O primeiro Evil Within é um jogo um tanto curioso, acho que ele é um pouco subestimado, o que é compreensível, é um conjunto de ideias muito boas com uma execução meio insossa, talvez a expectativa tenha sido alta demais na época, o que era esperado, afinal, o criador de Resident Evil estava por trás dela.
Curiosamente, assim como aconteceu em Resident Evil, Shinji Mikami não é diretor de Evil Within 2, é o produtor, já a direção é assumida por John Johanas, que dirigiu algumas DLCs do primeiro jogo. Não sei o quão diferente seria se o próprio Mikami dirigisse Evil Within 2, mas dá pra sentir que ele é jogo tem uma pegada mais "ocidental", não que isso seja ruim.
Os acontecimentos surreais do Hospital Psiquiátrico Beacon ainda atormentam o ex-detetive Sebastian Castellanos, que ainda sofre devido a morte de sua filha Lily durante um incêndio e o desaparecimento de sua esposa Myra. O protagonista é encontrado por Julia Kidman, sua antiga parceira e agente da organização secreta Mobius, que estava por trás dos eventos do primeiro jogo.
Kidman informa Sebastian que sua filha não está apenas viva e está sendo usada como o núcleo do STEM, uma máquina que utiliza a mente de uma pessoa, no caso, a Lily, para criar uma realidade onde outras mentes podem se conectar. Lily é usada para criar a pacata cidade de Union, mas do nada, a garota desaparece e a cidade começa a entrar em colapso, algumas equipes de resgate foram enviadas para investigar e resgatá-la, porém nenhuma voltou, então Sebastian recebe o trabalho de entrar em Union e encontrar sua filha.
O enredo é mais focado e simples comparado ao primeiro jogo, mas tem bastante coisa para se descobrir e explorar nessa cidade estranha, assim como se aprofundar na mente de Sebastian, que é o grande foco da história, lidando com os diversos pensamentos que atormentam sua vida. É uma jornada de sofrimento e redenção bem interessante, apesar de tomar uns rumos estranhos no meio do jogo, introduzindo alguns personagens que poderiam ser utilizados melhor.
A maior mudança de Evil Within 2 é que ele é "meio mundo aberto", digo meio pois ainda há bastante sessões lineares e, estranhamente, o jogo consegue acertar em cheio nisso, o que foi uma grande surpresa.
Sebastian possui um "Comunicador", um dispositivo para se comunicar (duh) com outras pessoas e captar sinais, seja de alguém pedindo ajuda, de um soldado da Mobius com algum suprimento guardado e até uma "ressonância", que mostra ocorreu naquele lugar, o que vai te ajudar na campanha principal e sidequests.
Explorar a Union é bem recompensador, não só você descobre mais sobre o que aconteceu no lugar, como encontra munição, armas, pólvora, peças de arma e etc. Claro que por mais que o mundo do jogo seja "aberto", não é gigantesco, há duas áreas grandes e com bastante coisa pra se fazer, depois de um tempo ele fica mais linear, e por mais que eu não tenha achado essas partes tão boas quantos a de exploração, acho que foram uma boa mudança pro ritmo pra evitar que ele fique repetitivo.
Também foi implementado mecânicas de crafting, para criação de munição e cura, e a volta do sistema de upgrades de habilidades e de suas armas, as melhores habilidades geralmente são mais difíceis de adquirir, mas o stealth acaba sendo até útil demais e alguns upgrades o deixam capaz de matar muito facilmente, principalmente abusando da inteligência artificial, que é bem fácil de enganar. Evil Within 2 acaba se tornando um jogo de stealth devido a isso.
Terminei o jogo na dificuldade "Pesadelo", equivalente ao Hard, passei por momentos tensos, pois os inimigos, que já são muito agressivos e rápidos, dão um bom dano e são bem resistentes, mas facilmente conseguia sair correndo, a IA esquecia de mim, então eu retornava e matava eles todos no stealth.
Isso não seria um problema tão grande se não fosse tão fácil e quase sempre tem uma recompensa por matar. Pelo menos o stealth não vai é útil toda hora, pois há momentos onde o confronto direto é inevitável e os inimigos mais fortes precisam levar muito tiro e considerando que seu inventário é limitado, você vai ficar com poucos recursos.
Visualmente, Evil Within 2 é bonito, principalmente quando se trata da parte surreal. O vilão é um artista, que pode matar as pessoas tirando uma foto que os deixa dentro de uma pequena área em slow-motion que fica se repetindo. Apesar do conceito de vilão não ser muito original, ele funciona muito bem. Uma pena que depois introduzem um novo vilão, que acho que tentou resgatar um pouco do clima do primeiro Evil Within, que era mais brutal e sanguinário, mas não acho que funcione tão bem.
Nessa parte da atmosfera, acho que EW2 deixa a desejar em ser assustador, tem momentos tensos proporcionados por hordas de inimigos, algo mais similar a um Resident Evil 4, até as criaturas em si não são tão horripilantes, um design aqui e ali se destaca. Uma decisão estranha que prejudica nessa parte de terror, foi o fato da luz da sua lanterna não atrair os monstros, algo que é tão básico de terror e stealth, acaba não afetando aqui.
Nessa parte da atmosfera, acho que EW2 deixa a desejar em ser assustador, tem momentos tensos proporcionados por hordas de inimigos, algo mais similar a um Resident Evil 4, até as criaturas em si não são tão horripilantes, um design aqui e ali se destaca. Uma decisão estranha que prejudica nessa parte de terror, foi o fato da luz da sua lanterna não atrair os monstros, algo que é tão básico de terror e stealth, acaba não afetando aqui.
Esperava uma sequência espiritual de Resident Evil 4 no primeiro Evil Within e sai meio decepcionado, mas acho que Evil Within 2 é algo bem mais adequado para isso. É um jogo mais consistente, muita coisa foi melhorada, principalmente em relação a história, a implementação de um mundo aberto foi excelente, não é só um jeito de estender o tempo, é recompensador ficar procurando por recursos, indo atrás de sidequests e descobrir mais sobre o que aconteceu em Union.
Por mais que a parte de "horror" não ser tão forte, a parte do survival é excelente, as mecânicas e jogabilidade funciona muito bem e o jogo sempre passa um ar de tensão, não senti que eu estava forte demais, não parecia que eu tinha muito munição, mas que eu tinha o suficiente. Acho que é um passo certo de como fazer um Survival Horror para a geração atual.
Por mais que a parte de "horror" não ser tão forte, a parte do survival é excelente, as mecânicas e jogabilidade funciona muito bem e o jogo sempre passa um ar de tensão, não senti que eu estava forte demais, não parecia que eu tinha muito munição, mas que eu tinha o suficiente. Acho que é um passo certo de como fazer um Survival Horror para a geração atual.
Gostei muito de jogá-lo no modo difícil, acho que foi uma experiência adequada e bem equilibrada, porém o também tem o "Modo Clássico", onde você não pode fazer updgrades em suas habilidades e nem em suas armas, além de ter um limite de 7 saves no jogo TODO. Não terminei esse modo, apesar de achar um desafio meio complicado pelos saves limitados, acho que é algo que todo fã de jogos de terror, principalmente Resident Evil, vai admirar.
Nota: 8
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