segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Review - River City Girls


Temos aqui mais um título da série Kunio-Kun, também conhecida como ''River City'' aqui no Ocidente, uma franquia que abrange, até onde eu sei, jogos de esporte e beat'em up, e River City Girls é uma "nova versão" desse universo de porradaria estudantil de Kunio pelas mãos da WayForward.


Com uma ideia similar a River City Ransom, temos a velha história de sequestro com um "twist", dessa vez os mocinhos foram capturados então Misako e Kyoko irão ao resgate de seus amados Kunio e Riki. A história não se leva a sério e é consciente do seu universo cômico, violento e absurdo, até as próprias protagonistas são burras de forma cartunesca, o que rendem diálogos engraçados em suas interações com os outros moradores de River City.

Ainda temos animações e cenas em forma de mangá que dão mais estilo ao jogo, assim como alguns detalhes bacanas, como os retratos das personagens na HUD olharem pra baixo quando estão falando e coisas como a mecânica de ressuscitar seu aliado ser pisar nele até a alma voltar ao corpo. Também vale destacar a trilha sonora, onde boa parte tem uma pegada "synth-wave" e com músicas bem calmas, algumas até com vocal, excelentes para  ouvir durante suas andanças por cada canto de River City.


O sistema é um de beat'em up com elementos de RPG, dá pra subir de nível, desbloquear e comprar golpes, além de comprar comidas que curam e aumentam seus atributos, a progressão é perceptível e, mesmo que a jogabilidade seja aquele negócio de sair de tela em tela brigando com todo mundo, não senti que ficou repetitivo ou enjoativo. E combate, quando o ele funciona, é excelente, os golpes tem funções parecidas mas cada personagem tem formas diferentes de usá-los, permitindo criar alguns combos legais, fora que a pixel art bem expressiva e colorida, dá uma beleza a mais no meio da porrada.

A jogabilidade tem seus problemas, como utilizarem o botão de golpe fraco para quase tudo, o que gera ações acidentais no meio do combate, como pegar uma arma no chão, ou entrar em outra área, é um erro bobo, principalmente considerando que há botões livres pra isso, até mesmo o botão de defesa, que é uma mecânica meio falha, é truncada e até tem um sistema de parry, mas não dá pra confiar muito nesse recurso. Por fim, o maior defeito são alguns dos chefes, que podem contra-atacar no meio do seu combo, ou terem golpes que tiram muita vida e algumas gimmicks chatas durantes as lutas, nada que seja impossível de derrotar, principalmente por causa de itens de cura, o que não tira o fato de incomodarem bastante.

E o jogo não é difícil, é aquele velho esquema de beat'em up de fazer um "crowd control" certo, não dando brechas para inimigos te cercarem, o que pode rolar, a IA consegue te sacanear se você não prestar muita atenção. Infelizmente, também falta um modo online para o co-op, apesar de ser perfeitamente jogável de início ao fim em singleplayer, ainda vai ter outra personagem pra jogar e dois outros desbloqueados após terminar a campanha, o que rende uma nova jogada facilmente, e todos eles são bons de jogar.


Acredito que um patch melhoraria bastante o jogo, mas apesar de faltar um polimento na parte da jogabilidade, sair pelas ruas de River City distribuindo porrada é satisfatório e muito bonito. A WayForward sabe fazer jogos com bastante personalidade e já tinha feito algo bacana com Double Dragon Neon, e agora se superou com River City Girls, um bom exemplo de como fazer beat'em up completinho e bem divertido.

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