segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Review - Splinter Cell: Pandora Tomorrow

Dando continuidade em minha maratona de Splinter Cell. Pandora Tomorrow é a sequência de Tom Clancy’s Splinter Cell, mantendo a mesma “casca” do anterior, mas com muitas melhorias em praticamente tudo. Por alguma razão, computadores e sistemas operacionais mais novos encrencam com o jogo, o que fez a Ubisoft tirar ele de venda nas lojas digitais. Eu mesmo comprei o pack da série na Steam, e além do Blacklist, ficou faltando o Pandora Tomorrow. Ao invés de tentarem arrumar, ficou por isso, não é exatamente algo que a desenvolvedora se preocupa, visto que nem se importam com Splinter Cell hoje em dia.

O PC é uma excelente plataforma para jogar coisas velhas, só que esses tipos de problemas são comuns, principalmente quando é uma IP que os donos não se importam, ou um port perdido que se torna abandonware. Felizmente, a comunidade de Splinter Cell tem jogadores o bastante para se importar, então foi fácil achar uma solução para jogá-lo atualmente e consegui baixar ele completo no ModDB, com todas correções e funcionando perfeitamente. Enfim, voltando ao jogo.

Sam Fisher continua seu trabalho de espionagem para a Third Echelon, agora sendo enviado para a Embaixada Americana no Timor-Leste, onde um grupo radical chamado Darah Dan Doa, decide atacar as tropas americanas no país, bem como sequestrar pessoas da embaixada. O grupo é liderado por Sahadi Sadono, um revolucionário indonésio que atrai simpatia do público em relação aos seus atos patrióticos e atitude antiamericana.

Visto que ainda é a mesma engine do primeiro, a Unreal Engine 2, ele tem muitos similaridades e muitos melhoras, visualmente e mecanicamente. Os controles são basicamente os mesmos do título anterior, só que com algumas melhorias, como não ser necessário selecionar a “gazua” e o cabo óptico para usá-los nas portas, agora são opções que já aparecem quando você está na frente delas. Fisher não tem mais o pulo na parede, mas o espacate serve para você se movimentar entre alguns lugares apertados e alcançar maiores alturas. 

Mudaram os med kits para pontos estacionários de cura, o que não é uma mudança incrível, mas acho que é uma decisão mais correta neste tipo de jogo, para o jogador ter mais cuidado ao enfrentar alguém. Adicionalmente, Sam tem novas coisinhas, como assobiar para chamar a atenção, o "swat turn", um movimento rápido para se mover entre coberturas próximas, entre outras coisas. Acho que essas são boas adições, deixando o jogo melhor resolvido, onde praticamente tudo é mais útil e dinâmico. 

Os mapas ainda são lineares e sem muitas rotas alternativas, porém são mais bem pensados. A primeira missão, a embaixada, é um tutorial que já explica bem as mecânicas, sem limitar nada do arsenal e apresentando praticamente todos os “maneuvers” de Sam. Lembro de uma missão onde eu não sabia senha para porta para a recepção, o que me fez assobiar para atrair o guarda, aí ele abriu a porta e eu entrei. Ao ver a mesa do guarda, percebi que tinha um papel com a senha na parede, então o adequado seria usar a SC-20K e jogar a câmera pela janela para conseguir ver a senha. É uma ideia simples, e acredito que foi na missão final, mas achei muito bem pensado.

E também percebi como a campanha flui bem melhor, onde joguei todo Pandora Tomorrow em questão de uns 4 dias, sem interrupções. As missões podem ser um pouco curtas, mas apresentam mais cenários interessantes. A segunda missão, onde Sam é largado em um trem em movimento, tendo que lidar com o vento para não cair, ter que ir por debaixo do trem para navegar entre vagões trancados, certamente é meio show-off de gráfico e tecnologia, ver Sam Fisher se segurando na beirada do trem, eventualmente passa um outro trem nos trilhos ao lado, o que é adequado para um jogo de espionagem como ele.

Como as missões ficaram mais interessantes, a história também é mais legal de acompanhar. Deram mais uma pitada de humor entre as interações de Fisher e seu time de suporte, além de manterem os noticiários, tendo até cenas com os apoiadores de Sadono usando suas camisetas, no maior estilo Che Guevara. Enquanto ainda não é exatamente um grande chamativo, ao menos deixa a narrativa com algo a mais, sem contar que os personagens continuam excelentes, só com a estranha mudança de dubladores do Lambert e da Anna, que felizmente voltam aos dos jogos originais na sequência. 

Curiosamente, há algumas escolhas durante a campanha, que resultam em situações diferentes que não são lá tão notáveis. Enquanto há mudanças em situações e inimigos numa área, geralmente as escolhas rendem diálogos diferentes, provavelmente com Lambert te dando um puxão de orelha por não fazer o que foi mandado, ou o que ele acha melhor.

O que acho mais estranho é que ele é curto, vendo pelas gameplays da internet, deve dar umas 10 horas, sendo menor que o título anterior, em torno de 12. Talvez ele pareça menor do que ele realmente é após eu ter me acostumado com o primeiro, além de haver bastante melhorias de qualidade de vida. Provavelmente, o fato de ter multiplayer, que nem me preocupei de verificar se ainda funciona, deve ter afetado a campanha singleplayer, não que a duração seja exatamente um problema, visto que a maioria das missões são excelentes, 

Tirando os problemas do port de PC para computadores modernos, além da tela de game over que agride seus olhos com um brilho absurdo, é uma sequência que melhora tudo do seu antecessor. Os desenvolvedores parecem ter solidificado melhor a ideia de Splinter Cell e conseguiram fazer a verdadeira experiência de “ação furtiva redefinida” aqui. Não diria que vale a pena pular o anterior, pois seguir de os títulos em ordem de lançamento mostra a evolução natural da franquia.

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