segunda-feira, 30 de maio de 2022

A gameplay de Gotham Knights e o futuro dos jogos da DC

    GOTHAM KNIGHTS


A Warner Bros Montreal divulgou a gameplay de seu novo jogo baseado na Bat Família, Gotham Knights, junto com essa gameplay veio a informação que as versões de Xbox One e PS4 foram canceladas, um movimento até ousado por parte da produtora tendo em vista a crise que vive os estoques dos consoles de nova geração.

A gameplay foca na jogabilidade com o Asa Noturna e Capuz Vermelho e começa mostrando algumas missões secundárias disponíveis em Gotham, o sistema de combate parece ser um clone do que vimos em Arkham Knight, os combos são bem parecidos incluindo o sistema de finalização em conjunto(chamado de Dual System em AK). O ponto baixo do vídeo parece ser a navegação aérea pela cidade, o Asa Noturna surge pendurado em um planador(não seria mais fácil ele ficar em cima dele?) e o Capuz Vermelho herdou poderes do Poço do Lazarus e agora consegue se teletransportar(sim), as soluções que a WB Montreal teve pra esse sistema foram as piores possíveis, mas usar a moto para navegar pela cidade foi uma boa ideia e parece ser um diferencial do jogo em relação ao trabalho da Rocksteady.

O jogo pode ser jogado em modo solo offline mas a proposta dele é obviamente funcionar como um jogo co-op online com elementos de jogo como serviço, com um sistema de upgrades e customização de personagem que interferem na sua abordagem de gameplay e confesso que gostei dessa parte pois pareceu ser bem detalhada e é algo que pode aprofundar a jogabilidade. O que eu gostei foi ter mostrado o HUB do jogo onde ali nós controlamos as versões "civis" dos personagens, algo que foi totalmente negligenciado em jogos anteriores(exceto Batman da Telltale), mas é certeza que nada disso terá peso maior na história.

O visual do jogo é bem bonito, mas parece reciclar muita coisa que foi feita na Gotham de Arkham Knight, a iluminação com as luzes de neon dando uma pegada de cidade Cyberpunk foi totalmente transposta para Gotham Knights, mas não da pra negar que esse é um visual que funciona. O design dos personagens é idêntico também a concepção visual que a Rocksteady teve especialmente em Arkham Knight onde eles tinham um design mais militarizado.

A história se baseia na fase das Corujas que foi escrita por Scott Snyder, o Batman está morto, ou melhor, "morto", então a Batfamilia tem que investigar essa conspiração que envolve essa antiga sociedade de Gotham que parecem controlar todos os rumos da cidade.

A Corte das Corujas foi uma boa adição à mitologia do Batman, o problema da história é o seu desenvolvimento completamente idiota, mas usar essa base eu acho muito positivo pois eu gosto da ideia e principalmente do simbolismo(corujas serem predadoras de morcegos), o visual das Corujas é legal também, funcionaria muito bem em um filme, só dizendo.

O que fica dessa gameplay é que o jogo parece um clone de Arkham Knight mas com funções de RPG, certamente irei jogar mas as expectativas não são muito boas, não parece ser um jogo ruim mas também parece ser sem personalidade.

GAMES JÁ ANUNCIADOS


Após Gotham Knights a DC ainda tem jogos para apresentar, o primeiro sendo Suicide Squad: Kills the Justice League. Com a absurda e estúpida ideia de colocar esse grupo de criminosos contra a Liga da Justiça.

Primeiramente, odeio o conceito desse Esquadrão Suicida colorido e divertido que foi apresentado no pavoroso filme de 2016 e seguido pela sua medíocre sequência(ou soft reboot, entenda como quiser). O take aceitável que o Esquadrão deveria ter seria de um grupo Black Ops de vilões medianos igual a consagrada fase de John Ostrander nos anos 80, mas devemos analisar algo pelo que ele é, não o que gostaríamos que fosse.

Abandonando completamente o clima soturno da Trilogia Arkham, Esquadrão Suicida da Rocksteady caminha para o lado inverso, apostando nas cores bem fortes parecendo ter saído de um filme do Michael Bay(eu gosto do Bay fora dos Transformers). 

Como dito anteriormente, a história parece absurda e a figura do Superman malvado me ofende de mil maneiras diferentes, mas algo que eu posso destacar são os heróis que mesmo corrompidos permanecem com suas personalidades que são características deles e a piada que o Flash faz no vídeo de gameplay é muito legal.

Interessante também notar que o jogo se passa no mesmo universo que a série Arkham, sendo uma continuação direta dos eventos de Arkham Knight, então é algo que já chama minha atenção, mas o jeito que a Liga será introduzida eu acho a maneira mais errada possível, me espanta a Rocksteady escolher Esquadrão Suicida para fazer um jogo em vez de um da Liga da Justiça que poderia ser feito usando como referência a série animada igual utilizaram a série do Batman para fazer os jogos do Batman, especialmente os dois primeiros.

A jogabilidade pelo pouco que mostraram parece legal, com cada personagem tendo um tipo de gameplay completamente diferente um do outro e parece ser um estilo de jogo bem rápido, diferente da gameplay metódica da trilogia do Batman e o foco de Esquadrão Suicida é nas suas interações online apesar de poder jogar offline.

A Rocksteady até hoje não fez um trabalho ruim e criou uma das minhas séries de jogos favoritas então merece um voto de confiança apesar de discordar completamente dos rumos da franquia.


Durante a The Game Awards 2021 foi anunciado um jogo da Mulher Maravilha desenvolvido pela Monolith Studios da boa trilogia F.E.A.R e dos lixos atômicos Shadow of Mordor e Shadow of War. Já foi anunciado que o jogo será em mundo aberto e terá o sistema Nêmesis, o que é uma boa ideia se for explorada a capacidade desse sistema, o que ainda não aconteceu nos jogos em que ele foi implementado.

Sempre imaginei que um bom jogo da Mulher Maravilha poderia ser um hack n slash ambientado em Themyscira no estilo de Heavenly Sword, mas um jogo em mundo aberto parece uma boa ideia e espero que a Monolith não faça um clone de Shadow of War com a skin da Mulher Maravilha, mas fico feliz por estarem fazendo um jogo da DC fora do universo Batman.

O FUTURO

Em Abril de 2022 a compra da Warner pela Discovery foi concluída e David Zaslav assumiu como CEO e Presidente da Warner e um de seus compromissos era valorizar mais as propriedades da DC especialmente a trindade(Superman, Batman, Mulher Maravilha), ele acredita que jogos de videogame com esses personagens estão aquém da capacidade que a marca tem e além de estar procurando um executivo de mercado para formatar um estúdio para filmes da DC(que Deus nos ajude).

Não podemos avaliar a administração de Zaslav por ele estar a menos de um mês no comando e às coisas em Hollywood são bem lentas, apesar de eu ser grato por ele estar cancelando todas as porcarias de séries da CW. Creio que isso já seja um ponto positivo da gestão dele, porém esse plano de querer mais jogos com personagens da DC não vem de encontro com os rumores que a Warner esteja querendo vender seus estúdios de videogames, a não ser que a Warner venda apenas os estúdios e licencie suas marcas como a Marvel faz, o que expandiria as possibilidades.

E essa estratégia é positiva, a Marvel se deu muito bem em licenciar Homem-Aranha para a Sony, o resultado foi um dos melhores jogos do gênero e mais de 20 milhões de cópias vendidas e gerou uma nova franquia muito poderosa na indústria(uma sequência e um jogo do Wolverine foram anunciados), numa época de grandes aquisições, esse foi certamente o negócio que gerou mais resultados, a Sony ganhou uma franquia ilimitada e provavelmente sem pagar nada por isso, graças ao sucesso desse jogo do Homem Aranha. Então, creio que esse modelo de licenciamentos seja uma maneira de aproveitar as propriedades de maneira mais rápida por não depender de seus estúdios internos. O que pode gerar também aberrações como o jogo dos Vingadores, mas correr riscos é sempre válido.

A DC tem vastas possibilidades para fazer inúmeros jogos e os conceitos são muitos, um jogo de investigação sobrenatural do Constantine, um jogo de mundo aberto do Superman, um RPG do Lanterna Verde, e claro um jogo ambicioso da Liga da Justiça. O trabalho da Warner em administrar essas marcas é péssimo, mas espero que essa nova administração saiba cuidar melhor dessas propriedades.

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