terça-feira, 7 de novembro de 2017

Review - Danganronpa V3: Killing Harmony


Assassinatos, mistérios, personagens estranhos e o sádico ursinho monocromático estão de volta, mais um jogo dessa colorida e bizarra visual novel Danganronpa, que eu já abordei num post antigo. Danganronpa V3: Killing Harmony é um "novo começo" da série, mas nada fora do comum.

V3 tem a mesma premissa dos outros jogos da série, estudantes são presos numa escola e obrigados a participar do Killing School Semester, onde para escapar, alguém tem que cometer um assassinato, após descobrirem o corpo, os personagens devem investigar o acontecimento e descobrir quem foi o assassino, se descobrirem, o assassino é executado, caso não descobrirem, todos são executados, menos o assassino. Dessa vez, o jogo só acaba quando sobrar no máximo 2 pessoas vivas.


Danganronpa V3 apresenta 16 novos participantes, eles são os "Ultimates", os estudantes "definitivos" de sua área, que vai de coisas simples como a protagonista Kaede Akamatsu, que é uma pianista, até coisas mais exóticas como um robô. Um elenco carismático é vital numa história onde qualquer um pode morrer, ou matar, a qualquer momento, e a maioria dos personagens, apesar de continuarem sendo arquétipos de anime e uns até muito exagerados, são bastante interessantes e com um desenvolvimento no decorrer do jogo.

Junto dos novos estudantes, são introduzidos os "filhos" de Monokuma, os Monokubs, que administraram o jogo junto do seu "pai" e assim como ele, são personagens que variam entre o irritante e o engraçado, geralmente interrompendo as discussões para algumas piadas bestas. Acho que eles ficaram meio jogados e a presença do próprio Monokuma, que sempre foi o mestre, deixa os Monokubs meio irrelevantes.


No desenvolver da história, é apresentando cada vez mais coisas interessantes sobre a escola e os personagens vão descobrindo como eles foram parar nessa situação, o jogo parece que vai ser óbvio em muitas coisas, mas consegue surpreender muitas vezes. Os assassinatos também são bem bolados e apresentam algo interessante, seja o crime em si, ou o motivo do assassino, tirando o segundo caso, esse é fraquíssimo.

Infelizmente, sinto que muitas partes ainda são bem enroladas, principalmente o capítulo inicial e o final, onde expõem coisas demais que poderiam ser divididas melhores, não é confuso, só é chato, e isso não é novidade na série.

Mas Danganronpa não é composto apenas de assassinatos e mistérios. Antes deles acontecerem, você tem um tempo livre pra explorar a escola, conhecer seus colegas e dar uns presentinhos pra avançar a relação, e, assim como nos outros jogos, isso não tem impacto nenhum na trama principal. A maior diferença que elas fazem, é render uma habilidade mais forte para ser usada depois na discussão, de qualquer forma, continua sendo a parte menos relevante da franquia.



Após investigar o assassinato, todos estudantes participam de um julgamento com o objetivo de encontrar o assassino. Você controla uma mira e tem "balas da verdade" compostas de testemunhos e evidências, os personagens discutiram e os argumentos apareceram na tela e você deve dar o tiro com a bala certa no argumento contraditório, ou uma afirmação correta que você pode provar que é verdade.

É introduzido a possibilidade de mentir, aonde a bala da verdade vira o oposto do que ela afirma. Além de trechos onde mentir é obrigatório, a mentira permite uma rota "diferente" no debate. É interessante abrir essa possibilidade de você mentir no jogo, não que mude muitas coisas, mas parte do tema do jogo lida com mentiras e implementar isso na jogabilidade foi uma boa sacada.

Os minigames durante o julgamento também estão de volta, e acho que eles são mal implementados, as vezes, jogam uns 4 minigames seguidos onde você tem que buscar uma resposta óbvia, o que era pra deixar o ritmo da discussão mais interessante, acaba quebrando o ritmo, principalmente quando é usado o Thinking Taxi, onde você controla um carro e tem que formar a pergunta e escolher a resposta, o problema é que é demorado demais e fácil.


E após terminar o jogo, é liberado alguns modos bônus, fora o dating sim padrão, tem um jogo de tabuleiro e um RPG dungeon crawler, onde você tem que treinar os personagens no jogo de tabuleiro para poder passar das dungeons do RPG. É bem legal e serve de fan-service devido a interação entre os personagens dos três jogos da franquia.

Como o primeiro jogo da série feito para consoles, V3 tem visuais mais bonitos e coloridos, o que é bem visível durante os julgamentos. A trilha sonora de Masafumi Takada já é marca de Danganronpa e continua incrível, também vale ressaltar a dublagem americana é muito boa, apesar de ter alguns dubladores repetidos dos jogos anteriores, que são bem perceptíveis, a maioria faz um trabalho muito bom.


Killing Harmony pode até parecer uma boa porta de entrada pra série, dá pra se entreter só com os mistérios e assassinatos, mas a história dele toma rumos e subverte coisas que são apresentadas nos outros jogos, então para ter uma "experiência completa", recomendo jogar Danganronpa: Happy Trigger Havoc e Danganronpa 2: Gooodbye Despair antes de jogar V3.

A fórmula de Danganronpa não parece que a está desgastada, o que é importante, história, personagens, assassinatos, são mudados e até o que parece ser repetido, é feito propositalmente, ou pra depois dar um 360 e apresentar algo novo, que consegue ser impactante.

Acredito que esse seja o melhor jogo da série, e o final, que foi bem divisivo entre os fãs, foi algo que me pegou muito mais do que os outros da série, achei a ideia muito bem executada. É complicado me aprofundar mais no jogo sem dar spoiler, então prefiro não me estender mais.

Nota: 9

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