domingo, 6 de março de 2022

Relembrando a série Batman Arkham + entrevista exclusiva com Eric Holmes diretor de Batman Arkham Origins.

Recém saído da euforia de Batman: O Cavaleiro das Trevas, Batman estava no auge de sua popularidade no ano de 2009, porém fazia muitos anos que o personagem não ganhava um jogo que honrasse sua popularidade, talvez desde os anos 90 com os jogos que adaptavam a série animada.

Com a proposta de fazer uma história original do Batman para os videogames, uma pequena empresa chamada Rocksteady conseguiu o aval da Warner para fazer um jogo do Cavaleiro das Trevas e com roteiro do Paul Dini (Batman a série animada). E é incrível se parar pra pensar o que um pequeno estúdio britânico conseguiu fazer.



A ideia é perfeita, uma rebelião no hospital sanitário de Arkham que abriga os criminosos mais insanos do Homem Morcego, colocando o Batman no meio do caos e fazendo você ter que combater vilões clássicos de sua galeria. A história oferece muitos momentos tensos(e assustadores) e ganha destaque graças as brilhantes performances de todo o elenco de dubladores especialmente de Mark Hamill(Coringa) e Kevin Conroy(Batman).

Nesse jogo existem muitos diferenciais em relação à outras produções baseadas em quadrinhos da época, primeiro o nível de produção. Esse jogo é o primeiro jogo de alto investimento em partes técnicas que um herói dos quadrinhos teve, então tudo se transmitiu no ambiente do jogo, nos designs bem detalhados dos personagens, na incrível direção de arte e na construção do ambiente de Arkham que é espetacular, um lugar gótico(existem gárgulas até dentro dos prédios) e parecendo que saiu diretamente de um filme do expressionismo alemão.

O jogo também conta com colecionáveis que são os troféus do Charada, charadas que você tem que desvendar pela Ilha que vão adicionando mais conteúdo para a história e tem os áudios de Amadeus Arkham que enriquece muito à mitologia do local.

A jogabilidade inspirou muitos jogados dos anos seguintes e é algo brilhante, desde os momentos stealth, onde você pode fazer uma verdadeira caçada a seus inimigos utilizando os gadgets do Batman até o sistema de combate direto que foi algo copiado a exaustão por outros jogos. O sistema FreeFlow é um sistema de combate adaptativo, em Arkham Asylum você pode socar, atordoar, pular e contra atacar seus oponentes e tudo sob o aspecto de uma mecânica com uma fluidez que até então era inédita e novos combos podem ser adicionados à medida que você compra os upgrades. As batalhas contra chefes também são excelentes e surpreendentemente bem variadas que podem ir a uma sessão de plataforma a um combate direto contra um boss.

Alguns problemas de roteiro a parte, especialmente na parte final do jogo, Batman: Arkham Asylum é um jogo histórico e soberbo. Foi muito emocionante jogar ele na época de seu lançamento.


O imenso sucesso de Arkham Asylum viabilizou  uma sequência, então em 2011 foi lançado Batman: Arkham City sendo produzido pela mesma Rocksteady mas com muito mais recursos e tendo se transformado em um estúdio maior o que explica a evolução incrível que foi o jogo.

Arkham City é um progresso sob todos os aspectos em relação ao seu antecessor, agora é situado em um mundo aberto, com side missions e com a gameplay sendo muito expandida, o Batman aqui tem o dobro de animações de combate em relação ao primeiro jogo e mesmo o mapa de Arkham City sendo cinco vezes maior que o de Arkham Asylum, o jogo teve um substancial upgrade nos gráficos, com texturas melhores e cenários mais detalhados.

O sistema de combate você pode usar mais gadgets enquanto luta contra seus inimigos, e novos tipos de inimigos que necessitam novas estratégias para derrota-los, porém a grande novidade do jogo foi a adição da Mulher Gato como personagem jogável durante a campanha, enquanto o Batman luta de uma maneira muito sólida e metódica, a Mulher Gato é bem mais ágil e fluída, a navegação com ela pela cidade é diferente também com ela usando seu chicote pra escalar os prédios e se o jogador acertar o timing da escalada ela irá mais rápido.

Os troféus do Charada estão de volta incluindo troféus que só podem ser pegos com a Mulher Gato, às charadas voltaram, mas os colecionáveis são um exagero, são mais de 400 itens colecionáveis e sinceramente foi o único jogo da franquia em que não colecionei todos. Aqui passaram dos limites.

A história é mais um ponto alto do jogo, apresentando muitos novos vilões e um Coringa ainda mais insano, Arkham City pega um plot ruim que foi o Coringa virar um monstrengo no final do jogo anterior e a partir disso ele teve como consequência ficar muito doente e estar morrendo, então o Coringa está muito mais perigoso pois ele realmente tem nada a perder.

O desenvolvimento da narrativa também é muito bom, tem muitas boas viradas de roteiro e consegue manter um nível de tensão que só vai escalonando ao decorrer do jogo e tudo recheado de grandes personagens e as batalhas contra chefes mantém o nível de diversidade e qualidade do jogo anterior.

Batman Arkham City é um jogo que evolui tudo em relação ao seu antecessor, conseguindo criar um jogo maior e melhor e também se destaca como um dos grandes jogos da sétima geração de consoles e pessoalmente um dos meus jogos favoritos.

Batman Arkham City ainda teve uma DLC para o modo história chamado "Harley Quinn's Revenge" e eé uma continuação direta dos eventos de Batman Arkham City, contava com a novidade em nos colocar no controle do Robin(Tim Drake), ele usava um escudo que dava pra se defender de tiros e auxiliava no combate e um bastão que era usado pra rebater golpes, assim como a Mulher Gato, o Robin é uma jogabilidade completamente original e independente do Batman. Essa DLC é obrigatória para os fãs do jogo.


Após a conclusão de Arkham City, a Rocksteady começou o desenvolvimento do encerramento definitivo da trilogia para os consoles de nova geração e essa transição demandou uma maior quantidade de tempo, a Warner não queria um gap de tempo muito grande e convidou a Warner Bros Montreal(que foi responsável pelo port de Arkham City para o WII U) para fazer um novo jogo do Batman no mesmo universo da série Arkham. Até o elenco de dubladores foi modificado mas felizmente as novas vozes fizeram um trabalho muito bom.

Batman Arkham Origins é uma prequel de Arkham Asylum, se passando oito anos antes dos eventos ocorridos na ilha, Batman está em seu segundo ano como vigilante e em uma rebelião na prisão de Blackgate na véspera de Natal, Batman enfrenta o Crocodilo e acaba o derrotando mas descobre que sua cabeça foi posta a prêmio pelo Máscara Negra e oito assassinos estão atrás dele.

A história é o ponto alto do jogo, o roteiro é muito bem construído e tenta ir mais a fundo na personalidade do Homem Morcego, com o Alfred questionando suas ações na cidade, e também um fator que ganhou mais destaque foi o lado detetive dele que teve sua mecânica expandida com a possibilidade de reconstruir cenas de crimes avançando e retrocedendo as cenas e algumas side missions com casos para você desvendar. 

Derrotar os assassinos ao longo da história é muito intenso e as batalhas não são tão variadas quanto aos jogos anteriores mas mantinham um padrão de qualidade alto e a luta contra o Exterminador é uma das melhores da franquia, colocar alguns assassinos em missões secundárias foi uma boa jogada para não deixar a trama principal cheia demais.

Uma novidade em relação a história foi o uso de CGI's (excelentes) em algumas cutscenes, o que deu um tom cinematográfico para à narrativa que se encaixou perfeitamente à história e conseguiu dar uma diferenciada estética em relação aos jogos anteriores.

A jogabilidade manteve o padrão, com adições de alguns novos inimigos e uma luva elétrica que vai recarregando enquanto você acerta os combos(infelizmente as luvas chegam em uma parte bem avançada do jogo).

Tecnicamente o jogo teve uma melhora notável, os gráficos deram um salto de qualidade e a cidade de Gotham é duas vezes maior que Arkham City,  Gotham sob a neve cria um cenário muito bonito.

Arkham Origins é um jogo muito subestimado que ao longo dos anos foi conquistando o carinho dos fãs do Batman, posso dizer sem dúvida que é um grande jogo e com uma história de primeira linha, uma pena não ter sido remasterizado na coletânea que a Warner lançou.

O jogo teve uma expansão chamada "Cold, cold Heart" e se trata de uma sequência direta ao jogo base e traz o Senhor Frio como vilão Principal. Além de ser uma história excelente a expansão conta com novos gadgets e uma nova armadura para o Batman que é simplesmente incrível (torci muito para ela reaparecer em Arkham Knight).Cold, cold Heart é a melhor DLC dos jogos do Batman.


Um jogo esquecido da franquia é o Batman Arkham Origins: Blackgate lançado para PSVITA e Nintendo 3DS e desenvolvido pela Armature Studio que é uma empresa formada por veteranos da Retro Studios(responsáveis por alguns jogos da série Metroid).

Após os acontecimentos de Cold, cold heart, mais uma rebelião ocorre em Blackgate(problemática essa prisão) e o Batman tem que intervir nesse cenário caótico e impedir a detonação de uma bomba. A história é contada majoritariamente por motion comics com uma arte muito bonita, apresenta novos vilões e a introdução da Mulher Gato nesse universo. A história é competente e começava a construir um plot para um jogo do Esquadrão Suicida que acabou não acontecendo(não confundir com o Esquadrão Suicida da Rocksteady).

O jogo é em 2.5D e os gráficos são OK mesmo levando em conta o nível dos portáteis, os cenários são bem repetitivos mas a jogabilidade foi muito bem transposta dos consoles de mesa para portáteis. Batman Arkham Origins Blackgate foi remasterizado para os consoles de mesa e PC, no final das contas é um jogo divertido.


Quatro anos depois de Arkham City a Rocksteady voltou para concluir a trilogia iniciado em 2009 com Arkham Asylum, no que é o maior jogo da história do Maior Detetive do Mundo(não o melhor).

A história se passa na Noite de Halloween com a volta do Espantalho que obriga a cidade ser evacuada graças sua ameaça de lançar sua nova toxina do medo, a cidade é entregue ao caos completo com as milícias do Espantalho tomando conta da cidade e o Doutor Crane ainda tem a ajuda do Cavaleiro de Arkham um novo inimigo com uma obsessão em matar o Batman.

No geral a trama é boa, com um alto nível de tensão e o Espantalho se provou um grande vilão à altura do que foi o Coringa em Arkham City, um ponto positivo da trama foi explorar mais da BatFamilia durante sua campanha e missões secundárias.

O problema é que as viradas de roteiro são muito óbvias e as aparições do Coringa o tempo todo durante a gameplay são bem aborrecidas, apesar do plot dele em si ser bem interessante, pela primeira vez na trilogia a trama fica um pouco mais cheia do que deveria ser.

A primeira coisa que chama atenção em Arkham Knight são os aspectos técnicos, Batman Arkham Knight é um dos jogos mais impressionantes já feitos, a cidade de Gotham é cinco vezes maior que Arkham City e é projetada quase como uma cidade Cyberpunk, com muitas luzes neon e potencializado pela chuva constante.

Os gráficos desse jogo são incríveis, ambientes super detalhados, texturas de alta qualidade, efeitos de sombras e iluminação, tudo perfeito, perceber à água da chuva batendo na armadura do Batman é algo quase hipnotizante e toda essa qualidade alinhada à uma direção de arte magistral, os designs dos personagens sofreram alterações e todos ficaram excelentes. A armadura do Batman é espetacular, o visual militarizado do Espantalho é ameaçador e imponente, e os outros inimigos com aspectos bem envelhecidos foram brilhantemente construídos.

O sistema de combate teve muitas novas adições, como novos inimigos incluindo um médico que pode ressuscitar parceiros que foram derrotados dando uma nova dinâmica nas batalhas, agora o Batman pode espancar bandidos que estão no chão para finalizar eles(isso sempre dá uma sensação boa) e um novo sistema foi adicionado o "Fear Takedown" que permite o Batman selecionar e finalizar até cinco inimigos ao mesmo tempo desde que ele não seja detectado gerando animações incríveis. O sistema de combate permanece excelente e o mais completo até hoje, todas as adições foram muito bem postas.

Outra novidade na jogabilidade foi o Dual System que em situações especificas nos permite jogar com outros membros da BatFamlia em lutas que o Batman esteja envolvido, cada membro tem uma jogabilidade totalmente especifica, a interação entre os personagens nas lutas é muito boa e bem fluída. É simplesmente incrível você estar lutando com o Batman e em um apertar de botão você começar a controlar o Asa Noturna.

A grande novidade do jogo foi a adição do Batmóvel, o que gerou alguns problemas, mas começando pela porte boa, o visual do carro é espetacular misturando o aspecto militar do Tumbler do Christopher Nolan com o aspecto mais gótico fantasioso do Tim Burton, se locomover com ele pela cidade é muito bom, se tornou visualmente meu Batmovel favorito até a versão de The Batman(mais detalhes em breve) e usar ele nos desafios do Charada é muito legal.

O problema começa quando o Batmóvel é usado a exaustão, até batalhas contra boss ele é usado, tinha nenhuma necessidade da batalha contra o Exterminador ser com o Batmóvel ainda mais quando no jogo anterior o Exterminador teve uma batalha excelente contra o Batman, foi muito desanimador pensar nas possibilidades de um duelo contra ele em sistemas de nova geração e nos entregarem uma perseguição de tanques totalmente sem graça e pra piorar o sistema de batalha é muito travado e esquisito, é simplesmente ruim de jogar nesse estilo.

Um problema grave foi a falta de boss fights. A única luta tradicional foi com o Charada, o que é algo inacreditável, o resto se limita a perseguições de carros. Absurdo.

O jogo teve um grande suporte da Rocksteady em conteúdos digitais, e ao longo do ano teve alguns lançamentos, como breves novas campanhas para alguns personagens(Robin, Asa Noturna, Capuz Vermelho, Arlequina e Mulher Gato), todas campanhas curtas que duram de 10 a 30 minutos e que são interessantes.

A primeira grande DLC foi Batgirl: Uma Questão de Família que foi desenvolvida pela Warner Bros Montreal. A história se passa antes dos eventos de Arkham Asylum e depois dos eventos de Arkham Origins: Blackgate. Sendo ambientada em um parque de diversões com Batgirl e Robin se unindo para salvar James Gordon que foi sequestrado pelo Coringa, em uma história que se assemelha a clássica "Piada Mortal". Essa campanha é interessante, tem uma boa narrativa e ambientação apesar de não ter o mesmo impacto de "Cold, cold heart".

Outro conteúdo adicional foi "Season of Infamy" que adiciona mais quatro side misssions para o jogo principal com os vilões Crocodilo, Liga dos Assassinos, Chapeleiro Louco e Senhor Frio. Contém duas boas conclusões ao arco narrativo do Senhor Frio e Liga dos Assassinos, traz uma boa batalha contra chefe na missão do Crocodilo que ganhou um novo visual muito assustador, a missão do Chapeleiro Louco é bem mediana.

Arkham Knight é um jogo bom, com uma jogabilidade robusta, visuais impressionantes e sendo uma boa conclusão para a trilogia mesmo sendo o jogo mais fraco da série Arkham dos consoles principais, fico desejando uma versão "Director's Cut" que tente alterar o modo combate do Batmóvel e adicione batalhas contra chefes, aí teríamos o jogo perfeito do Homem Morcego, mas isso é um sonho impossível. 

Resta nos aguardar Suicide Squad: kill the Justice League que é uma continuação da narrativa do universo Arkham, os trailers não me agradam nem a estética que se assemelha aos filmes, mas a Rocksteady tem muito crédito e merece um voto de confiança.



Entrevista com Eric Holmes, diretor criativo de Batman: Arkham Origins

Batman: Arkham Origins foi um jogo que começou a ganhar o amor dos fãs ao passar do tempo, basta ver a quantidade de posts no Reddit com o título "Arkham Origins é um jogo underrated" e para relembrar esse jogo tivemos a oportunidade de conversar com o diretor criativo de Batman: Arkham Origins. Eric Holmes!

LocadoraTV: Quais foram os desafios para produzir um jogo do Batman principalmente no contexto de se passar no mesmo universo de dois jogos aclamados pelos fãs do personagem?

Eric Holmes: Você já nomeou tanto a dor quanto a oportunidade – o desafio foi acompanhar um dos jogos mais aclamados de todos os tempos, Arkham City da Rocksteady. Que desafio. Que honra.

Em vez de tentar reinventar a mecânica do personagem – acho que seria um erro – tentamos começar primeiro com uma história que fosse importante para o personagem.

Analisamos algumas maneiras de fazer isso antes de decidir sobre uma história de início de carreira.
Inspirados em histórias em quadrinhos importantes como Batman: Ano Um e a série Lendas do Cavaleiro Das Trevas, poderíamos deixar você levar o Batman em uma história que você nunca viu antes. A esperança era que, ao reverter os anos dos personagens e seus relacionamentos, pudéssemos fazer com que essas coisas antigas se tornassem novas novamente. Um com uma persona menos completa do Batman, e que Bruce dê alguns passos em falso para se tornar o personagem totalmente formado com o qual o público está muito familiarizado.

Para isso, tivemos que ser consistentes com o que o Arkhamverse havia feito até agora, mas também tentar evitar que o público pudesse prever tudo o que estava por vir. Acho que a chave para isso foi a nossa história, e acho que a equipe fez um ótimo trabalho com isso.

Curiosidade: ninguém notou Troy Baker trollando-os em sua roupa de painel da San Diego Comic Con, onde ele estava vestindo uma camiseta com uma caveira negra. Vamos lá, pessoal – vocês não deveriam ser detetives? :)

LocadoraTV: O ponto que talvez tenha sido mais elogiado foi a história. Foi algo em que a equipe realmente se focou?

Eric Holmes: Totalmente. A equipe tinha um profundo amor pela mitologia do Batman e como poderíamos trazer isso para os jogos. Foi um ponto de foco, o que faz sentido quando você considera que estamos trabalhando com a Warner Brothers e a DC Comics.

O jogo foi lançado em 2013, quando Batman estava chegando aos 74 anos. Isso representa muitas histórias. Muitas eras criativas. É difícil contar uma nova história significativa do Batman que não quebre uma parte da mitologia, mas espero que o público tenha gostado da história que contamos.

LocadoraTV: Minha DLC favorita de toda a franquia foi "Cold, cold Heart". Como foi o processo de criação desse jogo?

Eric Holmes: Obrigado, fico feliz que tenha gostado! Nós nos misturamos um pouco sobre como estávamos fazendo isso, com alguns dos diretores do projeto, como Ryan Galletta e Benoit Richer, assumindo as rédeas, então você pode obter ótimas histórias se conversar com eles. E nosso diretor cinematográfico muito talentoso, Stefan LeBlanc, estava feliz em quebrar as regras assim que saímos do jogo principal.

Lembro-me principalmente do meu envolvimento estando com Ryan em termos de descobrir como seríamos os mais fiéis possíveis ao icônico episódio de "Batman a série animada: Coração de gelo” sem sentir que estávamos apenas recontando. Ryan merece o crédito por isso. E boas lembranças de Jay Evans(Lead Character Artist) arrasando com o traje XE - eu amo essa coisa!

LocadoraTV: Há uma pequena parte em que assumimos o controle do Coringa e foi fantástico. Isso foi apenas planejado para aquela parte ou tinha algo maior nos planos?

Eric Holmes: Aqui está um segredo de desenvolvimento de jogos: cada parte de cada jogo que você joga tem mais planejado para isso do que o que você eventualmente recebe. Cortá-lo até que você possa torná-lo bom é apenas uma parte do processo. Originalmente, o jogo tinha planos ​​muito maiores para um Coringa jogável e histórias jogáveis ​​de Bane. À medida que desenvolvíamos a história, a parte do Coringa ficou menor e, eventualmente, tornou-se o que era quando percebemos onde deveríamos colocar nossa ênfase. Eu consideraria um sucesso, pois as pessoas parecem pensar com carinho e queriam mais. E não é a quantidade certa de qualquer coisa quando se deixa deixa o público querendo mais?

Havia uma equipe apaixonada de pessoas que continuaram trabalhando e refazendo isso até se tornar o que era, mas se bem me lembro, Jeremy Price (art director) e Eric Foster ( level design, também conhecido como Eric Hein) foram os heróis nessa parte. Valeu, gente!

Não faltaram ideias para um Coringa jogável, apenas falta de tempo para fazer tudo o que queríamos colocar no jogo. Os mesmos velhos desafios de desenvolvimento de jogos!

LocadoraTV: Se você tivesse a oportunidade de fazer outro jogo do Batman. Como seria?

Eric Holmes: Eu amo o personagem e o mundo. É icônico e atemporal. No entanto, ele se move com o tempo, então é de alguma forma sempre relevante. E estamos prestes a entrar em mais uma era do personagem com THE BATMAN, de Matt Reeves, que está recebendo ótimas críticas. Tempos emocionantes!

Se você está perguntando o que eu faria com ele, a resposta seria “depende”, porque o espaço em que qualquer jogo se encaixa pode ser muito diferente, desde às experiências narrativas da Telltale até as lutas de Injustice. A coisa que eu mais gostei no Batman foi explorar as raízes profundas da mitologia e tentar encontrar uma maneira de tornar isso emocionalmente envolvente – para que você não apenas veja esses eventos acontecerem, que você sinta.

Existem tantas histórias do Batman, mas apenas um pouco de jogos do Batman. E os jogos são o único lugar em que você pode SER O BATMAN – então, encontrar uma maneira de transmitir essa sensação de presença e envolvimento parece a oportunidade e a responsabilidade que um criador de jogos tem para seu público. Com Batman, você tem o luxo de ser fortemente definido na mente do seu público. Então é por aí que eu começaria.

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