segunda-feira, 15 de abril de 2024

Ninja Saviors: Return of The Warriors - Ninjas Robôs Aperfeiçoados

Desde 2016, a Natsume Atari tem lançado remakes de seus jogos antigos, começando por Wild Guns, que recebeu a versão Reloaded. Os remakes seguem a linha dos lançamentos originais, onde tudo é refeito em um estilo em pixel art, além da inclusão de novos elementos, o destaque geralmente são os novos personagens. Logo, não é apenas um relançamento, e acho que chamar de remaster não faz jus ao nível desses novos projetos do estúdio.

Além da Natsume Atari, o projeto conta com um subestúdio dela chamado Tengo Project, um trio composto por três desenvolvedores dos jogos originais. Curiosamente, se você experimentou alguns títulos do SNES, vai reconhecer algumas similaridades entre Ninja Warriors e os jogos de Power Rangers do console, que foram feitos pelo mesmo estúdio, com direito a alguns efeitos sonoros reutilizados e até sprites, como o da cápsula de vida, bem similares.

Em 2019, foi lançado o remake do Ninja Warriors, um beat ‘em up de Super Nintendo, exclusivo para Switch e PS4. Era um jogo notoriamente ruim de adquirir no Brasil, pois não foi lançado nas lojas digitais brasileiras desses consoles. Enquanto eu nunca joguei Wild Guns Reloaded, nem o original, Ninja Warriors era um dos beat ‘em ups mais distintos do SNES e eu gostava bastante, o relançamento me interessava, mas preferi esperar um lançamento pra PC, o que ocorreu, só que em 2023…

Independente da demora, só pude jogá-lo recentemente, também rejoguei a versão de SNES, pois fazia um bom tempo que não via ela. Pensava que a diferença gráfica seria pouca, porém é de cara uma das maiores diferenças. Algo comum em jogos de SNES, ao menos na minha mente, é que os visuais deles são melhores na memória, pois a estética de 16 bits, apesar de não ser feia, é longe de ser o alto nível de estética e de animação proporcionados nos consoles futuros e projetos atuais.

sexta-feira, 22 de março de 2024

MadWorld - O Playground Sanguinolento do Wii


Em meio a títulos “family-friendly” e franquias da Nintendo, o Wii recebeu alguns jogos diferenciados que procuravam ir contra a maré casual e amigável que dominava o console, isso sem deixar de usar os controles de movimento. MadWorld é um desses títulos e é um tanto esquecido em pleno 2024, tendo no máximo uma sequência/reboot com Mad Anarchy e eventualmente a desenvolvedora lembra do seu aniversário.

Ele foi lançado em março de 2009, sendo não apenas o primeiro jogo da Platinum, como o seu primeiro fracasso. Quando um jogo lançado vai contra o “status quo” de sua época ou ambiente, ele pode se tornar um precursor de uma nova onda, como Demon’s Souls, ou ser uma falha comercial, é sempre um risco e há tantos casos de sucesso quanto de fracassos, ao menos esse apelo nichado pode gerar um clássico cult. 

A PlatinumGames é formada por desenvolvedores japoneses que procuravam se desvencilhar das amarras de estúdios grandes e fazerem jogos de seu jeito. E para quem já viu diversas falhas de Kickstarter e arremedos, sabe que nem tudo são flores na hora desses desenvolvedores conseguirem independência, e mesmo sendo uma empresa queridinha, até hoje ela passa por poucas e boas.

MadWorld é um jogo mega estilizado que usa controles de movimento. O visual é inspirado em Sin City, a HQ do Frank Miller, com tudo sendo preto e branco, menos o sangue vermelho e alguns elementos amarelos. A violência é o tema principal, a sanguinolência é gloriosa e você usa o WiiMote e Nunchuk para controlar o personagem e fazer as execuções. O clima é um tanto cínico e apático, também sendo um pouco engraçaralho para equilibrar.. Por mais que haja uma narrativa meio “séria”, há diversos elementos cômicos e absurdos..

quinta-feira, 7 de março de 2024

Tekken 8 - O Bom e Velho Tekken

Entre as diversas franquias de jogos de luta no mercado, acredito que Tekken é a mais consistente. Por mais que haja alguns altos e baixos, desde 1995 existe algum Tekken nos consoles da geração e são jogos bons, no geral. O penúltimo título da série, Tekken 7, foi um novo ápice para o Rei do Punho de Ferro, pois foi onde ocorreu uma nova era para a série, se você viu Tekken 5, 6, Tag Team 2 e Revolution, eram basicamente jogos com a mesma base e modelos de personagens, e não era à toa que Tag 2 tinha tanto conteúdo.

O que Tekken 7 chegou com uma cara nova, foi a estreia da série no PC e trouxe um novo apelo competitivo global. Se você acompanhou os campeonatos de Tekken 7, sabe que há diversas histórias e momentos memoráveis, logo, a sequência dele era esperadíssima. Certamente, eu não queria ser Tekken 8, é um jogo cheio de responsabilidades e expectativas, e fora toda parte competitiva, ele é o primeiro jogo grande da série a não sair nos arcades, o que poderia ser um sinal de que sua primeira versão faltaria refinamento.

Outro fardo carregado por Tekken 8 é ser uma espécie de conclusão a um arco de história. Por mais que jogos de luta não tenham histórias incríveis e nem ao menos consistentes, e não se engane, Tekken também carrega essa culpa, há sempre algo interessante na narrativa, principalmente ao manter uma linha cronológica contínua, e dá ao menos pra se divertir com os finais palhaçadas, as lutinhas finais que são nível anime Shounen de porrada e outras bizarrices.

No título anterior, o foco era o embate entre Heihachi Mishima e Kazuya Mishima, onde Heihachi perde e é morto, levando ao conflito entre Jin Kazama e Kazuya, ou seja, mais uma luta entre pai e filho, e ambos portadores de um sangue demoníaco. Enquanto Kazuya abraça esse poder e utilizá-o para tentar dominar o mundo, Jin vive lutando contra seu capeta interior e quer parar os planos vilanescos de seu pai.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Demon's Souls - A Gênese de Souls

Demon's Souls foi o primeiro passo do que conhecemos como a linha “Soulsborne”, isso sem entrar dentro do subgênero de “Soulslike”. A From Software já tinha coisas similares como King’s Field e Evergrace, mas o que se tornou a base de Dark Souls foi Demon’s Souls. Lançado originalmente em 2009, ele foi um exclusivo do Playstation 3 e não foi publicado fora do Japão, até se tornar um dos jogos mais exportados para o console, o que foi o bastante para convencer que um lançamento oficial internacional valeria a pena.

A geração do PS3 foi marcada por mudanças bruscas que já estavam lentamente acontecendo na indústria há tempos. Os jogos ocidentais ficaram mais populares, assim como um game design mais “seguro”, coisas mais cômodas ao jogador, e mesmo os padrões de dificuldade foram se tornando superficiais. Então um jogo japonês que te joga num mundo desconhecido, entrega o básico da jogabilidade e deixa o jogador aprender como funciona tudo é algo que foi totalmente contra a onda de sua época.

Escrevi uma análise do primeiro Dark Souls há algum tempo e destaquei a parte da dificuldade. A série Souls trazia essa veia“old-school” ao ter os checkpoints distantes, inimigos respawnando após a sua morte e as almas, que servem como XP e dinheiro, com a possibilidade de perder todas elas. Demon’s Souls é mais punitivo ainda por limitar a sua vida total ao morrer, sendo recuperada ao matar um chefe ou usando um item específico e limitado.

Ao mesmo tempo que dificuldade é uma parte essencial de DeS, ele é consideravelmente mais fácil que boa parte da franquia, já que enquanto ele pode ser brutal em certos aspectos, o combate é um tanto mais simples. Escudos são úteis, desviar é mais fácil, poucos inimigos dão muito dano e o comportamento deles é mais simples, então é fácil circular alguns deles para acertar um backstab. Mesmo assim, o jogo não deixa de ser divertido e desafiante até para veteranos.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Prince of Persia: The Lost Crown - Alcançando um novo patamar

Apesar de uma notória popularidade, Prince of Persia entrou na geladeira da Ubisoft há uns 10 anos, dando algum sinal de vida há algum tempo com o remake de Sands of Time, que aparentemente se perdeu no tempo, e mais recentemente com essa nova vertente com Prince of Persia: The Lost Crown. Uma surpresa muito bem vinda, já que a Ubi entrou num loop de apenas títulos grandes.

O novo título é um retorno inesperado, e mesmo que apontem que é uma volta à “velha forma” da franquia, se referindo ao jogo original, esse título é um território incomum para PoP. Não posso garantir que é algo totalmente diferente do que a série já teve, visto que o primeiro já era um jogo 2D focado em exploração, mas não sendo algo tão adequado ao que chamamos “Metroidvania”.

Já na era da trilogia de Sands of Time, dá pra dizer que eles seriam metroidvanias, só que sendo 3D, onde praticamente não utilizam esse rótulo por algum motivo. Lost Crown não surpreende apenas por ser metroidvania, mas também por ser claramente inspirado por diversos jogos do gênero. Só de ver a câmera, movimentação do personagem e ataques dos inimigos do primeiro trailer, era clara a influência de Metroid Dread, e também há outras coisas.

Apontar essas semelhanças não é detrimento algum, e sim uma forma de identificar que os desenvolvedores estavam bebendo das fontes certas e havia um potencial enorme com esse renascimento. Até mesmo a pose imóvel do protagonista no mapa é uma pose bem “castlevaniaca”, digna de um herói imponente.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Alan Wake II - O Melhor da Remedy

Após ter uma experiência inesperada com o primeiro Alan Wake, um jogo com uma boa história e personagens, mas repetitivo demais e uma jogabilidade tão básica que não segurava umas 10 horas de campanha, a sequência me parecia bem interessante. Infelizmente, demorou tanto tempo pra chegar, tendo até a primeira versão da continuação sendo cancelada, só que de pouco em pouco, a Remedy conseguiu montar esse glorioso retorno.

Em 2023, Alan Wake II aconteceu, após 13 anos e levando em conta esse período para continuar a trama do antecessor, onde o protagonista homônimo, um escritor famoso, desaparece na cidade de Bright Falls. Alan encontrava partes de um manuscrito de um novo livro seu, porém não lembrava de ter escrito ele.

As páginas narram o desaparecimento de sua esposa, e o ataque de misteriosas criaturas tomadas pelas sombras nesta cidade do interior. No final, ele fica preso em uma dimensão das trevas chamada de “Lugar Obscuro”, escrevendo uma nova história para a entidade nomeada “A Presença Obscura”, enquanto Alice estava “salva”. A sua habilidade de escrever ficção é usada para alterar a realidade e fazer os desejos desse ser maligno.

Treze anos depois, os agentes do FBI, Saga Anderson e Alex Casey, investigam um bizarro assassinato ocorrido nas proximidades do lago Cauldron, em Bright Falls, onde um homem é encontrado nu, com um buraco na barriga e o coração arrancado. Saga é a co-protagonista, investigando a cidade e tentando desvendar o assassinato, o que leva ao desaparecimento de Wake e um aparente culto macabro na cidade. Enquanto isso, Alan está preso numa espécie de loop dentro do Lugar Obscuro, procurando um meio de sair.