segunda-feira, 29 de julho de 2019

Catherine Classic - Review


Com Catherine: Full Body chegando no Ocidente daqui a pouco, resolvi jogar o original, que como bom trouxa, comprei a versão lançada para Steam neste ano, devido o baixo preço e a curiosidade. Lembro do jogo fazer um sucessinho quando chegou no 360 e PS3, a proposta em si é interessante, com a mescla de puzzle e plataforma, bem como sua história de amor e dilemas da vida.


Acompanhamos uma semana conturbada para Vincent, um cara meio folgado de 30 anos que se sente pressionado a se casar com Katherine, sua namorada de longa data, mas seus problemas aumentam após acordar de uma noite de bebedeira ao lado de Catherine (com 'C'), uma garota descompromissada que parece ter saído dos sonhos mais eróticos da mente do protagonista. Junto disso, Vincent começa ser atormentado por pesadelos mortais que andam afetando outros homens e podem até matá-los.

Escolhas no jogo afetam seu 'medidor de moralidade', que vai pendendo pro lado azul ou rosa, representando Katherine ou Catherine, respectivamente, o que não muda nada significante fora os finais que determinam com quem Vincent vai ficar, sendo que a etapa final possui as questões decisivas disso. O jogo pende mais pra um lado exagerado, usando comédia e horror pra representar a situação de vida de Vincent e até um lado mais sacaninha, o problema é que parece que você está escolhendo um ideal, mais do que as personagens

Entre Catherine e a Katherine, não achei muita motivação para escolher nenhuma das duas. Katherine ainda tem uma história com Vincent, já que é uma namorada há tempos, mas não aprofundam tanto nisso e, no geral, ela não é uma pessoa muito agradável, enquanto a Catherine é só a garota mega sexy que o ama mais que tudo, algo que sempre parece irreal durante a trama. Elas não são interessantes, então a sua escolha é mais sobre o que elas representam do que o que elas são, até as questões decisivas pro final parecem ser mais entre ter uma vida tranquila e organizada, ou livre e caótica, as Catherines não importam tanto, ainda bem que permitem que você escolha nenhuma delas, apesar de não ser tão simples conseguir isso.


A melhor parte acontece ao redor desse plot principal, todas as noites Vincent vai ao bar Stray Sheep encontrar seus amigos e outras pessoas que estão com problemas em suas vidas que dependem das suas escolhas para serem resolvidas, por mais que algumas dessas "side-quests" acabem sendo meio jogadas, principalmente as que aparecem lá da metade pro final do jogo e ficam sem uma conclusão, digo que elas acabam sendo mais interessantes que a campanha principal

O bar em si é um ambiente bem agradável, além de conversar, é possível jogar Rapunzel, uma versão alternativa do jogo normal, responder mensagens pelo celular e, o mais óbvio de tudo, beber, podendo até ganhar curiosidades sobre bebidas alcóolicas, achei uma boa escolha entre cutscenes e os pesadelos, onde ocorre a parte principal de jogabilidade.

Após sair do bar, Vincent entra num pesadelo onde está só de samba-calção, chifres e um travesseiro e no meio de uma pilha de blocos que desabando, seu objetivo é escalar essa pilha e pra isso serão usados os blocos para fazer um caminho, que são conectados magicamente uns aos outros pelas beiradas. Eventualmente, mais tipos de blocos são colocados, como bloco de gelo, blocos com armadilhas, blocos que não podem se mover, há sempre uma variedade no desafio, até chefes são colocados no meio, com representações nada sutis de medos da vida de Vincent, como casamento e filhos.


Essa parte dos puzzles, mais Rapunzel e outros modos de jogo como o ''Coliseum'' e a "Babel Tower" garantem um bom tempo de jogo, fora que há pontuação e trofeús nas fases, dando bastante coisa pra quem quiser se aprofundar na jogabilidade, tanto que há até uma cena competitiva de Catherine. Pra quem quiser passar só de boa, vai encontrar um bom desafio, por mais que eu não seja lá o maior jogador de puzzles, levei um tempo pra me acostumar e ainda apanhei bastante no decorrer, sem contar que comecei jogando no Hard e foi um bom tempo morrendo até desistir e ir pro Normal.

Entre as fases de puzzle, há um local onde Vincent pode interagir com ovelhas, que são homens do mundo real, e lá há um complemento da parte social do bar, onde você pode ajudar outras pessoas e até compartilhar e receber dicas de como criar um caminho entre os blocos, também há o confessionário, com perguntas que afetam o medidor de moralidade, e um vendedor de itens, itens que podem ser encontrados no meio de algumas fases e ajudam bastante.

Mas ainda há alguns problemas nessa parte, o controle para largar da beirada de blocos é o mesmo usado pra segurá-los, o que pode ocasionar em mortes desnecessárias, a câmera só foca em um lado da parede de blocos e mexe pouco, ir pra parte de trás da parede acaba sendo difícil, fora que os controles direcionais mudam. A versão lançada na Steam também tem seus defeitos, principalmente em relação as cutscenes, que parecem estar numa qualidade pior que as originais de console, e o áudio, apesar de ter dual-audio, o volume é baixo demais e ocorre alguns bugs, fora que pra mim, a performance dava umas quedas nas horas mais "tumultuadas", principalmente com chefes.


É complicado quando um dos aspectos principais do jogo é ruim. Toda a história e a decisão entre as duas Catherines são o foco do jogo, isso não me conquistou nem um pouco, enquanto ficar batendo a cabeça pra tentar fazer um caminho viável entre os blocos enquanto ouvia remixes de música clássica e ficar ouvindo problemas das vidas dos outros enquanto me embebedava foram o que me manteu jogando até o fim.

Catherine Classic provavelmente vai ficar defasado com o lançamento ocidental da Full Body e parece que os jogadores de PC ainda vão ter que ficar com essa versão por um tempo, não sei o quanto melhoraram a história, mas já corrigiram parte dos defeitos que encontrei nos puzzles. De qualquer forma, Catherine foi divertido, mesmo com esse dilema entre duas personagens dessinteressantes, a história foi legal de acompanhar, mesmo não tendo uma conclusão satisfatória, e toda a parte dos pesadelos e passar o tempo no bar me entreteve, acho que vale experimentá-lo só pela curiosidade, mesmo com uma versão melhorada saindo em breve.

Nota: 6

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