segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma Fantástica Aventura Pelos Jogos de Dragon Ball - Parte 1



Mais uma E3 passou e outro jogo de Dragon Ball foi anunciado. Dessa vez Dragon Ball Z Kakarot decide trazer Goku e seus amigos para um mundo RPG com várias side quests e afins. Vi algumas pessoas comentando no Twitter e uma pessoa que eu acompanho questionou "quantas vezes já fomos enganado por trailers de jogos de DB que prometiam a emoção da serie?".

Assim como Goku lá no inicio de suas aventuras, decidi sair em uma jornada para conquistar as esferas do dragão ver de quantos jogos da serie realmente eram ruins. Então vem comigo.


Dragon Ball tem jogos desde antes do Nintendinho, em consoles bem obscuros, mas como só saíram pro Japão, nem conto. O mesmo vale pro Nintendinho que em sua maioria ficaram lá no Japão, sendo que o único que veio pra cá foi brutalmente censurado e modificado ao ponto de não ser mais um jogo de Dragon Ball. Meu foco aqui é pegar aqueles jogos que a grande maioria (e mais especificamente eu) jogou, então pode ocorrer de alguns jogos serem esquecidos ou não entrarem na lista.

Super Nintendo

Com certeza o encontro de muitas pessoas com a serie nos vídeos games foi no Super Nintendo, muitas vezes esse encontro foi antes mesmo de conhecer Dragon Ball. No SNES ao todo forma 7 jogos, sendo que provavelmente só 3 chegaram ao público ocidental e alguns se popularizaram via emuladores.

Sem duvidas a série mais conhecida é a Dragon Ball Z: Super Butoden. Com 3 jogos de lutas que cobriam saga de Goku e seus amigos. Apesar de divertir alguns na época, os jogos não são grande coisa, com uma jogabilidade travada e uma quantidade mínima de personagens. São jogos que deixam a desejar, com movimentos imprecisos e, principalmente, necessitam uma boa dose de paciência pra carregar o ki. Apesar disso os jogos evoluíam de um para outro e possuíam ótima trilha sonora, mas não era grande coisa, somente sendo fã hardcore pra defender eles. E olha que sou muito fã.

Acredite, carregar o ki demorava uns 5 minutos de Namekusei

Os outros 3 jogos também não são lá grande coisa, sendo 2 deles uma espécie de visual novel com sistema de luta, conhecido como Dragon Ball Z: Super Gokuden - Totsugeki-Hen e Kakusei-Hen que provavelmente poucos jogaram, mesmo em emuladores. São jogos até bons e bem fiéis ao mangá (sim ao mangá, sem os fillers do anime) ao ponto de seguir ele fala por fala, mas não é algo pra qualquer um. O mesmo não pode ser dito do horroroso jogo de luta Dragon Ball Z: Hyper Dimension que conseguia ser mais truncado que os Butodens e apresentava uns gráficos bem esquisitos. Mas logicamente de 7 jogos um tinha que que agradar a todos e esse era o clássico Dragon Ball Z: Super Saiya Densetsu.


Caixa e fita do jogo

Sem duvidas Dragon Ball Z: Super Saiya Densetsu é um clássico dos emuladores. Como já dá pra imaginar, o jogo só foi lançado no Japão, mas a sagacidade de vários fãs da franquia fez o jogo se popularizar no emulador e ter até uma versão traduzida em PT-BR. O jogo é um RPG que cobre o começo da fase Z, com a luta contra Raditz, até a batalha contra Freeza. Ele apresenta um sistema de luta simples e divertido baseado em cartas, as animações de lutas sensacionais e o mesmo até apresenta eventos diferenciados da serie. Um exemplo é que você pode levar todos os Terráqueos vivos pra Namekusei ou ser um prego e deixar geral morrer e o Gohan ter de se virar sozinho no planeta do Piccolo. O jogo ainda possuía alguns segredos como um Chefe secreto.


Os sprites e animações de batalha eram bem legais
PlayStation

A fase PlayStation é complicada para os fãs de Dragon Ball, pois há muita nostalgia atribuída aos jogos desse console. Porém, se avaliarmos friamente, nenhum deles são jogos muito bons, mas ainda assim gera discussões fervorosas se falar mal de algum deles. Só que como não tô aqui pra aliviar vamos nessa.

Nessa época tivemos somente 3 jogos da serie pro console. Dos 3, temos o unanimemente ruim Dragon Ball Z: Ultimate Battle 22 que, apesar de eu ter jogado muito na infância e ter um carinho especial por ele, admito que o jogo é tenebroso. Além de ser um jogo de luta truncado com controles péssimos, graficamente o jogo era feio até mesmo pros padrões do PS1. Curiosamente esse jogo possui uma ótima trilha sonora, algo que assusta muitas pessoas em relação a ele.

Mas o problemático mesmo na questão nostalgia é o Dragon Ball: Final Bout. Um jogo muito adorado pelos fãs e o primeiro da franquia em 3D, ele surgiu exatamente na época de Dragon Ball GT tendo uma boa parte do elenco de personagens dessa fase. Infelizmente a nostalgia cega às pessoas e muitos tem esse jogo como bom, pois provavelmente jogaram e se divertiram muito com ele (eu entendo, eu também me diverti), mas a realidade é que ele não é.

Ele tem pontos fracos agravantes, um deles é a exaustiva repetição de personagens. Você viu uma porrada de gente reclamar que Dragon Ball FighterZ tem muitos Gokus e Vegetas ou pior você foi um dos que reclamou. Pois bem, Final Bout tem um elenco repetitivo pra caramba. E pior, todos eles com os mesmo golpes e movimentos. Só nessa brincadeira existiam 6 Gokus e 3 Trunks num elenco de 17 personagens, ou seja só metade eram de personagens diferentes. E ainda reclamam do FighterZ.

Olha que incrível variedade de Gokus pra você escolher e eles possuem os mesmo golpes.

E não para por ai. Pra variar a jogabilidade não é lá grande coisa e dessa vez é devido ao jogo ser 3D. Sendo justo, os comandos até respondem bem, mas por ser a 1° empreitada no 3D a velocidade do jogo e a movimentação dos personagens é muito lenta, o Goku Super Saiyajin 4 caminha dando passos muito curtos. Logicamente tinha um botão pra voar pra cima do oponente, mas era certo de você ser golpeado enquanto executava o movimento. E claro que, como tudo no PS1, ele é poligonal até o talo, com direito dos personagens não terem uma face bem feita, graficamente ele envelheceu muito mal. 

Por ultimo, mas não menos importante vem Dragon Ball Z: Legend (não confundir com o jogo de celular Dragon Ball Legends), talvez seja o ponto fora da curva desses jogos. Ele é um jogo até bem divertido de Dragon Ball, mas passa pelo mesmo problema dos 2 jogos de SNES da serie Super Gokuden, é um jogo com uma jogabilidade tão única que não vai agrada todo mundo.

O game é a primeira tentativa de se fazer um jogo de DBZ com um sistema de luta que emulasse as lutas dinâmicas da serie. Apresentando partida de até 3 contra 3, o jogo reunia esse lutadores num campo aberto e deixava a porrada comer até que uma barra fosse preenchida completamente pela cor de um dos times (player 1 era o azul, player 2 era o vermelho). Após essa barra ser preenchida o personagem que o jogador do time vencedor estivesse controlando soltaria sua técnica especial no personagem rival do outro time.

Quando eu disse que  "A porrada comia" eu não tava zuando

Lógico que essa jogabilidade diferenciada e esse sistema de luta único iriam causar grandes problemas. O primeiro sem duvida é a bagunça que vira o campo de batalha. Quando rolava partidas com mais de 3 personagens havia momentos que não dava pra entender o que estava acontecendo. Segundo problema é que era difícil de entender os controles. Apesar de não serem complicados, o jogo não te explicava nada e, com a confusão que rolava no campo, você entrava em pânico e ficava extremamente confuso até se acalmar e aprender o comandos e combos. E pior que isso se repetia para cada novo jogador, fazendo a apresentação do jogo pros amigos um inferno. Outro problema comum era a desvantagem que se trazia uma batalha 3 vs 3 ou 2 vs 2, pois o time que perdia um personagem estava fadado a tomar uma surra jpa que teriam no mínimo 2 personagens em cima de um só, tornando esse jogo extremamente desequilibrado pra dois jogadores.

Esses problemas acabavam deixando o jogo nada amigável pra grande maioria, mas, pros fãs que se esforçavam e aprendiam, era um game muito divertido. Curiosamente esse jogo também possui uma versão para o Sega Saturn. 

Como podemos ver Dragon Ball passou um perrengue entre as fases Super Nintendo e PlayStation. Infelizmente a tecnologia da época era limitada pra fazer algo mais próximo a serie, principalmente pros jogos focados na fase Z, que tentavam emular aquele ritmo frenético das lutas e isso acabava gerando muita tranqueira. Os jogos de luta também sofriam com uma jogabilidade nada amigável que torna muitos deles quase injogaveis atualmente. Logicamente a partir das gerações seguintes a coisa melhora, mas vamos deixar pra essa para o próximo episodio post.

Até a próxima.

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