segunda-feira, 30 de março de 2020

Review - Doom Eternal


Doom 2016 fez muitas pessoas felizes com a volta de uma lendária franquia, praticamente o pai do FPS, e indo contra a onda de diversos AAA do gênero. Tivemos um jogo ágil e brutal, apesar de não ser um labirinto infernal com atmosfera sinistra, Doom se tornou algo mais focado em combate frenético, veloz e sanguinolento, o que é longe de ser ruim, ao meu ver, é melhor do que a direção que tomaram com Doom 3.

Então temos Doom Eternal, uma sequência direta do título de 2016, lembrando muito Doom II em relação ao primeiro Doom, onde expandiram muita coisa do primeiro, mesmo assim, o segundo não é exatamente tão bom quanto o original, aquela velha história que quantidade não significa qualidade, mas esse está longe de ser o caso com Eternal.


Até mesmo a premissa se assemelha a Doom II, tanto que a primeira missão se chama Hell on Earth. A Terra está sendo invadida pelos exércitos do Inferno e o Doomguy, ou DoomSlayer, se preferir, está em sua fortaleza espacial, pronto para entrar num portal e sendo ela Terra dilacerando toda e qualquer forma de vida demoníaca. O Slayer deve matar três sacerdotes para que a ameaça infernal diminua no planeta, mas isso não vai ser tão simples, pois há uma força maior auxiliando esse plano e seremos levados à saber o que aconteceu para que o simples soldado dos jogos originais, se tornasse essa máquina de matar, O ser mais temido pelo Inferno.

Eternal já assume que você tenha jogado o anterior, pois não há muita cerimônia pra introduzir as antigas mecânicas, tirando as irritantes janelinhas de tutoriais jogadas na sua cara, o Doomguy tá com seu pulo duplo, escopeta e vontade de matar, então bora lá entrar de cara nesse caos. A maior diferença aqui é a dinâmica, se achava o Doom anterior rápido, Eternal é mais... BEM mais.

As mudanças e novas mecânicas são focadas em fazer que tudo seja agitado, seus recursos são limitados, dá pra guardar umas dezesseis balas de escopeta, o que bota em uso a motoserra, matando demônios mais fracos e dando munição de seus corpos, dando uma importância maior para esse equipament. Ela sempre vai ter ao menos um nível de combustível pra garantir suas balas, sempre tem que ficar rondando o cenário, achando bala, atordoar inimigos pra conseguir glorykills, passar a serra pra recarregar suas armas e tacar fogo pra garantir uma armadura pra aumentar a resistência.


Durante suas batalhas, o foco vai ser sempre estar em movimento e garantir esses recursos, levei um tempo pra me acostumar com a munição limitada, já fiquei em situações onde não tinha bala e ficava desesperado procurando um inimigo bucha pra pegar munição, mas é algo que tem que se adaptar e faz sentido. Então, fora não poder ficar parado, tem que sempre se preocupar com seus recursos e utilizar cada uma de suas armas e seus mods.

Há uma grande diversidade de cenários, indo da Terra devastada, o Inferno e outros locais, que além de serem muito bonitos, tem alguns elementos diferentes, até tem um pézinho em plataforma, que serve mais pra exploração do ambiente, que são bem grandes, tendo até um fast travel no final da fase. Chega a ser bizarro terminar uma missão e perceber que foi apenas uma fase só, o mais impressionante que acaba não sendo algo chato e nem repetitivo, mesmo ainda sendo um jogo de ir pra lá e pra cá até chegar em uma arena com um combate, o design dos mapas é interessante, cheio de colecionáveis e seu arsenal somado da variedade de inimigos, deixa Eternal sempre divertido.

Os demônios apresentam estratégias diferentes de combate, como inimigos com barreiras têm seus escudos explodidos com sua plasma gun, a granada de gelo pode parar adversários mais ágeis, entre outras. Também há pontos fracos nos corpos da maioria dos demônios, como os Mancubus, que tem um canhão em cada mão, eles podem serem desabilitados com alguns mods de armas, como a "bomba adesiva" da escopeta ou o scope da metralhadora, único problema são os tutoriais pulando na sua cara e sempre te dando as dicas, isso poderia facilmente ser deixado para o jogador descobrir.


Claro que a apresentação também está no ponto, indo da Terra destruída, pro quinto dos infernos, até um planeta alienígena abandonado, a estética é toda bem interessante, fora que os inimigos tiveram umas modificadas do antecessor para cá, muitos com um design mais similar aos primeiros jogos, o que me agrada demais, juntando também o fato que pedaços dos corpos deles vão caindo, que serve como um indicador de dano. É impressionante como esse jogo é bem mais suave que o anterior e ainda mais bonito e cheio de conteúdo, até mesmo no PS4 fica incrível. Por fim, vale destacar o Fortress of Doom, o lar do Doomguy, que serve como um hub para as missões, mas também tem itens desbloqueáveis, acesso aos bonequinhos e músicas encontrados durante a campanha.

O combate é o prato principal e ele é muito bem trabalhado e sempre te entrega algo novo. É até bem dificil no começo devido a falta de armas e upgrades, então quando chega pro final da campanha, dá vontade de fazer tudo de novo, ou ir no master levels, versões modificadas das fases normais. Ainda há o Battlemode, que sinceramente, tem uma ideia interessante, mas não chamou muita atenção.

Doom Eternal é um baita fan-service para a franquia, mesmo se distanciando de certos aspectos dos originais, ele vai pra um caminho mais galhofa e brutal, lembrando mais Quake, Serious Sam e Painkiller do que o Doom original, mas acho que foi uma mudança bem justa e adequada. Já tinha gostado do Doom 2016 e esse aqui trouxe o que faltava pra deixar o "novo Doom" muito especial, sendo um FPS mais insano e abraçando toda a glória de ser um videogame.


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