quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Review - Blasphemous


Pixel art, dark fantasy e metroidvania, esses foram os ingredientes escolhidos para criar um bom jogo, mas os devs da The Game Kitchen acrescentaram um ingrediente extra na mistura: O soulslike! E assim nasceu Blasphemous!
Blasphemous é, como disse na introdução engraçaralha acima, um jogo de plataforma com combates intensos e desafiadores, estrutura não linear e um estilo de arte sombrio, bizarro e brutal baseado em elementos históricos e religiosos da cidade de Sevilha na Espanha, terra natal dos devs.
Mas que universo bad vibe é esse? Trata-se da terra decadente de Cvstodia, lugar onde religião é algo de extrema importância para o povo, um lugar onde se tem mais igrejas do que pessoas. Cvstodia foi afetada pela maldição chamada de “O Milagre”, onde a população foi transformada em monstros horríveis como punição pelos seus pecados, poucos foram os que continuaram humanos. No meio disso, controlamos o personagem chamado de “O Penitente”, um guerreiro silencioso com capacete em formato de cone que tem a tarefa de livrar Cvstodia dessa maldição usando a Mea Culpa, sua espada equipada do começo ao fim.
A história de Blasphemous não é entregue de “mão beijada”, a princípio só sabemos o que ocorre de maneira superficial e o que é mostrado depois é de maneira misteriosa e através das descrições de itens e falas dos personagens, cabe ao jogador se aprofundar no lore do jogo. Ao longo da jornada, passamos por cenários muito bem feitos, vemos monstros, aparições e pessoas de visual intrigante e uma trilha sonora que ajuda a montar toda a atmosfera sombria que os criadores tinham em mente. Os inimigos e outras figuras do jogo parecem ter saído de um filme do Guillermo Del Toro, inclusive, você fica pensando no quão bizarro será o visual deles a cada nova área descoberta.
Quando um inimigo derrotado, você ganha um número de “Lágrimas da Redenção”, tratam-se de pontos que serão usados para comprar itens, desbloquear novos golpes na simples árvore de habilidades e aumentar o número de “Frascos de Bile” que recuperam parte da vida, item semelhante ao “Estus Flask” de Dark Souls. Falando nisso, encontramos em partes do mapa pequenos altares chamados de “Prie Dieu”, que servem como savepoint e fazem os inimigos que você derrotou naquela área voltarem à vida. Essa mecânica soulslike pode afastar algumas pessoas do jogo devido a dificuldade, mas NÃO TEMA! O nível de dificuldade está bem equilibrado, haverá momentos difíceis, mas nada que mais algumas tentativas e cautela não resolvam.
Além do ataque normal ou carregado, podemos pular, se pendurar em beiradas, se esquivar que nem o Mega Man, utilizar poderes especiais que consomem nossa “Barra de Fervor” e defender os golpes dos inimigos, que se feito no momento certo, podemos atordoá-los, contra-atacar com um golpe mais forte ou finalizá-los com um “fatality” de animação bem feita, assim que o botão desta ação aparecer sobre suas cabeças.

O jogo permite que você tenha combates rápidos, satisfatórios e personalize atributos do Penitente através de contas do rosário que ele carrega consigo. Podemos preencher oito espaços com itens que  aumentam defesa, anulam o dano ao encostar num inimigo, aumentam a distancia da esquiva, aumentam resistência à fogo, raio, magia e etc.  Além desses, temos outros aprimoramentos como uma aba só de relíquias que possibilitam transitar e acessar algumas áreas do mapa e outra com  os poderes especiais da Mea Culpa.

Nem tudo são flores, o jogo apresenta problemas e trago alguns exemplos como a esquiva, que em certos momentos não funciona corretamente, áreas do mapa que não se preenchem mesmo depois de explorá-las e algumas coisinhas irritantes, como o velho knockback que te faz cair nos abismos e espinhos quando você toma um golpe e o tempo que o Penitente leva para se levantar resultando em chefes que te acertam várias vezes enquanto isso. São coisas que incomodam e frustram, mas não te impedem de prosseguir com o jogo, mesmo assim, podem ser retrabalhadas e corrigidas futuramente.
Por fim, os pontos positivos são fortes e Blasphemous consegue ser ótimo com possibilidade de melhora em certos pontos. Vi feedbacks de outros jogadores que apontaram os mesmos e outros problemas, mas ainda assim curtiram o jogo apresentando sugestões e interpretações sobre a história. Se você curte metroidvanias, dê uma chance pois ele merece, é divertido, bonito e está disponível em todas as plataformas atuais.
NOTA: 8

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