sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Review - Bayonetta 3

Mais uma esperadíssima sequência, Bayonetta 3 foi revelado em 2017 no The Game Awards apenas mostrando a protagonista titular sendo derrotada, e visto o estado atual do terceiro jogo, imagino que não deviam ter muito além disso. Após 4 anos, finalmente temos o produto finalizado, quer dizer, mais ou menos...

Primeiramente, ele não é muito bonito, sabemos que o Nintendo Switch anda tendo problemas com performance em lançamentos recentes, mesmo Bayonetta 3 tendo esse problema, ele é visualmente inferior aos títulos anteriores, e perante a seu primo, Devil May Cry com DMC5, é uma sacanagem comparar. Longe de ser feio, mas ele tem aquela cara meio jogo AA, faltando uma característica visual mais marcante, fora os cenários serem menos vibrantes e vivos, é algo que lembra Nier: Automata, só que mantendo o padrão de capítulos de Bayonetta. 

Ao menos, o show extrapolante continua com suas setpieces e cenas absurdas da heroína punindo seus adversários, porém, a protagonista é bem mais comportada, faltando sua atitude mais provocante e maliciosa. Como envolve a premissa de "Multiverso", fica claro que pode ser outra Bayonetta, mas imagino que essa mudança deve ter rolado também devido a dubladora antiga, Helena Taylor, não reprisar o papel. Acho que é uma escolha mais adequada, pois por mais que Jennifer Hale seja incrível, o tom dela é bem diferente para a personagem.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Bayonetta - Duologia da Bruxaria

A PlatinumGames foi fundada por alguns ex-funcionários da Capcom, especialmente do sub-estúdio Clover Studios, responsáveis pelos clássicos Viewtiful Joe, Okami e God Hand. Apesar de serem jóias da sexta geração, não foram sucessos tão grandes quanto outras franquias da época, o que levou a falência do estúdio. Apesar de não ser oficialmente parte da linha da falecida Clover, Devil May Cry foi criado por um time interno da Capcom nomeado “Team Little Devils".

DMC foi dirigido por Hideki Kamiya, apesar do seu sucesso, a sequência foi feita na surdina pela Capcom e sem a participação do diretor, então a recém criada Platinum era a chance dele fazer um sucessor espiritual. Agora com o “Team Little Angels”, Kamiya traz Bayonetta, uma nova faceta de hack n’ slash/brawler que pega a base de combate com ranqueamento, combos e muito estilo de DMC, misturando com a esquiva e slow-motion de Viewtiful Joe. Costumam dizer que a moça do jogo homônimo é uma versão masculina do Dante, mas vai além disso.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

O episódio piloto de The Last of Us


Desde seu lançamento em 2013 The Last of Us passou por um processo de adaptação aos cinemas pelas mãos do Produtor Sam Raimi e essa operação explica o fracasso retumbante das adaptações de jogos em Hollywood já que de acordo com Neil Druckmann, o filme transformaria The Last Of Us em Guerra Mundial Z. O que mostra a total incompreensão dos executivos de cinema da Indústria sobre o teor dos jogos de videogame e a adaptação para o cinema acabou morrendo devido a insatisfação de Druckmann com os rumos do projeto. 

Em 2020, Craig Mazin(Chernobyl) foi convidado para uma reunião com a Sony e escolheu justamente The Last of Us para adaptar em uma série para a HBO que de imediato aprovou a produção em parceria com a recém fundada Playstation Studios.

Mostrando uma lealdade inabalável ao material original, Mazin convidou Druckmann para ser o criador da série sendo o roteirista do show ao seu lado e também o diretor em um dos episódios. No que parece ser a equação perfeita para criar uma série de sucesso. Juntando duas pessoas de comprovada competência para adaptar uma IP popular com uma história bem rica com personagens cativantes.


"Quando estiver perdido na escuridão"


Resumidamente, The Last of Us conta a história de Joel Miller, um contrabandista que é incumbido de escoltar uma menina(Ellie) até Washington para um grupo revolucionário chamado Vagalumes.

O episódio piloto abre com a assinatura de Craig Mazin em um vídeo de um talk show bem humorado de 1968 falando sobre a possibilidade de um fungo parasita começar a evoluir devido a mudanças climáticas e conseguir possuir humanos. A negligência de ações para se prevenir de algo iminente é um assunto que Mazin parece gostar de abordar já que seu trabalho anterior girava sobre esse mesmo tema. Após isso a abertura da série começa com os acordes inconfundíveis do Charango de Gustavo Santaolalla. O primeiro arrepio que a série causa.

De fato o inicio do episódio é primoroso, funcionando como uma expansão do que vimos no jogo, por exemplo, ao decidir iniciar a trama de Joel horas antes do começo do próprio jogo(quando sua filha entrega o relógio para ele), isso acaba nos dando um estofo maior para a personagem e seu relacionamento com seu pai. 

E o jeito que tudo isso leva ao Outbreak Day(quando a infecção começa a se espalhar  de maneira massiva) é brilhante, ao utilizar uma simples anotação do jogo como uma parte essencial do episódio ao mostrar os trágicos assassinatos cometidos pela Sra Adler, a fuga de Joel, Tommy e Sarah de seu bairro torna-se ainda mais traumática. Assim como no jogo, toda essa introdução forma uma base muito sólida para a jornada pessoal de Joel. E destaque para a direção de Craig Mazin, a condução quase sem cortes aparentes até o acidente com o carro de Joel e sua família é brilhante e evoca perfeitamente o clima caótico da situação sem apelar para uma edição rasteira e caótica como é costumado a se fazer.

Porém, a história poderosa do material base poderia se perder se não fosse seguida pelos atores e The Last of Us da HBO se mostra um primoroso acerto nesse aspecto. Começando por Pedro Pascal, ele aborda Joel de uma maneira diferente de Troy Baker mas igualmente fascinante, desde o principio surgindo de uma maneira mais leve que o Joel dos jogos no período pré-tragédia, a transição de um Joel espirituoso para uma pessoa quase totalmente fria é ainda mais potente, e esse enrijecimento de sua personalidade é transposta perfeitamente por Pascal como vemos na cena em que ele joga o cadáver de uma menina ao fogo como se tivesse descartando um lixo qualquer(perceba o contraste em sua postura atual e a do dia do incidente) mas ele ainda mantém conexões humanas com seu irmão Tommy e sua parceira Tess e uma ação de Joel no fim do episódio é uma rica adição a personalidade do personagem em relação ao que existe no jogo.

Bella Ramsey também encarna Ellie de uma maneira diferente do jogo, Ellie aqui é um pouco mais irritada e instável o que é compreensível já que ela é posta em uma situação mais tensa mas com uma personalidade tão forte quanto a do jogo e em sua primeira cena já estamos completamente investidos na personagem.

Com um roteiro que se preocupa em investir nas relações humanas entre seus personagens e a própria imersão na narrativa de uma maneira que seja fiel ao videogame, visualmente The Last of Us incorpora os elementos do jogo original como usar cores mais fortes para iluminar sua fotografia e que por consequência foge do clichê do subgênero que frequentemente usa cores mais pesadas para ilustrar os ambientes, apesar de não ser algo original(Zack Snyder usou esse artificio na sua versão de Madrugada dos Mortos) funciona muito bem para nos dimensionar nesse novo mundo que nos é apresentado e ver os cenários do jogo sendo fielmente reconstruídos é um de vários momentos de aquecer o coração que esse episódio piloto nos traz.

Mas tendo a proposta de ser fiel, The Last of Us não se omite em fazer importantes alterações em relação ao material original e isso se aplica aos infectados, a infecção afeta de maneira diferente os doentes e tentáculos começam a sair de seus corpos começando por sua boca criando uma espécie de infectado totalmente nojenta que dá um frio na espinha e a maneira que eles se movimentam é totalmente mais agressiva que no jogo e parece ser inspirada nos zumbis de Invasão Zumbi(2016), eles são bem mais rápidos e também mais fortes pois usam o próprio corpo para se livrar dos obstáculos que deixa as sequências de perseguição totalmente apavorantes e imprevisíveis. Também é interessante como o roteiro sutilmente demonstra o poder desse fungo ao mostrar uma idosa com problemas neurológicos tão agraves que deixa ela acometida e quase catatônica em uma cadeira de rodas e ela ser "consertada" pelo fungo a transformando em uma atleta nos apresenta um paralelo perturbador, enquanto sua questão física é totalmente curada(e aprimorada) pelo Cordyceps(o fungo), sua mente é levada por um propósito maldito.

A direção de arte é maravilhosa e a decisão de filmar os cenários com câmeras em alta profundidade faz esse episódio ficar ainda mais bonito, tem algumas tomadas que são verdadeiros wallpapers, minha favorita é a da menina caminhando em direção a uma base militar num plano que mostra uma cidade apocalíptica ao fundo e a tomada final pela perfeita criação de uma área do jogo embalada por uma das mais belas canções dos anos 80.

Também é impressionante como o diabo mora nos detalhes nesse episódio, algum dos acontecimentos são explicados quase que por meio de easter eggs(como a infecção se espalhou por exemplo) e falando em easter eggs o episódio piloto contém dezenas que dificilmente serão reconhecidas em apenas uma assistida.

O episódio piloto de The Last of Us venera o jogo original de maneira tocante e sincera, é sensível em suas alterações e certeiro em suas adições que tornam sua história tão rica quanto a do material original. Um começo muito forte para uma adaptação de um jogo tão amado.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Review - Dead Space 2

Já falei do primeiro Dead Space aqui, apesar de não ter gostado tanto quanto eu gostava há uns 10 anos, foi um marco dentro do gênero de jogos de terror, seguindo os passos de RE4, mas indo para o lado de terror espacial e tendo um bom equilíbrio entre ação e horror. Com a vinda do remake do primeiro, decidi revisitar Dead Space 2, lembrando que houveram uma porrada de spin-offs entre os jogos, mas não me importo o bastante com nenhum deles.

Após o sucesso estrondoso, era esperado um segundo título e a Visceral entregou um novo capítulo da história de Isaac Clarke, três anos após sobreviver ao pesadelo na estação espacial Ishimura. Sem muita lembrança do que aconteceu durante esses três anos, mas acordando em uma camisa de força em uma estação espacial chamada Titan Station, ou Sprawl, que acabou sendo infectada por Necromorphs. Isaac vai ter que confrontar esses seres monstruosos novamente, redescobrir o que aconteceu durante esse tempo todo e lidar com seus traumas após a Ishimura.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Review - River City Girls 2

Um dos jogos de 2022 mais aguardados por mim. River City Girls 2 teve um lançamento conturbado, visto que o jogo saiu primeiro no Japão no dia 01/12/2022, sendo anunciado junto de uma edição física com o primeiro RCG. Essa versão possui muitos problemas, parece ser uma build anterior até comparando com o que foi mostrado em trailers recentes e eventos, o que deve indicar algum acordo que obrigou a apressar o lançamento e sair desse jeito.

Posteriormente, o lançamento global ocorreu em 15/12 e alguns defeitos técnicos ainda persistem. O principal sendo o a gameplay estar em 30fps, ou menos, e input delay. Foi disponibilizada uma versão beta na Steam, onde é possível jogar o single player com 60fps, enquanto o multiplayer continua do mesmo jeito. Ainda há alguns bugs e estranheza ainda, mas joguei tanto a versão japonesa no Switch e a atual no PC antes de escrever a review.

Para quem jogou o primeiro jogo, River City Girls 2 é uma expansão de tudo estabelecido antes. Não sei o quanto sucesso ele fez, mas acredito que foi o bastante para a ArcSystemWorks ter mais consideração e dublar o jogo em japonês. Kunio-kun é uma série que tem algum relativo sucesso no Japão, ainda mais comparando com o ocidente. River City Girls parece ter sido a maior atenção global que a franquia teve desde o River City Ransom de NES.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Troféu Locadora 2022


   A sétima edição do Troféu Locadora está aqui para abrir o ano novo, mesmo com o blog respirando por aparelhos. Como todo ano, coisas boas, ruins e inusitadas apareceram na nossa frente nesta indústria que gostamos tanto de acompanhar, então nos ajude a eleger os melhores e piores de 2022, que receberão a Fita de Ouro do LocadoraTV. Caso não consiga votar abaixo, clique aqui.

Também ouça o podcast onde selecionamos os indicados.

BackTracking #12 - Montando o Troféu Locadora 2022

Mais um ano termina e não poderíamos deixar uma das maiores tradições do Locadora de lado. No episódio de hoje, Leonam, Business Cat, Bulmo e Desgraça decidem os indicados para o Troféu Locadora 2022. Se você já quiser votar, entre no post.

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BGM:
Wii Shop Music Theme
Copied City - Nier: Automata
Clocktower Mansion - Super Castlevania IV
The Buzz in the Grotto - Shovel Knight
Funk to the Top - Ollie King
Movement in Green - Final Fantasy X
Theme of Q - Street Fighter III: Third Strike
Get Through Dark - ROCKMANX by Alph Lyla