terça-feira, 6 de junho de 2017

Magikarp Jump

E a Pokémon Company lançou mais um jogo, absurdo e viciante como todo jogo de celular deve ser. Dessa vez o nome do jogo é “Magikarp Jump”, mas não seja como eu e pense que este é um Flappy Bird ou o famoso Flappy Pimba só que com Magikarps (o que não é uma má ideia), ao contrário, este é um jogo bem diferente, com uma premissa bizarramente única e interessante, fácil de entender, porém com diversas camadas a serem exploradas.


Em “Magikarp Jump”, você encarna um treinador de Magikarps, ou seja, um derrotado que vai se dedicar a treinar o Pokémon mais patético do mundo. Mas num mundo onde temos disputas televisivas de chefs de cozinha, crianças cantoras e enclausuramento voluntário, porque não termos campeonatos de Magikarps? E o que um Magikarp faz? A própria pokédex nos diz: “Seja lá quem for o seu oponente, tudo que ele faz é chapinhar”. Fora da água, então, esse ser patético só poderia pular. Seu objetivo é capturar um Magikarp e vencer campeonatos de pulo com ele, em busca de se tornar o “Mestre Pulador de Magikarps”.


Para isso, você tem que treinar o seu Magikarp. Logo no começo do jogo você ganha sua própria piscina, onde você pode dar de comer ao pokémon e treiná-lo, coisas que irão aumentar o nível dele e, por consequência, a altura do salto que ele dará. O treinador (você) também tem um nível, que irá dizer até que nível seu Magikarp pode evoluir. Quando o seu Magikarp atingir o nível máximo, ele se aposenta e é hora de enfrentar a liga pela última vez, perdendo ou ganhando ele se aposenta e você deve capturar outro.

Fora isso, existem eventos laterais ao jogo principal, que te dão experiência ou itens, além de objetivos a serem desbloqueados ao longo de jogo. Com isso, você pode desbloquear atualizações para a sua piscina, melhorar a comida que seu Magikarp come, conseguir itens decorativos que aumentam a experiência e parceiros para torcerem pelo seu Magikarp (parceiros Pokémon mesmo, como o Pikachu e o Charizard).

É um jogo besta, porém muito bem trabalhado. Todos os detalhes do jogo são adaptados para sustentar esse universo bizarro criado. Desde os nomes dos itens aos eventos randômicos que aparecem na sua frente e o melhor de tudo (e talvez o real motivo desse jogo funcionar) é que ele não se leva a sério em nenhum momento. As frases trocadas entre os personagens já entregam isso e as consequências dos eventos também, alguns inusitados, como seu magikarp ser capturado por um Pidgeotto enquanto tenta comer um berry de uma árvore.


Como todo jogo da Nintendo, há um cuidado todo especial aqui, da elaboração da premissa do game aos gráficos e efeitos sonoros. A arte é bem infantilizada, mas não desagrada aos jogadores mais velhos, pelo contrário, ela é agradável, abusando do estilo chibi, que tem se tornado bem popular, então é algo que todos conhecemos e é difícil não gostar.

Infelizmente, o jogo tem as malditas micro-transações e o Lucky Patcher não funciona nele, mas isso não chega a atrapalhar. O game não é um pay-to-win da vida, é só um desses jogos que ficam mais longos se você decidir não gastar dinheiro com ele, porém ele tão legal que você nem se importa de perder mais tempo nele.

Magikarp Jump conseguiu algo raro, na minha humilde opinião, transformar as partes transitórias de um game (a adaptação e o treinamento) em algo divertido, até desejado e por isso é tão diferente, tão bizarro e divertido.

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