Disclaimer: o post não tem spoilers, ou evita não ter. |
Visual Novel é um gênero de jogos bem popular no Japão e com alguma fama por aqui. Há até uma discussão se visual novel pode ser considerado videogame, sendo que alguns jogos do gênero mal tem jogabilidade.
De qualquer forma, algumas visual novels colocam mais opções de interação do jogador, fazendo que seja mais do que apenas ler textinho continuamente. Um bom exemplo disso é a série Ace Attorney, que coloca elementos mais de jogos "adventure", você controla um advogado e tem que provar a inocência de seu cliente no tribunal, você tem que investigar a cena do crime, interrogar pessoas e descobrir o mistério por trás do caso.
Danganronpa tem coisas bem comuns a Ace Attorney, mas a pegada é bem diferente, como definiu o escritor da série, Danganronpa tem um conceito de "Psychopop Highschool Detective Mystery".
Hope's Peak Academy, ou a "Academia Topo da Esperança", caso preferir um pouco de português, é uma escola de alto nível que permite somente jovens com habilidades excepcionais e com melhor desempenho em sua área. O jovem estudante que é o melhor em jogar tênis é classificado como Super High School Level Tenis Player. O termo Super High School Level (SHSL) foi traduzido como "Ultimate", o mais próximo de tradução no português deve ser "Definitivo", na localização inglês oficial, por mais que possa soar melhor, não é exatamente um termo adequado.
Então os talentosos estudantes de Hope's Peak Academy são colocados num jogo chamado Killing School Life, eles estão presos dentro da escola e devem se unir para sobreviverem, a escola é cheia de recursos para isso, mas caso não queira ficar preso dentro dela, o aluno deve matar algum "colega" sem ser descoberto. Os outros estudantes devem investigar a cena do crime, debater num tribunal e descobrirem o culpado, caso a pessoa errada for indicada, todos os alunos morrem menos o assassino, que será "graduado" e poderá sair da escola, e caso descobrirem o verdadeiro culpado, ele será punido por seu crime.
Todo esse jogo é comandado por Monokuma, um urso de pelúcia monocromático, que se se diz diretor da escola. Monokuma é o antagonista "principal" e mascote da série, também é um escroto de primeira classe com total domínio da situação e só quer se entreter com o sofrimento dos participantes, trazendo coisas para provocar os estudantes e influenciar para que a matança comece.
O jogo é separado em duas seções, Daily Life e Deadly Life. No Daily Life, você é livre pra dar uma volta e falar com os outros personagens, podendo assim descobrir mais de suas vidas e como seus talentos o afetam. É uma parte interessante, mas sem muito impacto, suas escolhas não fazem diferença, não vão impedir que alguém morra e nem que alguém mate. O Daily Life só garante mais background para os estudantes e alguns bônus na hora do discussão no Deadly Life. Como você provavelmente não vai conseguir falar com todos personagens que quer, os jogos também tem um modo alternativo onde não há assassinatos, apenas o dating sim.
Em Deadly Life, além da investigação, que é um point n' click básico, você irá para o tribunal com os outros alunos para um debate onde devem descobrir que é o assassino. No debate, o jogador controla um ponteiro e tem os depoimentos e evidências como balas, a discussão ocorre e você terá que dar um tiro com a bala correta no argumento contraditório a sua evidência, além disso, o jogo contém minigames para darem uma dinâmica diferente no debate. Também há um timer e uma barra de vida, mas perder toda a vida ou esgotar o tempo não tem um Game Over, o jogo volta na última parte que você estava.
No fim de cada discussão, o jogo terá umas páginas de um mangá com alguns quadros faltando e você terá que escolher os certos para montar a história de como foi o assassinato e quem é o culpado.
Após isso, a turma faz uma votação pra determinar quem é o assassino, obviamente que acertam, pois se não o jogo ia acabar. Então Monokuma realiza uma punição especialmente preparada para aquele aluno, que geralmente tem algo haver com seu talento, assim os outros personagens que sobrevivem voltam a viver normalmente, na esperança de achar uma saída dessa situação.
Visualmente, Danganronpa é bem estiloso, você anda por um cenário em 3D com elementos 2D, ao entrar em cenário, ele vai se "montando" e colocando objetos pra lá e pra cá e os personagens, alguns ambientes são mais comuns enquanto outros mais bem coloridos e extravagantes, assim como alguns personagens. Mesmo nos momentos mais "sinistros", como na descoberta de um cadáver, Danganronpa ainda é bem "exótico", o sangue dos personagens é rosa, o que não necessariamente diminui o choque do momento.
E para combinar com esse estilo maluco, Danganronpa é acompanhado de uma trilha sonora excelente que é uma misturanga de instrumentos e gêneros. E tudo isso vêm de Masafumi Takada, que já provou sua "versatilidade" e bizarrice musical com seu trabalho em God Hand, No More Heroes e Killer7.
A série possui 4 jogos, fora uns spin-off bem foda-se de celular, todos eles estão disponíveis para PC, PSVita e PS4 no momento, mas caso você queira conhecer a série por cima e o que deve acompanhar, tem coisa pra caralho, light novel, mangá, anime, mas o que importa são os abaixo:
Danganronpa: Trigger Happy Havoc
Danganronpa: Trigger Happy Havoc é o primeiro jogo da série, lançado originalmente para PSP em 2010 apenas no Japão, a série só chegou oficialmente no Ocidente em 2014 peloo port do PSVita e em 2016 no PC. A espera foi demorada, mas a série conseguiu uma fanbase dedicada antes de chegar no Ocidente, que até traduziu o primeiro jogo do PSP.
Você controla Makoto Naegi, que foi admitido em Hope's Peak Academy por sorte, ele não possui nenhum talento maior, o que levou ele a ser denominado "SHSL Luck", ou "The Ultimate Lucky Student", o estudante mais sortudo, um "talento" um tanto quanto estranho, mas isso é o de menos se comparado as estranhezas de Danganronpa.
Naegi acorda em Hope's Peak Academy, encontra com os outros 15 colegas de turma, então um pequeno urso "monocromático" se apresenta para a turma. Esse é Monokuma, diretor da escola e a cabeça por trás do Killing School Life, ele é um engraçaralho sádico filho da puta e tentará manipular os alunos a começar a matança.
Naegi acorda em Hope's Peak Academy, encontra com os outros 15 colegas de turma, então um pequeno urso "monocromático" se apresenta para a turma. Esse é Monokuma, diretor da escola e a cabeça por trás do Killing School Life, ele é um engraçaralho sádico filho da puta e tentará manipular os alunos a começar a matança.
O primeiro jogo tem uma adaptação em anime, mas ela corta muita coisa, são 13 episódios para resumir um Visual Novel de no mínimo umas 28 horas, não vale assistir se você tem o jogo disponível.
Lançado no Japão como "Super Dangan Ronpa 2: Farewell Despair Academy", é a sequência do primeiro Danganronpa, agora você será levado para Jabberwock Island, uma ilha paradisíaca em lugar nenhum, onde os novos estudantes de Hope's Peak são saudados por Usami, uma coelha falante, que passa o objetivo dessa viagem escolar, todo mundo virar amiguinho.
O protagonista dessa vez é Hajime Hinata, um estudante que não lembra qual é seu talento, e assim como toda sua turma, está perdido no meio dessa situação, pois acabam parando numa ilha do nada e a porra de um coelho rosa escroto vem querer mandar uns papos de desenho infantil. Um tempo passa, a turma vai se acostumando com a ideia até que Monokuma surge do nada e toma o controle da ilha, faz Monomi de saco de pancada e declara a abertura do Killing School Trip.
Danganronpa 2 já começa metendo o louco, os plot twists do primeiro jogo já são revelados nos primeiros momentos para os personagens, que apesar de serem um elenco novo, estão numa situação similar aos do primeiro Danganronpa, mas isso não significa que os mistérios diminuem.
Em termos de jogabilidade, DR2 adiciona a possibilidade de usar uma bala para concordar com algum argumento no debate, 2 minigames antigos repensados e 2 novos implementados. Navegar pela ilha é mais fácil, por mais que seja um ambiente mais grande, é fácil de você ir para outros lugares e encontrar os personagens.
Vale mencionar que o primeiro e segundo Danganronpa foram lançados em um compilado no jogo Danganronpa 1.2 Reload, que até onde sei, não adiciona nada demais para os jogos, mas são dois em um, então é a melhor forma de jogá-los hoje em dia.
Danganronpa: Another Episode: Ultra Despair Girls
Agora é que as coisas ficam complicadas, Ultra Despair Girls é um spin-off que se passa entre o primeiro e segundo jogo, você controla Komaru Naegi, irmã do protagonista do primeiro jogo e deve lutar contra diversos Monokumas que invadiram a cidade usando seu megafone de alta tecnologia.
UDG é um Third Person Shooter e sua premissa, história e alguns personagens entram num território bem "spoilerento", então melhor não falar muito dele, ainda mais que eu nem joguei. No geral, ele também não traz muita coisa na trama, só alguns elementos deles tem uma mínima importância no fim da série.
Danganronpa 3: The End of Hope's Peak High School
O fim de toda a saga iniciada em Danganronpa é um anime dividido em "três" arcos, Future Arc e Despair Arc e Hope Arc. Future Arc acontece após o segundo jogo enquanto o Despair Arc acontece antes do primeiro, ou seja, um é a sequência de tudo e o outro é uma prequel.
O anime era exibido duas vezes por semana, com um episódio do Future Arc e depois um episódio do Despair Arc, se você quer assistir o anime, essa ordem seria a correta, supostamente. São 12 episódios do Future Arc, 11 do Despair Arc, já o Hope Arc é apenas o episódio final de tudo, que conclui essa loucura de Hope's Peak Academy e do "jogo da matança", ou não.
Danganronpa V3: Killing Harmony
Um novo passo pra série, após a loucura de Hope's Peak Academy, Danganronpa V3 (não 3, pois 3 é o anime) é protagonizado por Kaede Akamatsu, a "SHSL Pianist", uma talentosa pianista que terá que sobreviver junto com mais 15 estudantes ao Killing Game Semester, que ocorre na Ultimate Academy for Gifted Juveniles, uma "escola-prisão" que fica dentro de um cúpula. A escola dessa vez é liderada por Monokuma e seus 5 "filhos", os Monokuma Kubs, que são Monokumas com personalidades e design diferentes.
Ao contrário dos outros jogos da série, V3 não foi desenvolvido só para portáteis e recebeu ports depois, então ele é visualmente o mais bonito da série. Mas assim como os outros jogos, ele foi lançado depois da versão japonesa, então os spoilers estão correndo loucamente pela internet desde Janeiro. O jogo será lançado hoje, dia 26/09/17, e trará mais conteúdo fora do jogo principal, onde os personagens dos jogos anteriores podem interagir
ENFIM, tentei dar um resumo básico de tudo tentando evitar os plot twists, creio que tenha ficado entendível, talvez um pouco complicado, mas a franquia num todo é assim, ela vai além da famosa "japonezice" padrão, é cheia de absurdos e vai ficando cada vez mais maluca com o tempo, sempre tentando surpreender o jogador, porém nem sempre a surpresa é boa.
O que não impede de ter coisas mais sérias. Alguns assassinatos tem motivos bem "humanos" e alguns personagens são mais do que um esteriótipo de anime. Acredito que o lado bizarro da série pode desanimar muitas pessoas de jogar, mas isso é de cada um, mas os personagens, mistérios, assassinatos de Danganronpa são bem únicos, então vale a pena dar uma chance pra série.
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