O mais recente jogo da Ubisoft se envolveu numa polêmicavazia nos últimos tempos e de tanto ouvir falar dele, inclusive dentro do grupo
do Locadora TV no Whatsapp, decidi instalar, porque se o Twitter está falando
mal, provavelmente é bom.
E o jogo é uma belezinha mesmo! Viciante, bem feito e muito
divertido, é a pedida perfeita para você passar o tempo com um jogo que reúne
qualidade e simplicidade num mesmo pacote.
Então vamos à resenha:
Tom Clancy’s Elite Squad leva o nome do famoso escritor de
jogos, mas não acredito que estava nos seus planos originais. O jogo me parece
muito mais uma homenagem feita ao lendário escritor e historiador americano e
conta a história de uma realidade paralela onde o mundo está à beira do
colapso, com crises econômicas, políticas e sociais assolando o planeta
inteiro. Nesse cenário surge uma agência terrorista internacional chamada
Umbra, fruto da união entre uma gangue e uma empresa de tecnologia que promove
na superfície grupos revolucionários com o objetivo de criar uma utopia
igualitária, mas que, na verdade, almeja controlar a mente de milhões de
pessoas instaurando uma ditadura tecnocrata mundial.
Para conter os revoltosos e quebrar de uma vez por todas a
Umbra, governos ao redor do mundo se reúnem e decidem dar o aval para a criação
de um esquadrão de elite com agentes secretos do mundo inteiro, os quais farão
de tudo para deter os planos maléficos da Umbra, nem que para isso eles tenham
que se aliar com aqueles que foram outrora seus inimigos.
Sob essa premissa vem a desculpa de reunir personagens de
todos os jogos já escritos por Tom Clancy e aqui em Elite Squad nós encontramos
personagens vindos de Rainbow Six, Ghost Recon, Splinter Cell, The Division e
outros. Não acompanho a série de jogos, porque afinal eu sou um jogador de
mobile e não me interesso tanto por FPS, mas achei interessante isso aí. Para
os fãs do escritor, acredito que se tornará um prato cheio para a nostalgia.

A jogabilidade é simples. O jogo lembra a mim inclusive os
antigos Final Fantasy sem a mecânica de turnos, o que é interessante (para mim,
obviamente). Você encarna no papel de um comandante do esquadrão de elite e
deve elencar soldados para as diferentes missões que enfrenta, que irão
batalhar pelas missões sozinhos, sem seguir os seus comandos. Durante as
batalhas seu único papel é o de usar as habilidades especiais, que se dividem
em ofensivas e defensivas, aplicando dano aos oponentes ou ajudando os seus
soldados a resistirem ao combate. Pode parecer entediante para quem olha de
fora, inclusive para quem está acostumado aos jogos de Tom Clancy nos consoles,
porém esse é um jogo de estratégia, não se engane.
Sendo um jogo de estratégia a principal característica dele é
no recrutamento de soldados, expansão das habilidades, melhoria nos soldados já
recrutados e, aqui, o diferencial é o desenvolvimento da história. Ou seja, no
fundo no fundo é um jogo mobile clássico!
As missões se separam em diferentes ramos da história, que
não é linear. Além das missões principais, de campanha, você tem ainda as
missões de evento, disponíveis por um certo período de tempo e que liberam
novos personagens para você. Ao completar cada missão você ganha itens que
poderão ser usados de diferentes formas ao longo do jogo, seja para melhorar os
equipamentos dos personagens, seja para melhorar o seu nível como comandante ou
ainda para garantir que você possa continuar jogando.

Afinal, esse é um jogo mobile da Ubisoft. Jogos mobile já
vivem de microtransações, até mesmo os jogos pagos e sendo esse um jogo
gratuito, as microtransações transbordam. A começar que ele segue aquele
esquema chato de gastar energias para jogar missões. A cada avanço que você faz
no jogo, você ganha mais energia e, de fato, joguei muito esse game e não
esgotei minhas energias. No entanto, ele esconde uma pegadinha. O jogo tem uma
segunda energia, que é utilizada para competir em missões de evento e essa
segunda energia é mais difícil de ganhar e essa eu esgotei. Mas é só para
algumas missões de evento, então não me senti prejudicado por isso.
Outra forma do jogo ganhar dinheiro são as loot boxes, que
te dão, sempre, um novo personagem, itens raros, itens simples, enfim... pelo
menos ela te dá um novo personagem e você consegue desbloquear elas de graça
completando várias missões. Por fim, há ainda os pacotes, que também te dão
itens e personagens mais raros, com o diferencial de que nos pacotes você sabe
o que vai receber e eles são temáticos, devem mudar a cada mês ou algo assim.
Esses pacotes são um absurdo de caro, chegando até a ofender.

Por fim temos que falar da qualidade gráfica do jogo.
Primeiro, ele é pesado. No Android (que é minha plataforma mobile de
preferência), ele não é baixado em sua totalidade, a PlayStore disponibiliza
uma versão básica pra download e você pode ir baixando o resto do game aos
poucos, mas eu já recebi a mensagem de baixar ele em sua totalidade e, pasmem,
no total o jogo tem mais de 1gb! Sendo assim, podemos esperar um jogo muito
bonito e é um jogo muito bonito que recebemos. Acredito que ele seja bem
otimizado, pois já li comentários falando que ele tem gráficos ruins, então
acho que ele se ajusta à capacidade gráfica do seu celular.
Em suma, é um jogo bonito e que vale nota por causa disso.
Não apresenta nada de novo ou surpreendente, mas faz bem feito o que se propõe
a fazer.
Já a questão musical é bem genérica e a mim não surpreende.
Poderia ter sido mais elaborada, talvez, mas também não acompanhei os outros
jogos do Tom Clancy para saber se há uma elaboração grande nesses jogos também.
Enfim, é simples, mas também faz o que se propõe a fazer, que é dar uma
ambientação militar/estratégica ao jogo.
Por fim, reconhecendo as opiniões de Tom Clancy, o jogo se sai
muito bem como uma bela homenagem ao seu trabalho artístico, conseguindo aliar
temas políticos atuais de forma corajosa num game mobile de estratégia de
qualidade muito superior ao que nos é ofertado dentro desse mercado. Foi uma
tacada certeira da Ubisoft, que cansou de decepcionar seus fãs nos consoles,
mas agrada muito no mobile.