sexta-feira, 27 de julho de 2018

Complecionismo (existe essa palavra?)

   Principalmente depois da chegada de conquistas e troféus nos sistemas do Xbox e do Playstation, muita gente passou a adotar o hábito de fazer 100% de cada jogo, seja para ter um melhor aproveitamento do seu dinheiro, para acalmar o "TOC" ou simplesmente porque gostou bastante de algum jogo e quer jogá-lo o máximo que der. Mas o quão importante é isso? Ou ainda, quão importante é para um jogo ter uma grande quantidade de conteúdo além de sua parte principal?



   Respondendo à primeira pergunta, acho que a importância de fazer 100% de um jogo é única e exclusivamente definida pelo jogador que o está jogando. Sei que isso pode ser levado a ser até uma competição de "quem platinou mais jogos" ou algo do tipo, mas a maioria das pessoas simplesmente não liga pra isso, o que pode até se estender para uma discussão de "o quão importante é 'zerar' um jogo?", porém não é o objetivo de hoje.

   Particularmente eu sou um dos que não se importam com isso, mas existem alguns jogos que simplesmente despertam esse desejo por um motivo ou por outro. Como dois exemplos recentes, fiz o 100% de Mario+Rabbids: Kingdom Battle e sua DLC pois é um jogo que me atraiu bastante pelas mecânicas com um nível de desafio que cresce numa progressão muito boa e foi me instigando a empurrar o limite do que eu conseguia fazer junto com ele. O segundo foi o Super Mario Odyssey onde o motivo foi simplesmente "porque sim", sendo ele um jogo fantástico para apenas pegar o controle e jogar um pouco, resolvi que deveria chegar em 999 luas.

   Veja que os dois exemplos que eu dei foram por motivos diferentes e cada pessoa vai sentir essa vontade com jogos diferentes e por outros motivos quaisquer que sejam. Mas o que será que um jogo deve oferecer para instigar essa vontade em quem não a tem naturalmente? O que acontece algumas vezes é a promessa de uma recompensa dentro do próprio jogo para isso que, mesmo ela sendo um coco dourado, vai ser algo que só quem fez a árdua tarefa terá. Em outras situações, o caminho optado pelos desenvolvedores é promover desafios bem mais difíceis do que os normais do jogo, fazendo quem gostou dele, tentar se superar para provar a si mesmo que consegue. Esses são apenas alguns exemplos, mas, como eu já havia dito, cada um terá um gatilho diferente.


   A questão de desafios com maior dificuldade também é uma espécie de truque para elevar o fator replay e tempo de jogo com menos esforço. Essa frase pode pegar mal, mas não estou tentando insultar ninguém, é apenas um artifício que já era utilizado desde os jogos de NES que eram só demorados para zerar por serem difíceis e quem já conhece o caminho consegue finalizá-los rapidamente.

   Voltando para a segunda pergunta que fiz no começo sobre a quantidade de conteúdo que um jogo deve oferecer além da sua campanha principal, é algo que pode ser problemático caso a desenvolvedora não fizer esse conteúdo com o mesmo cuidado da parte principal do game. Algumas vezes as desenvolvedoras querem apenas agregar horas de jogo, botam desafios com números absurdos e criam um troféu pra isso. Claro que também existem os casos bem feitos, onde o conteúdo adicional é inclusive maior do que o principal e é muito bem pensado e recompensador também. Ambos os casos podem instigar pessoas a ir atrás desses extras, mas acredito que o que for mais bem pensado e planejado deve ser mais efetivo para isso.


   Bom, escrevi um monte e não cheguei a conclusão nenhuma, mas eu estava pensando sobre isso e resolvi compartilhar um pouco por aqui. Como eu comentei ao longo do texto, essa é uma questão bastante pessoal, tendo pessoas que jogam apenas durante o tempo que estão se divertindo, seja através de desafios ou apenas por jogar, e as que se sentem na obrigação de fazer tudo por qualquer motivo que seja.

   Mesmo com o perigo de não ter nenhum comentário falando sobre isso vou perguntar mesmo assim, você se importa em fazer 100% de algum jogo? Se sim, o que instiga essa vontade? E, se não, quanto de um jogo é o suficiente pra você?

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