segunda-feira, 18 de março de 2019

Pilgrimage


Esse não é bem um jogo, mas é chamado de jogo pelos criadores, então vamos considerá-lo um jogo. Num estilo reminiscente de Journey e outros jogos indie que só chamam a atenção por serem bonitos e ninguém os joga depois da época de lançamento, Pilgrimage é mais uma obra de arte do que game.


Esse jogo foi elaborado pela que é, talvez, a minha banda favorita, La Dispute e Joost Eggermont junto com Jorrit de Vries, uma dupla de desenvolvedores de games que estão crando um jogo puzzle chamado Cuby Road. Junto com a banda criaram esse game/trabalho artístico digital que serve para apresentar as músicas do novo CD da banda: Panorama.

Aqui você controla (apesar de que controlar é um pouco demais) 3 peregrinos em 10 cenários diferentes que correspondem às músicas do álbum. 10 canções, 10 cenários diferentes, cada um com uma espécie de monumento no centro que é para onde os peregrinos estão caminhando. Infelizmente ao chegar ao centro de cada cenário, nada acontece.

Controlar é forçar um pouco a barra, porque você só controla a direção para onde os peregrinos vão. Eles se movem automaticamente e com o mouse você os direciona no mapa. Não há objetos interagíveis no mapa e quando você se aproxima de alguma das estruturas, elas se desmontam automaticamente.


Eu não consideraria um jogo, mas como é chamado assim (inclusive nos créditos), então resolvi fazer esse review aqui no Locadora.

A principal intenção por trás desse projeto é apresentar as músicas do álbum novo mesmo. Lançado uma semana antes do álbum, é uma resposta inteligente aos vazamentos que sempre ocorrem. Enquanto os peregrinos correm na direção que você quer, as letras das canções aparecem na tela, seja subindo do chão em direção ao céu ou coladas ao solo onde os pereginos andam.

A análise das músicas fica por conta do blog d’O Sommelier de Tudo, mas por aqui dá para adiantar que eu gostei, embora as animações não acompanhem o ritmo das canções, criando um certo deslocamento na relação de um com o outro. As animações são muito bonitas, não se engane, mas são também muito sensíveis, encaixando-se melhor com as canções mais lentas e reflexivas.

O estilo segue na linha de Journey, minimalista, mas não chega a ser 3D. É um estilo bem diferente, triangular, quase como se as animações não tivessem terminado ainda. O resultado é algo bem surrealista, de uma forma muito contemporânea, seja nas formas triangulares ou no contraste de cores frias e quentes em tons pastéis.

No final, se torna uma obra interessante. Algo instigante, mas que não passa de algo muito legal com uma boa intenção. Poderia ter mais comandos e objetivos a serem completados, mas a simples contemplação de uma obra artística, às vezes, é o suficiente.



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