quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Review - Super Smash Bros. Ultimate

   Super Smash Bros. Ultimate é um jogo que tem tanto conteúdo que pode parecer um grande exagero, porém o carinho e cuidado com que cada coisa foi implementada nesse grande crossover é algo incrível. Sejam os 73 personagens, as quase 900 músicas ou os quase 1300 espíritos, nada que eu vi pareceu fora do lugar.

 

   Com tanta coisa para fazer nesse jogo, eu preferi começar pelo modo aventura, o World of Light, principalmente pelo fato de eu ter jogado ele quase exclusivamente como um single player. No plot base da história, Galeem, o Lorde da Luz, bane todo mundo da superfície, transformando 72 dos personagens em avatares de batalha e uma penca de personagens secundários do mundo dos vídeo games em espíritos. Os espíritos servem como um buff para o seu personagem e você deve utilizá-los nas situações adequadas para liberar o máximo de bonecos possíveis do aprisionamento do Galeem. 

   Começando apenas com o Kirby, esse modo funciona como uma série de desafios que você deve enfrentar para abrir o mapa e liberar personagens. Uma crítica é que é são mais de 600 fases para fazer, porém você passa por diversas áreas relativas a uma boa quantidade de jogos que fazem parte de Smash, como por exemplo, Hyrule ou o castelo do Drácula. Cada uma dessas áreas é habitada por espíritos relacionados a ela, me fazendo voltar ao ponto inicial de que tudo nesse game foi pensado com extrema consideração, o que faz a longa trajetória ser muito menos enfadonha.

   Zerar o World of Light também foi a forma com a qual eu desbloqueei todos os personagens (após quase 28 horas de campanha). Achei uma maneira bem bacana de fazer isso, já que estou rumando a um objetivo e não são apenas lutas aleatórias. O desbloqueio também pode ser feita da forma clássica através de lutas contra desafiantes entre partidas do modo padrão, porém isso não libera esses personagens para serem usados dentro do modo aventura.

 

   O modo Classic pode ser encarado como o modo Arcade presente em outros jogos de luta mais padrões. Você tem que vencer uma série de lutas, uma fase especial e um boss para chegar nos créditos. O diferencial aqui é que as campanhas não são aleatórias, mas sim projetadas para cada personagem individualmente, fazendo parecer que eles estão dentro do seu próprio jogo. Toon Link tendo um time de bots para auxiliar (remetendo ao Four Swor), Diddy Kong ajudando vários personagens principais a derrotar seus respectivos vilões e Pokémon Trainer enfrentando todos os outros Pokémon para provar que é o melhor são só alguns exemplos de como o planejamento foi cuidadoso, te fazendo realmente ter vontade de fazer o modo Classic por 70 vezes.

   Além disso tudo, claro, o modo padrão continua padrão, com a adição de stamina como opção de regra além dos tradicionais tempo e stock. Stamina transforma Smash em um jogo de luta com barra de life ao invés da porcentagem crescente. Particularmente eu gostei desse modo que deixa a luta um pouco mais técnica, mas não acho que vá ser muito utilizado no cenário competitivo.

 

   Com tantos personagens, é bastante possível que tenha algum problema de balanceamento, porém me surpreende ir falar com pessoas sobre X personagem ser muito ruim e ouvir que na verdade tem gente que acha ele bastante bom. Isso não quer dizer que o jogo está completamente balanceado e com o tempo com certeza teremos atualizações para tentar equilibrar cada vez mais o game, porém e interessante ver cada pessoa tendendo para personagens diferentes, seja por afinidade com a série de origem ou com o estilo de luta, e todos eles tendo algo impactante a oferecer mesmo com tantas possibilidades de escolha.

   A jogabilidade, de modo geral, é bastante simples, tendo apenas 2 botões de ataque (normal e especial) e variações deles modificadas pelo uso do direcional. Essa simplicidade é bem boa para jogadores piores nesse tipo de jogo, como eu, pois requer menos para ser efetivo, mesmo tendo profundidade o suficiente para alguém mais experiente limpar o chão com você.

   Se aproveitando dessa simplicidade de inputs e provavelmente um pouco de magia negra, Sakurai e seu time conseguiram transmitir o feeling de muitos personagens de seus jogos originais para esse. Jogar com os Inklings, por exemplo, realmente te dá a sensação que o boneco é tirado diretamente de Splatoon, assim como os Belmonts replicam quase que perfeitamente suas jogabilidades em Castlevania.


   O grande demérito de Super Smash Bros. Ultimate até o momento é o modo online. Apesar de eu até achar bem prático a forma de entrar em jogos rápidos ou criar arenas para jogar com amigos, o problema é que jogar qualquer tipo de jogo que não seja 1v1 é quase impossível. Eu não sei o que acontece, porém a conexão P2P utilizada quando mais de 2 jogadores estão na mesma batalha faz tudo ser um mar de lag. E, verdade seja dita, as vezes até mesmo com apenas 2 jogadores é um pouco ruim.

   Sendo sincero, o que mais me atraía para esse game durante os anúncios era a gigante lista de músicas que estaria disponível. São quase 900 músicas entre remixes, novos arranjos e músicas originais que estão organizadas disponíveis para você escutar a qualquer hora, inclusive com a tela do Switch desligada. Provavelmente esse vai ser o motivo pelo qual eu nunca vou desinstalar Smash do meu vídeo game. Ter tantas músicas assim disponibilizadas de maneira oficial, muitas que são até difíceis ou impossíveis de se achar, fazem valer o preço mesmo se você nunca entrar em uma luta.

   Com a perspectiva de novos personagens a serem adicionados via DLC além dos já anunciados Pirana Plant e Joker (Persona 5) e, junto com eles, novas fases, músicas e amiibo, Super Smash Bros. Ultimate é o mais próximo que podemos ter, ou teremos durante um bom tempo, de um crossover total do mundo dos joguinhos. Aliando tudo isso a uma jogabilidade e potencial de diversão excelentes, esse é um jogo que merece estar na biblioteca de todo amante de vídeo games.

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