Wonderful 101 estava para ser um dos muitos jogos presos no Wii U. A Nintendo faz um trabalho grande em portar os seus jogos para o Switch, apesar das polêmicas quanto ao valor cobrado por eles, mas poucas outras distribuidoras haviam resgatado seus jogos de lá. Para isso, a Platinum recorreu ao financiamento coletivo, conseguindo dinheiro o suficiente para versões de Wonderful 101: Remastered para PS4 e PC também. E ainda bem que conseguiram, pois assim mais gente terá contato com esse joguinho cheio de carisma.
Logo no prólogo o game já me conquistou, introduzindo de maneira excelente o clima e a temática de super heróis com uma trilha sonora empolgante. Ali você encarna Wonder-Red enquanto salva um ônibus de estudantes de um ataque alienígena. Porém, apesar de Wonder-Red ser o personagem principal, você dispõe de uma quantidade considerável de parceiros que consegue alternar o controle na hora do combate, de acordo com qual arma julgar melhor para a batalha.
A cada capítulo novos personagens são introduzidos, dando um ritmo bom para o jogo e nunca deixando ele ficar repetitivo ou sem graça. Nos primeiros capítulos eu tive a impressão que a jogabilidade seria bastante limitada, mas logo que os novos aliados começam a chegar, essa preocupação sumiu da minha cabeça. São 10 armas no total a disposição do jogador, sendo que cada uma é controlada por um Wonderful One.
Apesar de a jogabilidade ter escalado bastante bem, me surpreendendo, outros problemas permaneceram ao longo de todo o jogo. O principal, na minha opinião, é a câmera. Muitas vezes ela está muito aproximada, impedindo de avaliar os arredores facilmente, ou seu grupo acaba sendo obstruído por algum objeto, entre outras situações. Pior ainda quando você entra em alguns lugares mais "apertados", onde você consegue ter um mínimo de controle manual da câmera, mas que não ajuda em nada, pois ela não gira 360° ao redor do centro, e sim só um ângulo fixo. É o maior problema do game, na minha opinião.
Outra questão é que, por vezes, Wonderful 101 não é muito intuitivo e também não te diz exatamente o que fazer. Mais de uma vez tive que procurar em detonados para coisas simples que eu estava fazendo levemente diferente. E também alguns trechos de plataforma nem sempre funcionam necessariamente bem, mas essa é uma reclamação menor, pois é longe de ser o foco do jogo.
Wonderful 101 tem um esquema de compra de upgrades também. Alguns são novas transformações que dão habilidades defensivas ou ofensivas, outras são habilidades passivas para melhorar o seu desempenho em cada operação. É mais um ponto que fará cada jogador experimentar o jogo de uma maneira própria.
Acredito que valha apena mencionar também as boss fights. Cada uma é bem variada e normalmente trás mecânicas únicas como, por exemplo, uma partida de Punch-Out entre robôs gigantes ou uma perseguição de naves. Muitas vezes essas lutas são bastante diferenciadas do resto do jogo, o que ajuda também a manter o jogador entretido, sempre mostrando uma novidade e um desfecho empolgante.
A história do game um tanto quanto simples, porém apresenta desenvolvimentos bem bacanas que me surpreenderam positivamente. Alguns personagens estão ali apenas para compor o time, mas alguns deles recebem um tratamento mais profundo envolvendo acontecimentos passados. Existem partes até um tanto quanto emocionantes. Acho que é uma mistura boa de quadrinhos de super herói, elevando a escala de poder dos inimigos a cada operação, com os grupos de ninja coloridos da TV japonesa, com os seus robôs gigantes e poses extravagantes.
Mas o que realmente liga toda essa maluquice é o carisma com que a história é contata. Ela não se leva a sério, chega até a quebrar a quarta parede em alguns momentos, mas ao mesmo tempo consegue apresentar personagens relacionáveis, motivações verdadeiras e arcos de personagens críveis, sempre mantendo o bom humor. Além da música tema e da empolgação gerada a cada final de boss fight. O jogador se empolga e se liga com os acontecimentos junto com os personagens de maneira muito fácil.
Wonderful 101: Remastered tem problemas que, se tivessem sido resolvidos, o elevariam a um patamar de excelência. Apesar disso, o game é muito bom, conseguindo se inovar a cada estágio, mantendo a atenção do jogador com carisma e boas ideias. Se você estava minimamente interessado, recomendo que vá atrás do jogo e se prepare para salvar o mundo junto com seus 100 novos parceiros.
NOTA: 8,0
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