Ghost of Tsushima Director’s Cut
Ghost of Tsushima narra a invasão mongol ao Japão ocorrida em 1272. O herói é Jin Sakai um Samurai que criado sob as rígidas leis samurais ele está disposto a abandonar qualquer código de honra para defender sua ilha. Jin é um bom protagonista que está obstinado em alcançar tudo que almeja e disposto a pagar qualquer preço necessário para isso mesmo com a resistência de seus mentores que colocam sua ideologia acima até das situações reais e as missões secundárias postas para expandir acontecimentos da trama enriquece ainda mais a experiência e não faz parecer ser uma daquelas coisas postas para aumentar a duração do jogo de maneira genérica, tudo aqui é feito com esmero e cuidado e as secundárias são extensões legitimas do que é visto na campanha principal.
A ilha de Tsushima é sem dúvida o que existe
de mais belo nos videogames, construída de maneira totalmente orgânica a ilha
parece não ter um único ponto vazio ou “inútil” em toda sua extensão o que é
comum em jogos de mundo aberto, aqui tudo parece que foi feito a mão e o jeito
que o mapa se conecta ao jogador parecendo uma extensão do mesmo é algo de fato
brilhante, não existe nenhuma poluição visual, setas brilhantes aparecendo na
tela que quebram a imersão ou coisas do tipo, a própria ilha te aponta a
direção através do vento ou animais que te levam a lugares importantes. É um
mundo rico, bonito e que cativa sua exploração fazendo você querer aproveitar
tudo aquilo que o jogo tem a oferecer seja procurando os colecionáveis ou
ajudando pessoas da ilha, você se sente realmente conectado a esse ambiente
pela imersão e aqui os sensores táteis do Dual Sense adicionam uma nova camada de imersão, através desse recurso você consegue
ter uma sensação ao puxar um arco e flecha, ao usar sua espada e aos sons que
saem do controle e a experiência fica completa com a dublagem em japonês que na
versão de Playstation 5 fica ainda melhor já que diferente da versão de
Playstation 4 onde as cutscenes são pré- renderizadas, a versão aprimorada roda
em tempo real e a dublagem agora tem sincronia labial além das texturas
melhoradas.
Se Ghost
of Tsushima se inspira em Assassin’s Creed em sua jogabilidade isso se estende
aos seus problemas, a Inteligência Artificial é péssima, os inimigos têm a
visão limitadíssima e audição também, eles ignoram e desistem de te perseguir
com grande facilidade, pior que isso apenas os bots que te acompanham em alguma
missão, você com certeza irá testemunhar eles travados em algum canto e as
batalhas deles com os inimigos são absolutamente medonhas gerando momentos
constrangedores.
O sistema de combate direto é satisfatório e
mais refinado que AC, as diferentes posturas de combate que se encaixam para
diferentes tipos de inimigos fazem uma dinâmica interessante e o sistema de
duelos são um grande acerto, todos são espetaculares, bem intensos e oferecem
um desafio satisfatório além de serem visualmente espetaculares, porém o
sistema de combate pode ser desastroso as vezes devido a péssima câmera que
corre de maneira livre pelo cenário e as vezes se posiciona da pior maneira
possível, felizmente melhoraram esses aspecto adicionando lock on para os
combates fazendo a câmera se focar e ameniza essa questão.
A trilha sonora merece um destaque a parte, composta por
dois compositores da indústria cinematográfica, Ilan Eshkeri (Stardust) e Shigeru
Umebayashi responsável pela magnifica trilha de “Clã das Adagas Voadoras”. A
dupla que já havia trabalhado juntas em “Hannibal Rising”, aqui faz a união de
uma orquestra maravilhosa muito bem arranjada e conduzida que se mistura com
instrumentos japoneses que formam algo intenso e emocionante.
Ghost
of Tsushima é um ótimo jogo que parece uma pintura em movimento e tecnicamente
irrepreensível que sem dúvidas apresenta um dos melhores mundo aberto criado em um
jogo, não deixa de ter sua parcela de problemas relativo ao sistema de jogo
criado, mas sem dúvidas é o início de uma franquia promissora.
A Ilha Iki
A Ilha em si é do mesmo nível de Tsushima, é espetacular, exibindo o contraste de uma terra devastada pelo autoritarismo mongol, mas que mantém suas belezas naturais, as missões secundárias têm o mesmo conteúdo da campanha principal usando as mesmas mecânicas e pode cansar ainda mais o jogador se ele for jogando direto junto com a campanha principal.
O que adiciona uma boa variedade a gameplay são os novos inimigos e seus comportamentos, aqui eles podem trocar de arma durante à luta deixando as lutas menos estáticas do que a versão original e a nova classe de inimigos os ”shamans” vão travar lutas formidáveis contra Jin durante a jornada nessa nova ilha.
Por fim, a Ilha Iki pode se tornar um empecilho para a narrativa principal por quebrar o ritmo da história, sendo recomendada para aqueles que jogaram Ghot of Tsushima a algum tempo e querem jogar novo conteúdo.
A versão do Diretor
Outro
fator também que agrada bastante é a quase falta de telas de loading durante
todo o jogo, na versão original de Playstation 4 já era bem impressionante,
demora algo em torno de 15 segundos para entrar no jogo a partir da tela de
menu, agora essa tela de loading dura aproximadamente 2 segundos e os fast
travels são praticamente instantâneos.
Graficamente
coisas como sombras, reflexos e texturas no geral tiveram uma melhoria
substancial mesmo não sendo algo que impressiona, as partículas na tela também
ganham um aspecto mais vívido e destacado que se beneficia da alta performance
do jogo.
Mesmo carecendo de upgrades mais ambiciosos, Ghost of Tsushima Director’s Cut se torna a versão definitiva do jogo.
8/10