sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Review - Uncharted 2: Among Thieves

Continuando minhas aventuras com Uncharted: Drake’s Collection, tendo um review do primeiro logo aqui. Lembrando um pouco o cenário da época, o PS3 já tinha seus 3 anos de vida e ainda estava num local incerto em meio a geração. Não parecia a melhor opção da geração, tendo poucos exclusivos chamativos e versões piores dos jogos multiplataformas, ao menos tinha o mídia do blu-ray. O surgimento de Uncharted 2 foi bem estranho, eu que nem sabia que havia o 1, o jogo era muito bem falado, se tornando o queridinho, "GOTY de 2009" e diversos outros louvores, mas é isso tudo mesmo? Principalmente atualmente? Bem, vamos ver.

Se passando um tempo após Drake’s Fortune, Uncharted 2: Among Thieves traz Nathan Drake em mais uma jornada após ser convencido por um antigo conhecido chamado Harry Flynn, e sua namorada Chloe Frazer, no qual Drake já conhece de outras "aventuras". O objetivo é roubar uma lâmpada à óleo que pertenceu a Marco Polo, o que seria uma pista para descobrir onde está a cidade de Shambala. Flynn passa a perna no nosso protagonista, deixando-o para ser preso após o roubo, e leva três meses para ser solto por seu amigo Victor Sullivan e Chloe. Seu camarada traíra não fez nenhum progresso significante durante todo esse tempo e, para piorar, ele está trabalhando com um criminoso militar casca-grossa, Zoran Lazarevic, que, além de cruel, parece ser meio bitolado com o que o tesouro de Shambala.

Logo temos Drake e sua turma contra um exército altamente equipado em uma corrida em busca desse tesouro. A narrativa é interessante, continuando com um elenco de personagens carismáticos e introduzindo alguns novos, apesar dos vilões não serem nenhum primor, são detestáveis o bastante para funcionar. Chloe tem um papel mais diferente, por mais que esteja enganando Flynn, às vezes bate cabeças com Nate e cria situações divergentes. Pode não ser uma personagem que eu goste muito, principalmente comparando à Sully e Elena, mas esse relacionamento de tapas e beijos cria uma dinâmica interessante, particularmente pela rigidez e "profissionalismo" de Chloe, enquanto Drake é um cara de coração mole.

Ao contrário do antecessor, Among Thieves é uma jornada por diversos locais, indo de uma floresta em Borneo, Austrália, á uma cidade em ruínas durante uma guerra civil no Nepal, até em montanhas geladas no Tibet. Enquanto colocar uma campanha no mesmo lugar não é necessariamente ruim, pelo tipo de jogo que Uncharted é, uma variedade de locais é muito mais adequado para sua natureza aventuresca e com foco em ação.

A primeira cena de Uncharted 2 é um “flash-forward” com Drake saindo ferido de dentro de um vagão de trem na beira de uma montanha, precisando escalar os destroços para sair vivo, então somos levados ao acontecimentos que levaram a esse cenário peculiar. E não para por aí, Nathan é colocado nas mais diversas cenários caóticos possíveis, sendo a própria fase do trem, antes dele descarrilhar, um ótimo local para ficar pulando pra lá e pra cá, dentro e fora dos vagões em um trem em movimento, achando maneiras de lidar com a tropa de inimigos que você vai encontrar.

Uma das minhas reclamações de UC1 foi em relação ao jogo não misturar muito bem o "parkour" com o tiroteio, e Among Thieves corrige isso, integrando melhor as duas mecânicas para criar um combate mais divertido. A parte das escaladas é um pouco mais nos trilhos, geralmente não te permitindo saltar para lugares onde você não pode se segurar. Somando à jogabilidade, ainda dá pra fazer um pouco de stealth, apesar de ser bem basicão e fácil de ser avistado, alguns cenários dão a chance pegar inimigos na furtividade e conseguir uma posição melhor no campo, assim como arrumar munição, armas e granadas.

Mesmo sendo linear, ainda há uma liberdade de fazer abordagens diferentes, têm até cenários onde eu matei dois inimigos, passei despercebido pelos outros e avancei para próxima área sem ter um combate. Não sei se é algo que dá para fazer mais vezes, mas só descobrir esse jeitinho foi legal. Sem contar que adicionaram umas “boss fights”, geralmente contra algo como um helicóptero ou um tanque de guerra. Não é nada muito complexo e mega elaborado, dá pra dizer que nada é assim, em termos de jogabilidade ou narrativa, porém funciona muito bem para a proposta.

A escolha de fazer uma sequência mais simplificada poderia ter sido um tiro no pé, só que a Naughty Dog fez um bom trabalho com a ideia de tornar Uncharted mais focado em um espetáculo de cenários perigosos. Muito se fala da série se parecer e se inspirar em Tomb Raider, e ambas beberem de Indiana Jones, onde certamente Uncharted se encaixaria mais nas aventuras de Indy. É aquele tipo de aventura explosiva, com um elenco legal, um protagonista falastrão e "cenas" de ação boas, e mesmo tendo uma pegada cinematográfica, ainda é divertido de jogar

Comparando a algo como Indiana Jones e outros filmes gerados nessa onda de "aventura arqueológica", não é nada revolucionário e nem surpreendente, porém não precisa ser. Apenas ter diversas qualidades em meio sua pegada "pipocão" blockbuster, já foi suficiente para chamar muita atenção e ser elogiado. A fórmula de Uncharted 2 é sempre apresentar alguma coisa nova e aproveitar bem isso, sem ficar tempo demais em um ponto. Há bastante situações absurdas, onde você está no controle, fazendo Drake pular de carro em carro no meio duma perseguição numa montanha, ou fugindo de um prédio enquanto desaba. Vendo em relação ao grande sucesso na época de lançamento, acredito que a empolgação não foi sem motivo, é um jogo como poucos até então e continua sendo bom após dez anos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário