Depois de jogar AdVenture Capitalist resolvi me aventurar
pela sua contraparte, o Adventure Communist, jogo da mesma desenvolvedora, no
entanto lançado anos depois do primeiro.
Assim como o antecessor é um clicker e o jogo segue
basicamente a mesma fórmula, porém com algumas mudanças criativas e estruturais
que mudam drasticamente a nossa recepção do game. Aqui encarnamos um líder de
um país comunista e como não existe dinheiro, plantamos e colhemos batatas, que
serão utilizadas para obter outros recursos, como fazendeiros, terras, armas e
fábricas. Os recursos são divididos em grupos, como comida, terras, armamento e
medicamentos, que carregam em si outros recursos que são desbloqueados ao longo
do jogo. Cada um desses recursos exige quantidades variadas dos recursos que
você já obteve para serem conseguidos. Você ainda tem os “Camaradas”, que
também servem como moeda de troca para recursos e os “Experimentos” (as
micro-transações), que lhe garantem avanços para obter novos recursos e a
possibilidade de “Voltar no tempo”, que é o reinicio do game, no qual você
volta à estaca-zero, mas com algumas vantagens.
Pareceu confuso? É por é, assim como todo regime comunista,
o jogo é burocrático, estranho e embaralha a mente, mas alguns até irão gostar
disso. É um desafio a mais. No entanto, a estrutura do game é diferente também
do “AdVenture Capitalist”, pois ao contrário de sua contraparte, em “Adventure
Communist” não se tem um esquema rentável para ganhar recursos sem clicar na
tela o tempo todo, o que já seria de se esperar em se tratando de comunismo.
Você até consegue esses recursos, mas logo no início do jogo já fica claro que
compensa muito mais ficar tocando a tela do que simplesmente deixa-lo ali. É
uma mudança pequena, mas que diminui bastante a diversão do jogo, pois o avanço
na jogatina é muito mais lento, o que acaba cansando logo o jogador, pelo menos
o jogador de jogos não-clicker, o que é um dos pontos positivos de “AdVenture
Capitalist” e um dos motivos para a sua longevidade.
A música, que era um dos pontos de destaque em “AdVenture
Capitalist” se perde aqui, optando por uma trilha mais seca, robótica e
estranha, mas não chega a incomodar, embora faça falta quanto em comparação com
o antecessor.
Do ponto de vista criativo, obviamente o jogo desagradará
quem leva a sério o comunismo, pois as adaptações feitas para contextualizar o
game são bem-humoradas e fazem uma leve
crítica, como o fato de você conseguir terras “emprestadas”, leia-se roubadas e
a ausência de uma moeda comum para conseguir novos recursos e até mesmo o
“sacrifício” de camaradas para o avanço do jogo. Tudo isso é feito de maneira
leve e bem-humorada, sendo um dos pontos fortes do game, na minha opinião.
Enfim, “Adventure Communist” não é um jogo tão bom quanto o
“AdVenture Capitalist”. De fato, é apenas uma cópia, mas pode proporcionar
alguns momentos de divertimento e distração, como todo jogo mobile casual deve
ser.
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