sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Review - Castlevania Rondo of Blood e Dracula X Chronicles


Com tanta empresa deixando de lançar jogos apenas pro SNES no meio da vida do console, a Konami resolve olhar pro PC-Engine CD e lançar seu próximo Castlevania. Infelizmente, a falta de sucesso do console fora do Japão fez com que Rondo of Blood não saísse de lá.

Hoje, devido a emulação fácil de PC-Engine e com direito a patch em inglês, além do remake de PSP com o jogo original e o Castlevania Requiem, temos acesso a um, se não o melhor, Castlevania clássico, antes da era Metroidvania.


No ano de 1792, o feiticeiro Shaft (sim, esse é o nome dele) revive Dracula, e seguindo a tradição, um caçador de vampiros da família Belmont deve ir lá dar conta do Conde antes que ele domine o mundo. O Belmont da vez é o jovem Richter, filho de Simon, que também terá que resgatar sua amada Annete que foi sequestrada pelo Lorde das Trevas. No caminho, Richter poderá resgatar outras três damas, uma delas sendo Maria Renard, uma garotinha com poderes mágicos que ajudará o caçador em sua jornada.

Rondo é bem direto ao ponto, mas conta com algumas coisas que o PC-Engine CD poderia oferecer, como algumas cutscenes com cara de anime dos anos 90 e dublagem, apesar da animação simples, foi uma boa adição a Castlevania, dando um charme a mais pro jogo e uma boa forma de trazer algo a mais pra história, inclusive, incluindo cenas exclusivas pra cada um dos protagonistas.

A adição de mais personagens jogáveis não é novidade pra Castlevania, porém aqui o caso é um pouco diferente, Richter é seu Belmont clássico, com movimento lento e apenas dando chicotada pra frente, já a Maria tem movimentação melhor, pulo duplo, ataques constantes enquanto anda, e a única desvantagem é que ela toma mais dano, o que acaba não sendo um grande problema. Maria é uma mistura de um easy mode com um personagem piada, já que ela ataca usando pombas, os seus itens são outros animais, até Dracula fica indignado quando é derrotado por uma "garotinha".


Apesar de tirarem a CHICOTADA MULTIDIRECIONAL do Super Castlevania IV, Rondo implementa duas mecânicas novas para o Belmont: o Backflip, um pulo pra atrás que só pode ser feito imediatamente após um pulo neutro, é meio truncado mas bem útil, e o Item Crash, um ataque intensificado das sub-weapons custando um alto número de corações, e a Maria também possui essa habilidade. Dependendo do item, o golpe pode ser algo excelente, até quebrado, ou um ataque meio ridículo, mas isso não muda tanto a dificuldade.

Rondo segue a tradição de ser lazarento de difícil, porém dá alguma aliviada nos padrões da série, alguns são coisa herdadas do Castlevania IV, como melhor controle do pulo e subir nas escadas, outras são novidades, como alguns buracos, que geralmente são morte instantânea, te levarem pra outro lugar da fase, acho que a única coisa que piorou foi a invulnerabilidade após tomar um golpe, que aqui deve durar nem um segundo.

Entre outras facilidades, a mais importante é o fato que você pode selecionar qualquer fase que já passou, bem como escolher o personagem, e isso não deixa o jogo mais linear, pois também há fases alternativas. A maioria das fases possui um caminho escondido que te leva a um chefe diferente e depois à um fase secreta, não só achar as fases gera um valor de replay, como duas das damas estão escondidas nelas.


Vale falar do remake de Rondo lançado para PSP em 2007, Castlevania: Dracula X Chronicles, uma "modernização" do jogo original, deixando ele com cara mais do que era a franquia 12 anos atrás. Logo temos arte da Ayame Kojima e música de Michiru Yamane, as duas artistas que se tornaram sinônimos da série após Symphony of the Night. Os personagens receberam novos visuais, perdendo o estilo "animezistico", não que a mudança seja ruim, mas não se destaca nos novos gráficos 3D, e mesmo sendo um PSP, o visual é bem feinho, e comparar ao original piora a situação. A trilha sonora, que já era excelente, continua assim, apesar de alguns remixes e mudanças de faixas, não há nada ruim.

Acho que a maior mudança foi o tom da história, quase todo aspecto cômico se foi, deixando um tom mais sério, o que inclui até dois finais diferentes, um onde Richter não resgata Annete e ela se torna um chefe, e caso resgatá-la, o Drácula terá um terceiro fase que é bem difícil. Essas novidades são muito bem vindas, acabam te pegando te surpresa pois mudam a locação das damas do original e também incluíram novos coletáveis em forma de músicas e dois jogos: O Rondo of Blood original e Symphony of Night. Os coletáveis estão espalhados pelas fases, alguns em áreas novas e barreiras que só são dispersadas após resgatar algumas das damas.


Considero Rondo of Blood, o ápice do Castlevania clássico, continua sendo difícil mas sem os problemas dos jogos anteriores, controlar o Belmont é melhor, as fases e chefes, geralmente, não são absurdas e com gimmicks chatas, e caso você tenha muita dificuldade, a Maria tá aí pra facilitar a sua vida. Uma pena esse Castlevania não ter saído fora do Japão por tanto tempo, mas o uso do PC-Engine CD é mais do que justificado na parte visual e sonora.

Diria que o Dracula X Chronicles é inferior ao original, apesar de umas adições legais que aumentam o replay, elas não são um diferencial enorme e a mudança estética me incomoda bastante, mas são basicamente o mesmo jogo e vale a pena jogar ambos, o que pode ser feito com a versão de PSP, enquanto Castlevania Requiem tem o original e SotN, ambos versões de PSP, longe de ser ruim, porém a série merecia mais, muito mais...

E fuja de Dracula X do Super Nintendo assim como Dracula foge da luz, apesar de continuar com a trilha sonora e ser bem bonito, muitas coisas legais foram removidas e a dificuldade é totalmente cretina.

Nota: 9

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