segunda-feira, 20 de abril de 2020

Review - Resident Evil 0


Voltando mais uma vez ao horror da franquia de zumbis mais famosa dos games, quiça do mundo. Em tempos estranhos, quando a Capcom prometeu alguns jogos exclusivos pra Nintendo, incluindo três da série Resident Evil, já sabemos hoje que o comprometimento não foi lá tão grande, mas dois Resident Evil ficaram no GameCube (e Wii) por muito tempo: o remake do primeiro jogo e Resident Evil 0. Enquanto o Remake é ovacionado e considerado um dos melhores da franquia, RE0 não gerava muita discussão e demorou mais para sair um port para fora dos consoles da Nintendo, até que tivemos s versão HD em 2016, que eu só fui começar a jogar no final de 2018 no PC, terminando apenas recentemente. Não que isso seja um indicador de qualidade, pois costumo deixar muitos jogos bons de lado, mas esse aqui foi devido aos seus problemas.


Como já visto pelo nome, RE0 é uma prequel, se passando antes dos eventos do primeiro jogo, aqui vemos Rebecca Chambers, a médica novata do time Bravo da STARS, uma equipe especial da polícia de Raccoon City. A equipe Bravo estava à caminho de uma investigação na região das montanhas Arklay, mas o helicóptero tem um problema e acabam parando no meio duma floresta, onde encontram o Ecliptic Express, um trem abandonado, ou nem tanto, pois ele está infestado de zumbis. No meio disso, Rebecca encontra um prisioneiro fugitivo, o ex-militar Billy Coen, a situação acaba levando os dois se unirem para investigarem o trem e achar uma forma de fugir.

Eventualmente, os personagens são levados ao Centro de Treinamento da Umbrella e também temos a história de um novo elemento, Dr. James Marcus, um dos fundadores da empresa e dono do local. Conforme a trama avança, descobrimos mais sobre o background da Umbrella, quem é Dr. Marcus e qual é dessas 'lesmas' pelo cenário. Dentro da trama principal da franquia, é até um pouco interessante ver a unidade de treinamento dos cientistas, o envolvimento de personagens importantes da franquia, a importância de James Marcus e sua pesquisa, enquanto ele como vilão é desinteressante e suas lesmas sanguessugas místicas também. RE0 acaba não oferecendo nada mega essencial à toda história e nem algo tão instigante por si própria.

Sem contar que a dupla de protagonistas é sem graça, Billy sendo o cara casca dura e Rebecca a novata meio desajeitada, não há nenhuma química muito interessante entre os dois e até mesmo o gameplay é prejudicado por essa escolha. Há uma mecânica de dupla, você tem dois personagens em mãos, Billy tem mais resistência e um isqueiro, o item especial que não ocupa espaço no inventário, já Rebecca é mais fraca, pode misturar ervas e tem um kit de misturas, o item especial dela. São características bem limitadas e não muito especiais, o mais irritante acaba sendo o espaço limitado no inventário, ambos possuem seis espaços, e fazer a administração de itens ficou pior devido a isso e mais uns problemas.


Felizmente, é possível configurar algumas coisas do personagem não jogado, como a reação dele perto de inimigos ou se ele vai te acompanhar, o que é bem útil, já que Billy é resistente, vale a pena utilizá-lo pra explorar os ambientes e limpar o caminho para Rebecca. Claro que as vezes você é obrigado a utilizar apenas ela ou ter os dois para algum puzzle, ou obstáculo qualquer, é até melhor trocar para Rebecca para não arriscar que a IA possa se ferir com ela.

Como já dito, o inventário limitado e itens importantes, como a(s) escopeta(s) e o lança-granada, e também há o fato de não haver baús, os itens são jogados no chão e requerem a volta do jogador pra certos ambientes. Por um lado é bom o fato de poder deixar um item quando você acha algo mais importante, por outro o mapa do jogo não é lá muito bem feito, há uma área principal do Centro de Treinamento que serve como 'o local' pra guardar itens e salvar, já que vai ser o local mais visitado, mas é claro que você vai se afastando e as outras áreas não tem um local normal pra isso, fora que há um limite de quantos itens podem serem deixados numa sala, o que não é um problema tão grande, mas pode incomodar.


Estranhamente, dos ports HD de Resident Evil, Zero se beneficiou muito bem, os cenários pré-renderizados estão muito bonitos, parecem que foram retrabalhados mesmo, ao contrário do REmake, até coisas como iluminação e sombras ficaram incríveis junto dos modelos atualizados dos personagens, apesar de a Rebecca ter um rosto meio estranho comparado ao REmake e o Zero de GC (coisa que pode ser mudada com mods). Em compensação, a maioria dos monstros são sem graça, geralmente são animais grandes ou só mais macabros, como os macacos, que são inimigo bem inconvenientes, pequenos e rápidos, e se dois te pegarem, podem te trancar num canto e dar aquele desagradável game over.

Ainda há o pior, o Mimicry, uma junção de sanguessugas em forma humanoide, seu único ponto fraco é fogo, ou seja, granadas de fogo e a nova adição, molotovs, que são feitos misturando gasolina e garrafas. Sem isso, é difícil de eliminá-los e eles são bem chatos de enfrentarem, sendo rápidos com ataque de longa distância e podem te agarrar mesmo após ficarem em chamas.

Talvez terem implementados duas mudanças da fórmula com dois personagens simultâneos e a falta de baús tenha sido um passo maior que a perna, e somando os outros defeitos, prejudicam bastante.

Provavelmente, entre os jogos da série, Zero é o que mais se beneficiaria com uma segunda jogatina, mas mostra mais como ele é mal estruturado, o mapa não é bem pensado e instigante, principalmente comparado aos outros RE, não há nada de especial, o que foi feito na franquia, ou é ruim, ou apenas ok, enquanto as novidades foram mal implementadas. Infelizmente, a prequel de um dos mais importantes jogos da história acaba sendo bem dispensável, facilmente o pior RE do estilo clássico.


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