Deus Ex é aquele jogo sensacional que já teve um review aqui, ele teve uma sequência esquecida e a franquia entrou num limbo até o lançamento do Deus Ex: Human Revolution, apesar de ser bem mais contido que o primeiro Deus Ex, é um bom jogo e "digno" de ter o nome DEUS EX.
HR fez sucesso e era claro que haveria uma sequência, demorou até 2014 pra revelarem algo (Deus Ex: The Fall não conta), daí que surgiu o Mankind Divided. Achei meio "paia" ser uma sequência direta com o mesmo protagonista, mas o que estava sendo mostrado parecia ótimo.
Então chegou Agosto e finalmente saiu, mas e aí? Foi algo bacana, ou foi só mais um cash grab safado? OS DOIS!
A história se passa 2 anos após os eventos de Deus Ex: Human Revolution, um grande acidente ocorre na parte final e as pessoas "primadas" (tradução que usam para "augmenteds", não sei se está certa, mas é feio de falar) são vistas como um perigo pra sociedade e são tratadas de forma diferente pelos seres humanos normais, começando uma era denominada de "apartheid mecânico".
Adam Jensen continua sendo o protagonista, dessa vez ele trabalha para a Task Force 29, uma unidade especial da Interpol, e também para o Juggernaut, um grupo secreto de hackers que tem o objetivo de parar os Illuminati... Isso soa idiota, mas faz sentido no jogo.
Mankind Divided se passa principalmente na cidade de Praga, ao contrário dos antigos jogos da série, ela é a única "hub city", local onde você pega as sidequests, explora a cidade e vai pra missões principais. Isso parece meio ruim, mas o local é bem utilizado, diria que até demais, tem 3 "versões" de Praga pra explorar.
Praga está bem movimentada devido ao "apartheid mecânico", dá pra perceber que o negócio é sério, além de que, Adam é um "aug", e é constantemente abordado pela polícia e ouve comentários sobre isso. Mesmo assim, ainda acho essa temática ficou mal abordada, provavelmente é culpa de algo que falarei depois.
Em jogabilidade, Mankind Divided é igual a Human Revolution, um RPG em primeira pessoa com sistema de cover em terceira pessoa, você escolhe sua forma de jogo, seus aprimoramentos e seus diálogos em algumas cenas, só que tudo isso é melhor do que o DX: HR.
Os controles são bons, fiz um run stealth "pacifista", tentando evitar não ser detectado por ninguém, foi bem tranquilo, acredito que é o melhor e mais fácil jeito de jogar, tem bastante aprimoramentos que vão ajudar nisso e não há muita dificuldade em lidar com os inimigos de jeito não-letal. Mas se você quer um jogo mais focado em tiroteio, não vai rolar, a parte de tiro não funciona tão bem, não parece fluído, o negócio é focar em stealth mesmo.
Os mapas são bem feitos e permitem que você escolha o melhor jeito de poder concluir as missões, explorá-los é sempre recompensador e te dá novos caminhos e itens pra te ajudar, só acho que tem muitos aprimoramentos que facilitam demais o jogo e acabam tirando o valor dessa exploração, claro que você pode optar por não usá-los, mas acho que eles deveriam equilibrar melhor a utilidade deles, ou quando você pode adquiri-los.
Graficamente o jogo é bom, o maior problema são alguns personagens que são meio mal feitos e as animações, principalmente de expressões faciais, são estranhas. O grande problema que tive quando joguei no PS4 foi a escrota queda de fps em Praga que incomodava muito, e alguns bugs bem engraçados, mas que prejudicaram o progresso de algumas missões.
Na parte do áudio, não achei a trilha nada demais, ela faz o seu trabalho e só, já a dublagem está muito boa, a original pelo menos, fui dar uma olhada na dublagem pt-br e está uma merda fumegante, parece que chamaram um adolescente pra fazer o Adam, então já cagou boa parte do negócio.
Outra parte que vale destacar são as sidequests, todas elas são excelentes, aliás, esse é o problema do jogo, elas são melhores do que a campanha principal. As sidequests tem personagens bacanas, que se desenvolvem bem e com uma trama que se fecha, a mainquest tem diversos personagens, mas nenhum é muito bem aprofundado, o jogo propõe um monte de coisa e não responde nada direito, isso quando responde.
Foi dito que já estão trabalhando numa sequência, o que explica essa sensação de Mankind Divided ser só um "prólogo" de uma história maior. Pelo menos o final depende das suas escolhas nas missões principais do jogo, o que um monte de gente reclama que falta em vários rpgs, pra mim não faz tanta diferença.
Além disso, no Human Revolution tinha uns 4 chefes, reclamavam que as boss fights eram mal feitas e não permitiam que você derrotasse os chefes de um jeito não letal (a versão Director's Cut corrigiu isso), o chefe do Mankind Divided já não apresenta esse defeito, porém, continua sendo apenas uma boss-fight.
Deus Ex: Mankind Divided está mais pra um jogo dividido, uma piada óbvia, mas infelizmente verdadeira.
A jogabilidade é boa e as sidequests são excelentes, só que a campanha principal é decepcionante, ela começa bem e se torna um um negócio vazio, cheio de cliffhangers pra fazer os otários comprarem dlcs e mais um jogo.
Não recomendo comprarem Deus Ex por preço cheio, esperem uma boa promoção e que venha com as dlcs, que devem ser outra parte que tiraram do jogo.
Nota: 7
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