quinta-feira, 16 de maio de 2024

Review- Ghost of Tsushima Director's Cut

 

Ghost of Tsushima Director’s Cut

 




Ghost of Tsushima narra a invasão mongol ao Japão ocorrida em 1272. O herói é Jin Sakai um Samurai que criado sob as rígidas leis samurais ele está disposto a abandonar qualquer código de honra para defender sua ilha. Jin é um bom protagonista que está obstinado em alcançar tudo que almeja e disposto a pagar qualquer preço necessário para isso mesmo com a resistência de seus mentores que colocam sua ideologia acima até das situações reais e as missões secundárias postas para expandir acontecimentos da trama enriquece ainda mais a experiência e não faz parecer ser uma daquelas coisas postas para aumentar a duração do jogo de maneira genérica, tudo aqui é feito com esmero e cuidado e as secundárias são extensões legitimas do que é visto na campanha principal.

 

A ilha de Tsushima é sem dúvida o que existe de mais belo nos videogames, construída de maneira totalmente orgânica a ilha parece não ter um único ponto vazio ou “inútil” em toda sua extensão o que é comum em jogos de mundo aberto, aqui tudo parece que foi feito a mão e o jeito que o mapa se conecta ao jogador parecendo uma extensão do mesmo é algo de fato brilhante, não existe nenhuma poluição visual, setas brilhantes aparecendo na tela que quebram a imersão ou coisas do tipo, a própria ilha te aponta a direção através do vento ou animais que te levam a lugares importantes. É um mundo rico, bonito e que cativa sua exploração fazendo você querer aproveitar tudo aquilo que o jogo tem a oferecer seja procurando os colecionáveis ou ajudando pessoas da ilha, você se sente realmente conectado a esse ambiente pela imersão e aqui os sensores táteis do Dual Sense adicionam uma nova camada de imersão, através desse recurso você consegue ter uma sensação ao puxar um arco e flecha, ao usar sua espada e aos sons que saem do controle e a experiência fica completa com a dublagem em japonês que na versão de Playstation 5 fica ainda melhor já que diferente da versão de Playstation 4 onde as cutscenes são pré- renderizadas, a versão aprimorada roda em tempo real e a dublagem agora tem sincronia labial além das texturas melhoradas.

A jogabilidade bebe muito na fonte dos jogos mais recentes de Assassin’s Creed a partir do Origins, o sistema de stealth se aproveita dos cenários bem planejados (o que já é uma grande vantagem em relação a AC), cada lugar tem como você planejar decentemente o que vai fazer e te oferece diferentes opções de como prosseguir apesar das limitações de áreas da missão te atrapalhar por muitas vezes e não serem muito bem definidas, mas a sensação de “caçada” que o jogo provoca é muito mais intensa que qualquer jogo recente da saga Assassin’s.

Se Ghost of Tsushima se inspira em Assassin’s Creed em sua jogabilidade isso se estende aos seus problemas, a Inteligência Artificial é péssima, os inimigos têm a visão limitadíssima e audição também, eles ignoram e desistem de te perseguir com grande facilidade, pior que isso apenas os bots que te acompanham em alguma missão, você com certeza irá testemunhar eles travados em algum canto e as batalhas deles com os inimigos são absolutamente medonhas gerando momentos constrangedores.

O sistema de combate direto é satisfatório e mais refinado que AC, as diferentes posturas de combate que se encaixam para diferentes tipos de inimigos fazem uma dinâmica interessante e o sistema de duelos são um grande acerto, todos são espetaculares, bem intensos e oferecem um desafio satisfatório além de serem visualmente espetaculares, porém o sistema de combate pode ser desastroso as vezes devido a péssima câmera que corre de maneira livre pelo cenário e as vezes se posiciona da pior maneira possível, felizmente melhoraram esses aspecto adicionando lock on para os combates fazendo a câmera se focar e ameniza essa questão.

A trilha sonora merece um destaque a parte, composta por dois compositores da indústria cinematográfica, Ilan Eshkeri (Stardust) e Shigeru Umebayashi responsável pela magnifica trilha de “Clã das Adagas Voadoras”. A dupla que já havia trabalhado juntas em “Hannibal Rising”, aqui faz a união de uma orquestra maravilhosa muito bem arranjada e conduzida que se mistura com instrumentos japoneses que formam algo intenso e emocionante.

Ghost of Tsushima é um ótimo jogo que parece uma pintura em movimento e tecnicamente irrepreensível que sem dúvidas apresenta um dos melhores mundo aberto criado em um jogo, não deixa de ter sua parcela de problemas relativo ao sistema de jogo criado, mas sem dúvidas é o início de uma franquia promissora.

 

A Ilha Iki

 




A Ilha Iki é uma expansão do modo história de Ghost of Tsushima que pode ser acessada no ato 2 do modo campanha, a história começa quando Jin descobre que um grupo de mongóis está tentando invadir a ilha de Tsushima através da ilha vizinha chamada Iki e com o intuito de impedir isso, Jin vai até a ilha para enfrentar seus inimigos. O ponto interessante da história é desenvolver um lado mais pessoal do Jin pois a ilha está intrinsicamente ligada a uma trágica perda que Jin sofreu e a exploração desse passado ganha momentos emocionantes que enriquecem ainda mais o protagonista que desde já se tornou um dos ícones do Playstation.

A Ilha em si é do mesmo nível de Tsushima, é espetacular, exibindo o contraste de uma terra devastada pelo autoritarismo mongol, mas que mantém suas belezas naturais, as missões secundárias têm o mesmo conteúdo da campanha principal usando as mesmas mecânicas e pode cansar ainda mais o jogador se ele for jogando direto junto com a campanha principal.

O que adiciona uma boa variedade a gameplay são os novos inimigos e seus comportamentos, aqui eles podem trocar de arma durante à luta deixando as lutas menos estáticas do que a versão original e a nova classe de inimigos os ”shamans” vão travar lutas formidáveis contra Jin durante a jornada nessa nova ilha.

Por fim, a Ilha Iki pode se tornar um empecilho para a narrativa principal por quebrar o ritmo da história, sendo recomendada para aqueles que jogaram Ghot of Tsushima a algum tempo e querem jogar novo conteúdo.


A versão do Diretor


Entrando especificamente no campo técnica, a versão do diretor de Ghost of Tsushima trouxe uma série de melhorias em relação ao jogo original de PS4, começando pela maior resolução que chega até a 2160p no modo resolução e aí chega a primeira coisa estranha nessa versão. O modo resolução te permite jogar em uma resolução maior em relação ao modo performance que teoricamente prioriza a performance do jogo, mas ambos os modos de jogo correm em 60 Frames por segundo, o que não faz sentido o jogo no modo performance só vai trazer prejuízo ao jogador, outra adição foram os 60 FPS já mencionados que deixa a experiência bem mais fluída o que sempre é bem-vindo e durante toda minha experiência no jogo eu não percebi nenhuma queda de quadros por menor que seja.

Outro fator também que agrada bastante é a quase falta de telas de loading durante todo o jogo, na versão original de Playstation 4 já era bem impressionante, demora algo em torno de 15 segundos para entrar no jogo a partir da tela de menu, agora essa tela de loading dura aproximadamente 2 segundos e os fast travels são praticamente instantâneos.

Graficamente coisas como sombras, reflexos e texturas no geral tiveram uma melhoria substancial mesmo não sendo algo que impressiona, as partículas na tela também ganham um aspecto mais vívido e destacado que se beneficia da alta performance do jogo.

Mesmo carecendo de upgrades mais ambiciosos, Ghost of Tsushima Director’s Cut se torna a versão definitiva do jogo.


8/10