No jogo, após escolher a linguagem de preferência, você se
vê na frente de um painel onde se encontra um botão vermelho e uma alavanca de
restart. À sua frente, encontra-se uma tela que só transmite duas cores (preto
e verde em seus mais diversos tons) e balões de fala rolando indicam que você é
o visitante ali e a pessoa que trabalha naquele local está saindo para ir ao
banheiro e pede para que você não toque em nada. A partir daí você pode se
comportar, obedecendo a pessoa que trabalha ali ou você pode deixar a sua
criança de cinco anos aflorar e começar a apertar tudo na tela, inclusive o
botão vermelho e descobrir os segredos mais obscuros, bizarros e destruidores
que um botão vermelho suspeito pode esconder numa sala estranha que parece
pertencer a alguma agência misteriosa governamental, de demônios a illiminatis,
tem de tudo aqui nesse jogo.
É uma premissa simples e num primeiro olhar, esse jogo é a
coisa mais sem-graça que existe, mas seu criador, muito inteligente, elaborou
uma série de alternativas para reagir às mais diversas reações que o jogador
pode ter, de sair apertando loucamente o botão vermelho a não fazer nada. As
possibilidade são inúmeras e quanto mais você avança, mais opções vão
aparecendo, junto com pistas para auxiliarem na resolução dos mistérios e
quebra-cabeças desse jogo. Sim, após um tempo, você descobre que este é, na
verdade, um puzzle muito bem construído e elaborado.
A ausência de roteiro permite ao jogador construir o jogo
que mais lhe agradar, você pode se achar amigo de um cara que trabalha numa
sessão obscura da CIA ou o filho de uma illuminati ou a esposa de um reptiliano,
tanto faz, isso não importa para o jogo e aí a criatividade pode fluir
naturalmente.
O tom de mistério é reforçado pela trilha sonora, feita em
não-sei-quantos bits exatamente, mas que é muito boa, mudando a cada novo
quebra-cabeça que você descobre e até servindo para te auxiliar na resolução de
alguns deles.
Além disso, a arte do jogo também merece certo destaque,
feito também num estilo retrô, isso funciona muito bem aqui, pois além de
permitir que a imaginação do jogador preencha os “espaços” que sobram devido à
limitação de seu estilo, ainda faz com que o jogo não seja tão pesado, podendo
ser instalado em qualquer celular ou computador.
Porém , não deixe se enganar por toda essa simplicidade,
este é um jogo muito inteligente, mas é também muito absurdo (por consequência,
a dificuldade aumenta), a solução para muitos dos quebra-cabeças será
encontrada por acaso e outros são simplesmente impossíveis (como a conquista
“perfeccionista”), o que faz com que você perca logo a paciência e procure “detonados”
na internet.
Mais, "Please, don't touch anything" é um jogo grande, são mais de 20 quebra-cabeças,
cada um com finais para o mundo diferentes e a cada quebra-cabeça terminado,
uma luz se acende no painel à sua frente, indicando o seu progresso no jogo e
um pôster é adicionado na parede atrás do painel (que inclusive são bem
engraçados e te ajudam a entender a causa do final do mundo que você causou).
Enfim, “Please, don’t touch anything” foi uma enorme
surpresa para mim e muito agradável por sinal. Gostei muito do jogo e, apesar de
não ter terminado ele, finalizei vários quebra-cabeças e gostei de todos eles,
dei risada com alguns e me assustei com outros. No celular, ele utiliza vários
elementos do aparelho a favor do jogo, como a tecnologia de vibração (muito bem
utilizada para dar o tom de um dos finais do mundo no game) e o relógio
interno, mostrando que teve dedicação por parte do criador e o seu trabalho não
foi à toa, pois gerou um resultado muito bom.
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