terça-feira, 8 de novembro de 2016

Please, don't touch anything

Dessa vez um jogo mobile, mas que serve também para aqueles que não curtem jogar numa telinha de celular: “Please, don’t touch anything”, disponível para Windows, Android e iOS. É um jogo que se define como “um game de tortura cerebral sobre pausas para o banheiro, chaves de fenda e explosões nucleares” extremamente simples, mas muito interessante, divertido e instigante.

No jogo, após escolher a linguagem de preferência, você se vê na frente de um painel onde se encontra um botão vermelho e uma alavanca de restart. À sua frente, encontra-se uma tela que só transmite duas cores (preto e verde em seus mais diversos tons) e balões de fala rolando indicam que você é o visitante ali e a pessoa que trabalha naquele local está saindo para ir ao banheiro e pede para que você não toque em nada. A partir daí você pode se comportar, obedecendo a pessoa que trabalha ali ou você pode deixar a sua criança de cinco anos aflorar e começar a apertar tudo na tela, inclusive o botão vermelho e descobrir os segredos mais obscuros, bizarros e destruidores que um botão vermelho suspeito pode esconder numa sala estranha que parece pertencer a alguma agência misteriosa governamental, de demônios a illiminatis, tem de tudo aqui nesse jogo.



É uma premissa simples e num primeiro olhar, esse jogo é a coisa mais sem-graça que existe, mas seu criador, muito inteligente, elaborou uma série de alternativas para reagir às mais diversas reações que o jogador pode ter, de sair apertando loucamente o botão vermelho a não fazer nada. As possibilidade são inúmeras e quanto mais você avança, mais opções vão aparecendo, junto com pistas para auxiliarem na resolução dos mistérios e quebra-cabeças desse jogo. Sim, após um tempo, você descobre que este é, na verdade, um puzzle muito bem construído e elaborado.

A ausência de roteiro permite ao jogador construir o jogo que mais lhe agradar, você pode se achar amigo de um cara que trabalha numa sessão obscura da CIA ou o filho de uma illuminati ou a esposa de um reptiliano, tanto faz, isso não importa para o jogo e aí a criatividade pode fluir naturalmente.

O tom de mistério é reforçado pela trilha sonora, feita em não-sei-quantos bits exatamente, mas que é muito boa, mudando a cada novo quebra-cabeça que você descobre e até servindo para te auxiliar na resolução de alguns deles.

Além disso, a arte do jogo também merece certo destaque, feito também num estilo retrô, isso funciona muito bem aqui, pois além de permitir que a imaginação do jogador preencha os “espaços” que sobram devido à limitação de seu estilo, ainda faz com que o jogo não seja tão pesado, podendo ser instalado em qualquer celular ou computador.


Porém , não deixe se enganar por toda essa simplicidade, este é um jogo muito inteligente, mas é também muito absurdo (por consequência, a dificuldade aumenta), a solução para muitos dos quebra-cabeças será encontrada por acaso e outros são simplesmente impossíveis (como a conquista “perfeccionista”), o que faz com que você perca logo a paciência e procure “detonados” na internet.

Mais, "Please, don't touch anything" é um jogo grande, são mais de 20 quebra-cabeças, cada um com finais para o mundo diferentes e a cada quebra-cabeça terminado, uma luz se acende no painel à sua frente, indicando o seu progresso no jogo e um pôster é adicionado na parede atrás do painel (que inclusive são bem engraçados e te ajudam a entender a causa do final do mundo que você causou).

Enfim, “Please, don’t touch anything” foi uma enorme surpresa para mim e muito agradável por sinal. Gostei muito do jogo e, apesar de não ter terminado ele, finalizei vários quebra-cabeças e gostei de todos eles, dei risada com alguns e me assustei com outros. No celular, ele utiliza vários elementos do aparelho a favor do jogo, como a tecnologia de vibração (muito bem utilizada para dar o tom de um dos finais do mundo no game) e o relógio interno, mostrando que teve dedicação por parte do criador e o seu trabalho não foi à toa, pois gerou um resultado muito bom.



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