terça-feira, 28 de março de 2017

Review - Owlboy


Caramba nem sei por onde começar, mas vamos pelo básico...

Owlboy é um game indie desenvolvido pela D-pad Studios que levou cerca de 9 anos para ser terminado, mas será que esse tempo de desenvolvimento (desde 2007) faz a diferença? Eu digo que sim, Owlboy é um game que tem coração.

Jogos com "coração" é um termo que uso para falar que jogos que não são mais do mesmo e se diferem de muitos por ter detalhes únicos e uma paixão imensa dos criadores no projeto. Assumo que que o principal de um jogo é ser divertido, algo que o Evandro de "Fritas"  sempre cita no podcast 99vidas. Porém admito que quando encontro jogos que vão além disso eles se tornam especiais para os gamers. Aquele jogo que você sempre lembra pela jogabilidade boa, pela música fantástica ou pelos personagens carismáticos, Owlboy com certeza é um dos casos de jogos com coração.


A história de início parece bastante simples, você é Otus um "menino-coruja" que está recebendo ensinamentos de seu mentor Asio. Entretanto, nos primeiros instantes de jogo, você percebe que Otus não é um personagem super habilidoso, a única coisa que ele consegue fazer além de rolar e voar é dar pancada com a suas asas que tonteiam alguns inimigos, fora isso você percebe que seu personagem é frágil e bem indefeso. 

Otus só consegue ter poder de fogo pela primeira vez quando ele está junto do mecânico Geddy, seu melhor amigo, que o ajuda a tentar pegar o "criador de problemas" que está atacando Vellie. A história consegue ser bem amarrada e se você não chegou a ver nada que entregue o enredo o jogo ele irá se tornar uma caixa de surpresas.

Tudo é tão bem contado e amarrado que me preocupo em descrever aqui alguns momentos pois posso entregar surpresas interessantes que vem no jogo e já digo que você pode ser surpreender demais. Eu esperava um enredo básico sobre a amizade de Otus e Geddy, mas Owlboy dá um passo além a tratar de assuntos que são bem complexos e humanos. Admito aqui que no final do game eu me peguei chorando em duas cenas marcantes que não vou falar para não estragar a surpresa.


Acho que algo que fez com que eu e a maioria das pessoas não procurassem saber mais da história antes de jogar Owlboy foi a qualidade gráfica do game. Havia momentos que parecia que eu estava jogando uma pintura viva ou vendo um desses livros animados de qualidade única. 

A D-pad chama "hi-bit platform", ou seja, arte com uma qualidade bem acima da média. Eu esperava jogar algo no nível Secret of Mana do Super Nintendo ou até mesmo Crono Trigger no sentido gráfico, mas Owlboy parece ser feito para o PSOne, usando toda a capacidade gráfica e de processamento do console. 

Tem partes que eu apenas parava e ficava admirando aquele mundo. Essa questão gráfica e de artes de personagens me lembrou muito o primeiro Rayman por ser algo muito bonito e bastante autoral. Se possível clique nesse link e veja um dos cenários de Owlboy e tire suas próprias conclusões.


Outro ponto magnífico do jogo é a trilha sonora orquestrada que te ambienta naquele mundo de continentes flutuantes e dá um toque maior a essa parte de o game ser parecido com uma obra de arte. Há vários momentos como em lutas com chefes, quando você chega a uma nova área ou quando o jogo para só pra te contar o background da história que a música se faz mais forte. 

Acho muito difícil de se terminar Owlboy sem ter uma das músicas na cabeça. Admito que elas não são tão marcantes como a de outros jogos, como por exemplo Shovel Knight ou Cave Story, todavia é uma trilha de dar inveja a muitos games Triple A que estão no mercado atualmente.


Um dos poucos problemas que encontrei em Owlboy é a falta de um mapa. Não só para te indicar o caminho, pois toda vez que você precisa ir a algum lugar o game faz a questão de te explicar de forma bem didática, mas pela questão de alguns itens e metas que você pode fazer. 

Eu terminei sem pegar todas as moedas e o último item da Bucannary (a vendedora do game) por falta de indicação. Digo que esse problema não me incomodou muito e que não estraga em nenhum momento o jogo em si, mas se tivesse sido colocado no game praticamente eu não teria nada para reclamar.


Owlboy é um game único e com certeza entra no hall de melhores indies já criados. Os nove anos de produção são demostrados quando você passa de um cenário para outro, quando você ouve um trilha sonora ou quando você para e presta a atenção nas conversas entre Otus e seus companheiros. Nove anos que valeram a pena e criaram algo único.

Nota: 9.5

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