E a Pokémon Company lançou mais um jogo, absurdo e viciante como
todo jogo de celular deve ser. Dessa vez o nome do jogo é “Magikarp Jump”, mas
não seja como eu e pense que este é um Flappy Bird ou o famoso Flappy Pimba só
que com Magikarps (o que não é uma má ideia), ao contrário, este é um jogo bem
diferente, com uma premissa bizarramente única e interessante, fácil de
entender, porém com diversas camadas a serem exploradas.
Em “Magikarp Jump”, você encarna um treinador de Magikarps,
ou seja, um derrotado que vai se dedicar a treinar o Pokémon mais patético do
mundo. Mas num mundo onde temos disputas televisivas de chefs de cozinha,
crianças cantoras e enclausuramento voluntário, porque não termos campeonatos
de Magikarps? E o que um Magikarp faz? A própria pokédex nos diz: “Seja lá quem
for o seu oponente, tudo que ele faz é chapinhar”. Fora da água, então, esse
ser patético só poderia pular. Seu objetivo é capturar um Magikarp e vencer
campeonatos de pulo com ele, em busca de se tornar o “Mestre Pulador de
Magikarps”.
Para isso, você tem que treinar o seu Magikarp. Logo no
começo do jogo você ganha sua própria piscina, onde você pode dar de comer ao pokémon e treiná-lo, coisas que irão aumentar o nível dele e, por
consequência, a altura do salto que ele dará. O treinador (você) também tem um
nível, que irá dizer até que nível seu Magikarp pode evoluir. Quando o seu
Magikarp atingir o nível máximo, ele se aposenta e é hora de enfrentar a liga
pela última vez, perdendo ou ganhando ele se aposenta e você deve
capturar outro.
Fora isso, existem eventos laterais ao jogo principal, que
te dão experiência ou itens, além de objetivos a serem desbloqueados ao longo
de jogo. Com isso, você pode desbloquear atualizações para a sua piscina,
melhorar a comida que seu Magikarp come, conseguir itens decorativos que
aumentam a experiência e parceiros para torcerem pelo seu Magikarp (parceiros
Pokémon mesmo, como o Pikachu e o Charizard).
É um jogo besta, porém muito bem trabalhado. Todos os detalhes
do jogo são adaptados para sustentar esse universo bizarro criado. Desde os
nomes dos itens aos eventos randômicos que aparecem na sua frente e o melhor de
tudo (e talvez o real motivo desse jogo funcionar) é que ele não se leva a
sério em nenhum momento. As frases trocadas entre os personagens já entregam
isso e as consequências dos eventos também, alguns inusitados, como seu
magikarp ser capturado por um Pidgeotto enquanto tenta comer um berry de uma
árvore.
Como todo jogo da Nintendo, há um cuidado todo especial
aqui, da elaboração da premissa do game aos gráficos e efeitos sonoros. A arte
é bem infantilizada, mas não desagrada aos jogadores mais velhos, pelo
contrário, ela é agradável, abusando do estilo chibi, que tem se tornado bem
popular, então é algo que todos conhecemos e é difícil não gostar.
Infelizmente, o jogo tem as malditas micro-transações e o
Lucky Patcher não funciona nele, mas isso não chega a atrapalhar. O game não é
um pay-to-win da vida, é só um desses jogos que ficam mais longos se você
decidir não gastar dinheiro com ele, porém ele tão legal que você nem se
importa de perder mais tempo nele.
Magikarp Jump conseguiu algo raro, na minha humilde opinião,
transformar as partes transitórias de um game (a adaptação e o treinamento) em algo
divertido, até desejado e por isso é tão diferente, tão bizarro e divertido.
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