O jogo de hoje foi lançado em janeiro desse ano para Switch
e os maiores sistemas operacionais de um PC, desenvolvido pela Devolver
Digital.
O jogo conta a história de um monstro, Piku, que acorda num
mundo em que um grande magnata está dando dinheiro de graça para as pessoas
através de seus robôs. No entanto, o que Piku descobre (e nós em seu controle)
é que nada é de graça e há algo muito obscuro escondido por baixo do belo
discurso desse magnata.
O jogo conta com uma jogabilidade simples, em que o jogador
controla um monstro vermelho chamado Piku através de comandos simples de andar
de um lado para o outro, pular e chutar. Há ainda a opção de interação com
personagens e outros elementos espalhados pelo mapa do jogo, lhe dando a opção
de conversar com os personagens, interagir com pedras eflores. Os diálogos são
simples, mas engraçados e é notável que o game foi feito sem ambição alguma.
Isso é algo que funciona muito bem no game, porque Pikuniku
se trata de um jogo de plataforma 2D. Ele segue uma estética minimalista, muito
colorida e que traz um sentimento de leveza para o jogador. Lembra desenhos
infantis contemporâneos e os outros aspectos do game só aumentam essa sensação.
Os diálogos são simples e debochados, cheios de um certo humor nonsense que
raramente apresenta uma conexão direta com a história.
O jogo é redondo, mas é uma aventura livremente baseada na
história principal, a do magnata que dá dinheiro de graça para os seres desse
mundo estranho. A forma como somos levados de um ponto a outro da história, com
liberdade de descobrir aspectos escondidos do jogo, ganhando troféus por isso e
resolvendo enigmas faz com que o game pareça muito maior do que é.
Pikuniku surpreende, pois apresenta diversas camadas. Na
superfície é um jogo absurdo, com uma estética simples e uma aventura linear,
mas assim que você entra nele descobre mais coisas para fazer, alguns desafios
alternativos, atividades como o esporte do povo estranho do mundo do game, o
basquete de chute, além de interações engraçadas de verdade.
Infelizmente, essas “missões alternativas” não se mantém de
maneira concisa durante toda a campanha. Conforme chegamos próximos do final do
game, a narrativa centra-se mais em torno da história principal, abrindo pouco
espaço para essas interações despretenciosas com o cenário ou outros
personagens.
Além de gráficos minimalistas, temos uma trilha sonora
igualmente minimalista, mas altamente divertida. Em momentos é alegre, em
outros parece simular a trilha sonora de um filme de suspense (principalmente
no final do game), mostrando a criatividade de seus desenvolvedores. Apesar de
simples, o game é extremamente criativo.
Pikuniku é uma grande surpresa, vindo logo no começo do ano,
provavelmente irá escapar do radar de muita gente, mas é um ótimo game. Vale o
seu tempo!
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