é bem diferente para a personagem.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Bayonetta - Duologia da Bruxaria

A PlatinumGames foi fundada por alguns ex-funcionários da Capcom, especialmente do sub-estúdio Clover Studios, responsáveis pelos clássicos Viewtiful Joe, Okami e God Hand. Apesar de serem jóias da sexta geração, não foram sucessos tão grandes quanto outras franquias da época, o que levou a falência do estúdio. Apesar de não ser oficialmente parte da linha da falecida Clover, Devil May Cry foi criado por um time interno da Capcom nomeado “Team Little Devils".

DMC foi dirigido por Hideki Kamiya, apesar do seu sucesso, a sequência foi feita na surdina pela Capcom e sem a participação do diretor, então a recém criada Platinum era a chance dele fazer um sucessor espiritual. Agora com o “Team Little Angels”, Kamiya traz Bayonetta, uma nova faceta de hack n’ slash/brawler que pega a base de combate com ranqueamento, combos e muito estilo de DMC, misturando com a esquiva e slow-motion de Viewtiful Joe. Costumam dizer que a moça do jogo homônimo é uma versão masculina do Dante, mas vai além disso.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O episódio piloto de The Last of Us


Desde seu lançamento em 2013 The Last of Us passou por um processo de adaptação aos cinemas pelas mãos do Produtor Sam Raimi e essa operação explica o fracasso retumbante das adaptações de jogos em Hollywood já que de acordo com Neil Druckmann, o filme transformaria The Last Of Us em Guerra Mundial Z. O que mostra a total incompreensão dos executivos de cinema da Indústria sobre o teor dos jogos de videogame e a adaptação para o cinema acabou morrendo devido a insatisfação de Druckmann com os rumos do projeto. 

Em 2020, Craig Mazin(Chernobyl) foi convidado para uma reunião com a Sony e escolheu justamente The Last of Us para adaptar em uma série para a HBO que de imediato aprovou a produção em parceria com a recém fundada Playstation Studios.

Mostrando uma lealdade inabalável ao material original, Mazin convidou Druckmann para ser o criador da série sendo o roteirista do show ao seu lado e também o diretor em um dos episódios. No que parece ser a equação perfeita para criar uma série de sucesso. Juntando duas pessoas de comprovada competência para adaptar uma IP popular com uma história bem rica com personagens cativantes.


"Quando estiver perdido na escuridão"


Resumidamente, The Last of Us conta a história de Joel Miller, um contrabandista que é incumbido de escoltar uma menina(Ellie) até Washington para um grupo revolucionário chamado Vagalumes.

O episódio piloto abre com a assinatura de Craig Mazin em um vídeo de um talk show bem humorado de 1968 falando sobre a possibilidade de um fungo parasita começar a evoluir devido a mudanças climáticas e conseguir possuir humanos. A negligência de ações para se prevenir de algo iminente é um assunto que Mazin parece gostar de abordar já que seu trabalho anterior girava sobre esse mesmo tema. Após isso a abertura da série começa com os acordes inconfundíveis do Charango de Gustavo Santaolalla. O primeiro arrepio que a série causa.

De fato o inicio do episódio é primoroso, funcionando como uma expansão do que vimos no jogo, por exemplo, ao decidir iniciar a trama de Joel horas antes do começo do próprio jogo(quando sua filha entrega o relógio para ele), isso acaba nos dando um estofo maior para a personagem e seu relacionamento com seu pai. 

E o jeito que tudo isso leva ao Outbreak Day(quando a infecção começa a se espalhar  de maneira massiva) é brilhante, ao utilizar uma simples anotação do jogo como uma parte essencial do episódio ao mostrar os trágicos assassinatos cometidos pela Sra Adler, a fuga de Joel, Tommy e Sarah de seu bairro torna-se ainda mais traumática. Assim como no jogo, toda essa introdução forma uma base muito sólida para a jornada pessoal de Joel. E destaque para a direção de Craig Mazin, a condução quase sem cortes aparentes até o acidente com o carro de Joel e sua família é brilhante e evoca perfeitamente o clima caótico da situação sem apelar para uma edição rasteira e caótica como é costumado a se fazer.

Porém, a história poderosa do material base poderia se perder se não fosse seguida pelos atores e The Last of Us da HBO se mostra um primoroso acerto nesse aspecto. Começando por Pedro Pascal, ele aborda Joel de uma maneira diferente de Troy Baker mas igualmente fascinante, desde o principio surgindo de uma maneira mais leve que o Joel dos jogos no período pré-tragédia, a transição de um Joel espirituoso para uma pessoa quase totalmente fria é ainda mais potente, e esse enrijecimento de sua personalidade é transposta perfeitamente por Pascal como vemos na cena em que ele joga o cadáver de uma menina ao fogo como se tivesse descartando um lixo qualquer(perceba o contraste em sua postura atual e a do dia do incidente) mas ele ainda mantém conexões humanas com seu irmão Tommy e sua parceira Tess e uma ação de Joel no fim do episódio é uma rica adição a personalidade do personagem em relação ao que existe no jogo.

Bella Ramsey também encarna Ellie de uma maneira diferente do jogo, Ellie aqui é um pouco mais irritada e instável o que é compreensível já que ela é posta em uma situação mais tensa mas com uma personalidade tão forte quanto a do jogo e em sua primeira cena já estamos completamente investidos na personagem.

Com um roteiro que se preocupa em investir nas relações humanas entre seus personagens e a própria imersão na narrativa de uma maneira que seja fiel ao videogame, visualmente The Last of Us incorpora os elementos do jogo original como usar cores mais fortes para iluminar sua fotografia e que por consequência foge do clichê do subgênero que frequentemente usa cores mais pesadas para ilustrar os ambientes, apesar de não ser algo original(Zack Snyder usou esse artificio na sua versão de Madrugada dos Mortos) funciona muito bem para nos dimensionar nesse novo mundo que nos é apresentado e ver os cenários do jogo sendo fielmente reconstruídos é um de vários momentos de aquecer o coração que esse episódio piloto nos traz.

Mas tendo a proposta de ser fiel, The Last of Us não se omite em fazer importantes alterações em relação ao material original e isso se aplica aos infectados, a infecção afeta de maneira diferente os doentes e tentáculos começam a sair de seus corpos começando por sua boca criando uma espécie de infectado totalmente nojenta que dá um frio na espinha e a maneira que eles se movimentam é totalmente mais agressiva que no jogo e parece ser inspirada nos zumbis de Invasão Zumbi(2016), eles são bem mais rápidos e também mais fortes pois usam o próprio corpo para se livrar dos obstáculos que deixa as sequências de perseguição totalmente apavorantes e imprevisíveis. Também é interessante como o roteiro sutilmente demonstra o poder desse fungo ao mostrar uma idosa com problemas neurológicos tão agraves que deixa ela acometida e quase catatônica em uma cadeira de rodas e ela ser "consertada" pelo fungo a transformando em uma atleta nos apresenta um paralelo perturbador, enquanto sua questão física é totalmente curada(e aprimorada) pelo Cordyceps(o fungo), sua mente é levada por um propósito maldito.

A direção de arte é maravilhosa e a decisão de filmar os cenários com câmeras em alta profundidade faz esse episódio ficar ainda mais bonito, tem algumas tomadas que são verdadeiros wallpapers, minha favorita é a da menina caminhando em direção a uma base militar num plano que mostra uma cidade apocalíptica ao fundo e a tomada final pela perfeita criação de uma área do jogo embalada por uma das mais belas canções dos anos 80.

Também é impressionante como o diabo mora nos detalhes nesse episódio, algum dos acontecimentos são explicados quase que por meio de easter eggs(como a infecção se espalhou por exemplo) e falando em easter eggs o episódio piloto contém dezenas que dificilmente serão reconhecidas em apenas uma assistida.

O episódio piloto de The Last of Us venera o jogo original de maneira tocante e sincera, é sensível em suas alterações e certeiro em suas adições que tornam sua história tão rica quanto a do material original. Um começo muito forte para uma adaptação de um jogo tão amado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Review - Dead Space 2

Já falei do primeiro Dead Space aqui, apesar de não ter gostado tanto quanto eu gostava há uns 10 anos, foi um marco dentro do gênero de jogos de terror, seguindo os passos de RE4, mas indo para o lado de terror espacial e tendo um bom equilíbrio entre ação e horror. Com a vinda do remake do primeiro, decidi revisitar Dead Space 2, lembrando que houveram uma porrada de spin-offs entre os jogos, mas não me importo o bastante com nenhum deles.

Após o sucesso estrondoso, era esperado um segundo título e a Visceral entregou um novo capítulo da história de Isaac Clarke, três anos após sobreviver ao pesadelo na estação espacial Ishimura. Sem muita lembrança do que aconteceu durante esses três anos, mas acordando em uma camisa de força em uma estação espacial chamada Titan Station, ou Sprawl, que acabou sendo infectada por Necromorphs. Isaac vai ter que confrontar esses seres monstruosos novamente, redescobrir o que aconteceu durante esse tempo todo e lidar com seus traumas após a Ishimura.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Review - River City Girls 2

Um dos jogos de 2022 mais aguardados por mim. River City Girls 2 teve um lançamento conturbado, visto que o jogo saiu primeiro no Japão no dia 01/12/2022, sendo anunciado junto de uma edição física com o primeiro RCG. Essa versão possui muitos problemas, parece ser uma build anterior até comparando com o que foi mostrado em trailers recentes e eventos, o que deve indicar algum acordo que obrigou a apressar o lançamento e sair desse jeito.

Posteriormente, o lançamento global ocorreu em 15/12 e alguns defeitos técnicos ainda persistem. O principal sendo o a gameplay estar em 30fps, ou menos, e input delay. Foi disponibilizada uma versão beta na Steam, onde é possível jogar o single player com 60fps, enquanto o multiplayer continua do mesmo jeito. Ainda há alguns bugs e estranheza ainda, mas joguei tanto a versão japonesa no Switch e a atual no PC antes de escrever a review.

Para quem jogou o primeiro jogo, River City Girls 2 é uma expansão de tudo estabelecido antes. Não sei o quanto sucesso ele fez, mas acredito que foi o bastante para a ArcSystemWorks ter mais consideração e dublar o jogo em japonês. Kunio-kun é uma série que tem algum relativo sucesso no Japão, ainda mais comparando com o ocidente. River City Girls parece ter sido a maior atenção global que a franquia teve desde o River City Ransom de NES.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Troféu Locadora 2022


   A sétima edição do Troféu Locadora está aqui para abrir o ano novo, mesmo com o blog respirando por aparelhos. Como todo ano, coisas boas, ruins e inusitadas apareceram na nossa frente nesta indústria que gostamos tanto de acompanhar, então nos ajude a eleger os melhores e piores de 2022, que receberão a Fita de Ouro do LocadoraTV. Caso não consiga votar abaixo, clique aqui.

Também ouça o podcast onde selecionamos os indicados.

BackTracking #12 - Montando o Troféu Locadora 2022

Mais um ano termina e não poderíamos deixar uma das maiores tradições do Locadora de lado. No episódio de hoje, Leonam, Business Cat, Bulmo e Desgraça decidem os indicados para o Troféu Locadora 2022. Se você já quiser votar, entre no post.

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BGM:
Wii Shop Music Theme
Copied City - Nier: Automata
Clocktower Mansion - Super Castlevania IV
The Buzz in the Grotto - Shovel Knight
Funk to the Top - Ollie King
Movement in Green - Final Fantasy X
Theme of Q - Street Fighter III: Third Strike
Get Through Dark - ROCKMANX by Alph Lyla