sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Review - Resident Evil 7: Biohazard


Finalmente chegou! Resident Evil 7 foi uma surpresa desde seu anúncio na E3 2016, a série já tava meio perdida, mesmo com alguns jogos bons como os spin-offs Revelations e Revelations 2, ainda tinha aquele gosto ruim deixado pelo Resident Evil 6, que apesar de não ser horrível, foi um balde de água fria no hype que ele gerou. 

Também houve um grande erro esquecido chamado de Umbrella Corps, mas esse poderá ser discutido no futuro.

Falam muito de "retorno as raízes" quando mencionam Resident Evil 7, o jogo tem bastante coisa dos antigos, isso é bem visível, a estrutura similar ao primeiro Resident Evil, você está numa casa grande com puzzles esdrúxulos, inventário limitado, baús bizarros que compartilham itens entre si, locais escondidos e criaturas horrentas. Bom, RE7 tem tudo isso de um jeito mais simplificado e com algumas coisinhas a mais.




Isso não significa que seja ruim, apesar de sentir falta de uns puzzles mais complicados, ou que os inimigos sejam mais presentes, ou que as áreas fossem mais complexas, o jogo compensa com outras coisas.

Por mais que os inimigos não sejam muito variados e não apareçam tão frequentemente, é justificável pelos tamanhos das áreas e a proposta do jogo, se você estiver em um local com 3 inimigos, já é o bastante pra ficar na merda, não por que o controle seja ruim, até que tem algumas sacanagens, tipo deixar seu personagem mais lento em ambientes fechados e em bossfights. 

Mas tem uma sensação similar aos Resident Evil antigos, onde você tem que pensar bem como você vai lidar com os perigos do jogo e se vale a pena usar seus recursos em certas situações, se é melhor tu fazer mais munição ou cura, pois pra fazer um deles é necessário combinar pólvora, ou uma erva, com um líquido 



Mas ao contrário do primeiro jogo, que envolve um esquadrão da polícia investigando uma mansão isolada nas montanhas, RE7 acompanha Ethan Winters, um rapaz que recebe uma mensagem de sua esposa, Mia Winters, que pede para ele buscá-la numa fazenda em Dulvey, Luisiana.

O que é estranho, pois Mia desapareceu 3 anos atrás, mas Ethan é um cara... bem, não se sabe o que ele faz e nem muito da personalidade, de qualquer forma, ele vai lá encontrar sua esposa e acaba sendo capturado pela família Baker, um bando de psicopatas que vão fuder a sua vida. Então Ethan terá que sobreviver aos Bakers e outras bizarrices que residem no local, encontrar Mia e fugir dessa situação de merda.

Apesar desse plot bem comum de filme de terror, o mistério do desaparecimento da Mia e da família Baker são muito interessantes, a forma como ele é montado e apresentado deixa a jornada interessante até o fim. O resultado é discutível, achei no geral muito bom, mas tem alguns detalhes que ainda estão faltando, que podem ser respondidos nas DLCs e em outros jogos. Não entrarei em detalhes pois tem bastante aspectos "spoilerentos".


A família Baker com certeza é um dos pontos altos do jogo, já vale destacar Jack Baker, o pai da família, e provavelmente o mais memorável dos três, ele funciona como uma espécie de Nemesis, porém em uma proporção menor de aparência e ameaça, mas o que o destaca são os diálogos e a forma como ele confronta o protagonista. O velho é um fanfarrão que tenta sempre tirar um sarro do protagonista e gerar umas cenas bizarramente engraçadas, similar a um deadite de Evil Dead.

Os outros Bakers são bacanas também, Marguerite, a mãe da família, é uma bizarra "velha louca" que fala gritando e te ofendendo, ela é menos presente no jogo, porém tem uma bossfight bem "medonha", provavelmente o ser mais assustador do jogo, e Lucas é um psicopatinha que prefere se esconder e dar uma de "Jigsaw" de Jogos Mortais. Todos os membros da família são "chefes" únicos e oferecem desafios diferentes, mas sem dúvidas, a parte da casa principal com Jack Baker é a melhor.



A casa principal é o lugar mais "complexo" do jogo, as outras áreas são um pouco mais lineares, e tem mais duas áreas depois que você sai da propriedade dos Bakers, o primeiro é aberto, mas não é tão divertido de explorar, pois essa parte é mais focada em explicar o plot, já o segundo é bem linear mesmo e tem mais focos em matar inimigos.

Parece que o jogo começa como Resident Evil 1 e termina como RE4, não chega a ficar ruim, mas parece que a parte inicial é mais bem pensada, além do que, a explicação pra grande parte dos acontecimentos está nessa área final, não sei se foi intencional, mas parece que poderia desenvolver melhor esse fim, a área poderia ser maior e mais interessante, assim como o último chefe, que é bem "automático", sem nenhum desafio.

Mas falando em desafio, o jogo em si não é muito difícil na dificuldade normal, a munição não acaba tão fácil, se você saber administrá-la, inclusive, acho que isso diminui a sensação de medo em geral. Mas se procura um desafio maior, pode jogar o modo Madhouse/Hospício, o jogo vai ter saves limitados que nem os antigos, Jack Baker vai aparecer mais durante o início pra te perseguir, itens vão estar em locais diferentes, os inimigos são mais resistentes e você é mais fraco, é um bom motivo pra jogar novamente.



Estava empolgando demais por Resident Evil 7, acompanhei trailer, joguei as demos e botei fé que o jogo ia ser bom, independente de ser um Resident Evil ou não, e, finalmente, a Capcom não decepcionou. Não é uma cópia de Outlast, P.T ou apenas "jogo de sustinho" pra youtuber jogar.

A mudança pro estilo "primeira pessoa" foi bem implementada e casa bem com o clima de filme de "casa do terror", deve ser um das poucas coisas que valem a pena pra comprar um PSVR. RE7 tem elementos dos jogos originais e coisas novas que deixam ele muito bom, resgatando aquela sensação de "survival horror", um gênero bem escasso atualmente, deu umas tropeçadas aqui e ali, mas nada de tão grave.


Nota: 8

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